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    Uma viagem aos anos 70

    As lutas e os heróis: o desporto em Portugal nos tempos da Revolução

    50 anos de uma data marcante, seja à direita, ao centro ou à esquerda. A celebração da democracia: o pior regime político, sem contar com todos os outros.

    Como as restantes áreas da sociedade portuguesa, o desporto não ficou indiferente à revolução dos cravos. O zerozero recua até 1974 e faz-lhe um raio-x sobre o desporto português naqueles tempos. Futebol, modalidades e seca olímpica.

    Viva a liberdade!

    O desporto-rei 

    Livres para voarem. As regras castradoras do antigo regime limitavam os opções de escolha dos jogadores, condenados a atuarem nos mesmos clubes.

    Meses após a revolução, atletas como Humberto Coelho, António Simões e o rei Eusébio tiveram oportunidades de rumar ao estrangeiro, com contratos mais condizentes da valia que tinham.

    Muitos dos clubes que víamos na I Divisão continuam relevantes nos dias atuais. Não é exemplo a CUF, que vinha a ser uma grande protagonista no futebol português, mas acabou por cair devido a quebra de investimento e à nacionalização do grupo empresarial no período do PREC. 

    Eusébio levou o seu talento para os EUA em 1975 @Getty /

    1974 foi um ano de glória para o Sporting, que se encontrava em viagem de regresso da Alemanha no momento da revolução, após eliminação nas meias-finais da Taça das Taças.

    Os leões impediram o tetra do Benfica e também venceram a Taça de Portugal. Os recordistas 46 golos de Héctor Yazalde foram decisivos na conquista dos leões no campeonato, números que tornaram o avançado no último Bota de Ouro argentino antes de Lionel Messi.

    O FC Porto, longe competitividade dos rivais de Lisboa durante a década de 60 e grande parte da década de 70, terminou o campeonato no quarto lugar atrás do Vitória FC.

    A época 1973/74 dos dragões ficou marcada pela morte súbita de Pavão, curiosamente num encontro contra os Sadinos nas Antas. A seca de campeonatos durou 19 anos e terminou em 1978.

    Irrelevância Olímpica 

    O período de resultados mais fracos coincidiu com a Guerra Colonial. Portugal não conseguiu medalhas em três ciclos olímpicos e a seca só acabou já depois da revolução, pelos talentos de Armando Marques (Tiro) e Carlos Lopes (10 mil metros) em 1976.

    Teríamos de esperar mais oito anos pela tão desejada medalha de ouro, conseguida pelo grande craque do Atletismo de fundo em 1984, numa madrugada em que os portugueses ficaram agarrados às televisões a ver a Maratona. 

    Na mesma disciplina e nos mesmos jogos, história também foi feita por Rosa Mota, a primeira mulher portuguesa a conquistar uma medalha. Ídolos eternos, provas de que tudo é possível.

    Hóquei e Ciclismo, modalidades do povo

    Dois grandes fenómenos de popularidade e com atletas de alto nível naquele período. Começamos pelos Patins e um período muito rico a nível de conquistas para Portugal.

    A geração de nomes como Ramalhete, Rendeiro, SobrinhoLivramento e o mais jovem Chana celebrou em Lisboa a conquista do Mundial de 1974. Nos Europeus, quatro conquistas consecutivas entre 1971 e 1977. Seleção que apaixonava o país.

    Vitória na Vuelta escapou por 11 segundos a Agostinho @D.R

    Durante o período ditatorial, os campeonatos nacionais de várias modalidades eram decididos em torneios entre representantes de Portugal, Moçambique e Angola.

    No Hóquei em Patins, o Desportivo de Maputo foi campeão por três vezes (1969, 1971 e 1973). No Basquetebol, conquistas de Maxaneque e Malhangalene.

    Uma forma do regime Salazarista fomentar o espírito ultramarino. 

    Terminamos com referência a Joaquim Agostinho, outro nome incontornável desta fase.

    Na equipa Bic, o poderoso ciclista ficou em sexto lugar no Tour, meses após a revolução. O segundo posto na Vuelta desse ano perdura como melhor prestação de um luso numa das três Grandes Voltas.

    Eterno.

    A modalidade também sofreu com a instabilidade e luta pelo profissionalismo neste período, o que levou à Volta a Portugal não ser realizada em 1975. FC Porto, Benfica e Sporting, referências das estradas, não chegavam a acordo para o futuro da modalidade, enquanto a Federação reclamava apoios. O país abriu-se e as exigências aumentavam.

    Um novo Portugal e um diferente desporto. 

    Comentários

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    motivo:
    As lutas e os heróis.
    2024-04-25 10h57m por Acolito_Andrade
    É de realçar que passados 50 anos o "primeiro campeão de abril" provavelmente volta a ser o mesmo, aguardemos até domingo.

    Viva a Liberdade!

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