Depois da hecatombe na Luz, o Vizela empatou diante do Estoril em casa, 3-3, num jogo com drama até ao final, em que aos 83´ o Vizela vencia por 2-0. Um início intenso e ofensivo colocou os vizelenses no comando, mas uma reação tardia do Estoril, alinhada com o desaparecimento dos da casa de campo culminou numa reviravolta épica, desfeita no final por Lebedenko, que segurou um ponto no Minho.
Quina e Essende deram o mote para os vizelenses no primeiro tempo, enquanto Marqués, Zanocelo e Guitane viraram a partida para os da linha. Lebedenko fechou as contas. O resultado acabou por não ser satisfatório para nenhuma das equipas, que queriam subir na tabela e escapar aos lugares do fundo.
Depois da hecatombe na Luz, o Vizela voltou a casa de forças revigoradas. No novo 3-5-2 de Rúben de la Barrera, a equipa mostrou-se forte desde o apito inicial. Essende, ora na resposta a cruzamentos, ora na profundidade, foi um quebra cabeças para a defesa estorilista. Fosse outra calma do avançado vizelense, e aos dois minutos já poderia ter colocado a sua equipa a vencer, numa das duas chances de que beneficiou em tenra altura.
Quem acompanha-se a partida sem conhecimento da tabela classificativa, dificilmente diria que os minhotos eram lanterna vermelha, dada a avalanche ofensiva apresentada. Tomás Silva, por duas vezes, e Petrov obrigaram Dani Figueira (natural de Vizela), a intervir e a salvar o Estoril de um golo sofrido cedo. A equipa da linha, na primeira oportunidade digna desse nome, esteve também perto do golo, mas Lebedenko tirou o pão da boca a João Marques.
O domínio vizelense não abalou com a oportunidade forasteira e, logo de seguida, Essende inaugurou o marcador. Mangala e Tiago Araújo facilitaram, Domingos Quina aproveitou e cruzou para a cabeça do avançado francês, que desviou de Dani Figueira de forma exemplar. Vantagem merecida e com tendência a aumentar, dada a superioridade caseira, principalmente no meio-campo, onde Samu, Quina e Bruno Costa iam criando vantagens em relação aos médios canarinhos.
Dez minutos depois do primeiro, o suspeito do costume voltou a faturar. Quina (sempre esclarecido) recebi entrelinhas e serviu Essende para o segundo vizelense. O Estoril estava longe da sua melhor versão, com muita passividade e permeabilidade defensiva. Ainda assim, os estorilistas ameaçaram de bola parada e Zanocelo atirou ao poste. Até ao final do primeiro tempo, o árbitro marcou uma grande penalidade para o Estoril, revertida depois pelo VAR.
O segundo tempo vizelense começou mais retraído, oferecendo a iniciativa ao Estoril, que assumiu o ataque, mas sem muito poder de fogo. Esta foi a história do jogo até ao minuto 83´, com a única ocasião flagrante pelo meio até a ser um cabeceamento de Jota, que quase deu a tranquilidade aos da casa.
Mas bem, daí para a frente, quase não deu para respirar. Marqués, recém entrado, cabeceou para o 2-1, depois de um canto e com ajuda do relvado para trair Buntic, que ficou muito mal na fotografia. O golo galvanizou os estorilistas e, dois minutos depois, empate! Cruzamento da esquerda, Anderson aliviou contra Bruno Costa e a bola traiu novamente Buntic, que volta a não ficar muito bem visto.
O Vizela tentou reagir, mas animicamente abalado, pelos golos sofridos. O Estoril aproveitou, e pelo génio de Guitane (já habitual) conseguiu a remontada na partida. O francês arrancou de trás do meio-campo, deixou todos para trás e rematou colocado para o fundo das redes vizelenses. A massa adepta dos minhotos prontificou-se a abandonar o estádio, deixando muitas críticas direcionadas ao presidente da SAD, Joaquim Ribeiro. ´
Quando tudo parecia perdido, eis que Lebedenko apareceu dos céus e igualou tudo novamente. O jogo terminou com arrufos entre os bancos de suplentes e com sabor amargo para as duas equipas.
Foi o elemento mais esclarecido do Vizela. Assistiu por duas vezes e, enquanto esteve em campo, perfumou as jogadas em que a bola lhe chegou. Acabou por sair e a sua equipa tremeu, principalmente com bola.
Num jogo de loucos, os bancos envolveram-se em alguns arrufos depois do terceiro golo do Vizela, algo evitável e que mancha um pouco a imagem de uma partida muito efusiva.
Fábio Melo não teve erros graves, mas pareceu ter algumas dificuldades em gerir os ânimos na parte final. Errou, no penálti concedido ao Estoril, mas o VAR reverteu.