Foi até ao fim, sofreu-se muito, mas o Vitória SC serviu-se da margem mínima para vencer o Boavista (1-0) e conquistar colado à luta pelo terceiro e quarto lugar. O (grande) tento certeiro por parte de Tomás Handel, ainda nos primeiros 45 minutos, permitiu um final de noite descansado para os adeptos vitorianos.
Em relação ao último encontro, Álvaro Pacheco apostou em Bruno Gaspar, Jota Silva e Nuno Santos para os lugares que pertenceram a Afonso Freitas, Adrián Butzke e Tiago Silva, este último expulso de um dos treinos a meio da semana. Jorge Simão, por outro lado, trouxe Sebastián Pérez e Martim Tavares em detrimento de Miguel Reisinho e Róbert Bozeník (lesionado).
Um Clássico é sempre um Clássico. O duelo 137 (!) entre as duas equipas prometia ser quentinho - boa casa no Estádio D. Afonso Henriques -, uma vez que Vitória SC e Boavista continuam a lutar pelos respetivos objetivos: os vitorianos, depois da derrota do SC Braga no terreno do Benfica, podiam aproximar-se do quarto lugar (a dois pontos de distância), enquanto os boavisteiros continuam a querer fugir dos lugares de despromoção, cada vez mais perto da turma comandada por Jorge Simão, no segundo jogo como treinador das Panteras.
O que também não é muito habitual é vermos Tomás Handel a rematar com o pior pé, o direito. No entanto, o médio marcou o primeiro golo em Guimarães, logo aos 11 minutos. À entrada da área e sem muita preparação, o camisola oito fez explodir de alegria os milhares de adeptos que se deslocaram para assistir a este encontro.
Apesar deste cenário desfavorável, o Boavista somou dificuldades para chegar à área de Bruno Varela. O guarda-redes, durante a maior parte da primeira parte, foi um mero espetador, um cenário que obrigou Jorge Simão a mexer duas peças aos... 39 minutos. Ilija Vukotic e Rodrigo Abascal abandonaram o tapete verde para dar lugar a Miguel Resinho e Vincent Sasso. Um sinal de insatisfação e uma mensagem para o grupo?
A partir daqui, Gaius Makouta baixou para a posição '8', enquanto Miguel Reisinho tentou servir Martim Tavares, avançado com a difícil tarefa de fazer esquecer Róbert Bozeník, a contas com uma lesão. Porém, não se escreveu mais nada relacionado com uma primeira parte bem disputada, mas com ascendente pintado com as cores de Guimarães.
A segunda parte, ao contrário do que tinha acontecido aquando do apito inicial, começou com um ritmo baixo. Os conquistadores desceram as linhas e concederam espaço ao adversário para tentar criar algo mais, sempre insuficiente para ameaçar a desvantagem no marcador.
Até ao final, os boavisteiros ainda estiveram perto de gritar golo, mas o corte em cima da linha por parte de Manu Silva impediu o regressar das vitórias por parte do emblema portuense, que sofreu mais uma contrariedade com a lesão de Bruno Onyemaechi, lateral que não conseguiu sair pelo próprio pé... Uma noite em que nada correu bem.
A temporada caminha a passos largos para o seu final e o Vitória SC está, cada vez mais, consolidado nas posições cimeiras da tabela classificativa. O triunfo neste encontro pressiona os rivais que estão à sua frente e cria um sentimento de crença nestes últimos jogos.
O clube orientado por Jorge Simão não atravessa um bom momento e a nova derrota em Guimarães acentuou essa tendência. Para além disso, perderam Chidozie (expulso com cartão vermelho) para a próxima jornada e Bruno Onyemaechi (lesão) também ficou em dúvida. A reta final no Bessa vai voltar a ser de emoção até ao fim...
Luís Godinho, apesar da dificuldade da tarefa que tinha pela frente, conseguiu controlar a partida e tomou boas decisões em praticamente todos os duelos.