Bolas nos ferros, penálti desperdiçado e dilúvio todo o jogo. Pode-se resumir assim a partida entre Vizela e Famalicão, que terminou empatada, exatamente tudo como tudo começou. Chiquinho entortou a primeira parte , Samu pôde fazer o mesmo com a segunda, mas Luiz Júnior foi dono e senhor da baliza. O Famalicão nunca se encontrou verdadeiramente, mas a ineficácia do Vizela manteve o nulo.
Em Vizela, houve Fama, mas faltou tirar proveito.
De cabeça limpa, depois de vitórias revigorantes, Vizela e Famalicão encontraram-se no duelo azul do Minho. Pablo Villar repetiu a formula da vitória em Rio Maior, com Escoval ora como lateral esquerdo, ora como central. João Pedro Sousa lançou apenas Riccieli, capitão famalicense, que cumpriu castigo na última partida, no lugar de Mihaj.
O jogo começou animado. As equipas apontaram os olhos às balizas adversárias desde cedo, sem medo de possíveis contrapartidas. Chiquinho tentou surpreender do meio-campo, mas a bola passou por cima, enquanto Lacava, já isolado na cara de Luiz Júnior, encontrou um muro a negar-lhe o golo.
Depois de um quarto de hora a todo o gás, as equipas reduziram a velocidade. As oportunidades desapareceram e a chuva começou a cair com mais intensidade. A bola andou menos no chão e o centro do terreno serviu de campo de batalha para muitos duelos pela posse de bola. O Vizela manteve mais a bola, mas o Famalicão controlou sempre possíveis incursões dos da casa.
Foi o Vila Nova quem criou mais perigo até ao descanso. Chiquinho, o mais esclarecido e objetivo, sambou dentro da área e, depois de deixar dois defesas para trás, atirou ao poste da baliza de Bunti aquele que foi o remate mais perigoso do primeiro tempo. Inconformado, o internacional jovem português ainda tentou mais duas vezes, com movimentos interiores a partir da esquerda, mas os remates sairam fracos. Samu ainda ameaçou de meia distância, mas o nulo manteve-se.
As equipas colocaram o pé no acelerador, mas o carro estava em ponto morto. Fumo de vista.
A segunda parte começou, tal como a primeira, com grande intensidade. Na primeira jogada ofensiva da metade complementar, Lacava carregado na área e o árbitro aponta para a marca de penalidade máxima. Samu cobrou para zona central, mas Luiz Júnior deixou o pé no seu voo canhoto e levou a melhor no duelo. Prevalecia o nulo.
O Famalicão respirou de alívio, mas o Vizela não baixou a cabeça com o penálti desperdiçado e continuou a procurar desatar o nó. Nuno Moreira entrou na área e atirou ao poste, para desespero das bancadas vizelenses. Cheirava a golo do Vizela, que entrou no segundo tempo com ambição de sair do fundo da tabela.
João Pedro Sousa mexeu no ataque (mudou todas as peças) e a equipa pareceu crescer na partida. Aranda trouxe mais perfume, Dobre mais profundidade, embora pouco solicitado e Cadiz serviu em apoio (Henrique Araújo nunca conseguiu).
As oportunidades foram-se escasseando à medida que acontecia o mesmo com o tempo. Dylan ainda teve uma chance de ouro para desequilibrar as contas do resultado, mas o remate saiu ao lado. O Famalicão foi quem acabou por cima, mas a bola não quis nada com as balizas em Vizela.
Apesar de não estar a fazer uma temporada formidável, foi o Vizela quem mais criou perigo. Apesar do desperdício, saem com boa imagem.
É um dos jogadores mais do Famalicão, mas mostrou-se num nível muito baixo. Não usou a velocidade em condução e acabou por sair sem criar perigo à baliza contrária.
Errou em leis da vantagem básicas e ajuizou mal alguns lances. O pénalti é bem assinalado