Esteve a breves minutos da confirmação histórica, mas o empate (2-2) em casa do Rosengard adiou tudo, na pior das hipóteses, para a sexta e última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Numa exibição em crescendo, frente a um oponente de muita qualidade, o Benfica somou um ponto e fica à espera de uma derrota ou empate do Eintracht Frankfurt frente ao Barcelona, para oficializar a primeira passagem de sempre de uma equipa feminina portuguesa à fase a eliminar da prova.
O objetivo para a deslocação à Suécia era claro e de contas fáceis. A vitória carimbava de forma automática a passagem das campeãs nacionais para a fase a eliminar da Liga dos Campeões pela primeira vez na história do futebol feminino português, porém, a oposição imposta pela turma nórdica foi de alto nível e dificultou bastante a missão encarnada.
#SLBenficaFem | ⏹ Termina a partida na Suécia com empate para a 5.ª jornada da #UWCL!
⚽ Jéssica Silva e Marie Alidou#LojasEspacoCasa #Plug4usworld #SilviaMoreno #AMatosCar @adidasfootball pic.twitter.com/1r4fQAQOy6
— SL Benfica (@SLBenfica) January 25, 2024
Mais pressionantes, as suecas impediram o conjunto de Filipa Patão de sair na transição para o ataque e instalaram-se no meio-campo defensivo luso.As subidas de Emilia Larsson e Olivia Schough, juntamente com a qualidade com bola das jogadoras do miolo, fizeram as encarnadas passar mal e, mesmo sem grandes ocasiões, o golo surgiu quase de forma natural.
Bea Sprung e Ria Öling desenharam uma bela jogada pela meia direita, com a número 6 do Rosengard a servir a capitã, Shough que, de fora da área, aplicou a curva perfeita numa bola à qual Lena Pauels bem se esforçou por chegar.
Até à recolha às cabines, o Benfica conseguiu algumas chegadas prometedoras à área de Mukasa, mas as dificuldades mantiveram-se de pé. Perto do intervalo, Jéssica Silva trabalhou bem após fífia proibitiva de Emma Jansson - a primeira delas -, mas viu o seu belo remate embater numa trave que se revelou inimiga que chegue para a internacional portuguesa.
As melhorias a acrescentar ao jogo encarnado eram fáceis de identificar aos olhos de quem assistia e o mesmo deve ter acontecido com a treinadora encarnada. No regresso à ação e após um retorno promissor do Rosengard, as encarnadas balancearam-se e chegaram à igualdade pouco depois.
Canto à direita do ataque, cobertura mal feita pela turma sueca, com Andreia Faria a enviar uma bomba à barra da baliza de Mukasa numa primeira instância, cabendo a Jéssica Silva encontrar o caminho para a remota das águias.
O momento catapultou as águias para minutos de ascendente e até sufoco sobre as adversárias. O crescimento anímico era notório e projetou as campeãs portuguesas para o último reduto visitado de forma quase permanente, algo que cozinhou condições para a reviravolta. Na sequência de novo passe mal medido por Emma Jansson, Marie Alidou foi supersónica na reação, contornou Mukasa e atirou com sucesso para a baliza deserta.
Em vantagem, a estratégia adotada passou a ser de expetativa. Com as linhas mais retraídas das encarnadas, o Rosengard balanceou-se a todo o vapor e já depois de alguns calafrios criados - Ucheibe fez um corte milagroso -, Mai Kadowaki gelou as intenções de apuramento lusas, num remate certeiro providenciado por um passe milimétrico de Öling.
Que é verdade que o futebol feminino tem crescido em Portugal e que a Liga dos Campeões é também a maior prova de clubes, ninguém coloca em causa. Esta noite, as águias demonstram o porquê de se posicionarem tão bem para o inédito acesso de uma equipa lusa à fase a eliminar desta prova, frente a uma equipa bastante experiente nestas andanças.
Após consumar a reviravolta, as encarnadas adotaram uma postura demasiado expectante face à previsível reação sueca. É certo que a qualidade do Rosengard antevia alguns cuidados, mas fica a sensação que o excessivo recuar de linhas impediu as encarnadas de arrecadar logo a passagem.