0-2 ao intervalo, 3-2 no final. O Vitória voltou aos triunfos, depois de um primeiro tempo muito aquém das expectativas. O Estoril, agora, de Vasco Seabra, continua com a mesma ventura que resultou no despedimento de Álvaro Pacheco.
Saiu Álvaro, entrou Vasco. A dança das cadeiras aconteceu, mas o azar que o anterior treinador foi tendo nas seis primeiras jornadas parece continuar no Estoril. A equipa entrou bem, marcou cedo (por duas vezes) e uma expulsão precoce de Holsgrove trocou as voltas à equipa da linha, depois de 40 minutos quase irrepreensíveis.
O Vitória usou a expulsão como fogo e os assobios como gasolina, incendiando o Inferno Branco no segundo tempo. Os adeptos resolveram os problemas conjugais e juntaram-se aos onze dentro de campo, de modo a operar uma reviravolta incrível.
No primeiro jogo para o campeonato, Vasco Seabra fez sair Koba e Marqués do onze, para entrarem Holsgrove e Guitane. Já Paulo Turra repetiu o onze do empate a zeros frente ao Casa Pia. Jogo para inverter ciclos, já que as duas equipas vinham de momentos de pouca virtuosidade.
O jogo começou animado. As equipas começaram a praticar um futebol ofensivo e a bola aproximou-se muito de ambos os polos, logo nos primeiros minutos de jogo. Varela brilhou no frente-a-frente com Cassiano, mas o Estoril deixou a desconfiança na linha e continuou a criar calafrios ao Vitória.
Num ápice, os canarinhos venciam por dois golos. Depois de jogada de refino corte (passe fantástico de Heriberto), Rodrigo Gomes assistiu Tiago Araújo para o primeiro, num golo fabricado pelos alas, no sistema de 3-4-3 de Vasco Seabra. Nem dez minutos passados, Cassiano atacou a profundidade e serviu Rodrigo Gomes, para o internacional sub-21 português aumentar a vantagem. Os assobios dos vitorianos eram bem audíveis, vida difícil para Paulo Turra.
A partir daí, instabilidade total dos Conquistadores. O volume de apupos aumentava a cada passe falhado ou perda de bola somada, situações que se foram alastrando até perto do minuto 40´. A cinco do intervalo, Holsgrove foi expulso e o D. Afonso Henriques viu uma chance para re-acreditar. Os da casa subiram e, unicamente através de cruzamentos, criaram mais perigo do que aquele que havia aparecido até então.
Um Estoril ofensivo vencia um Vitória perdido. Os canarinhos fizeram em 45 minutos o que ainda não haviam feito esta temporada: marcar dois golos no primeiro tempo.
O segundo tempo começou bem diferente do primeiro. Muitas substituições, muita confusão, muitos amarelos e pouco bom futebol. O Vitória subiu linhas e os adeptos reconciliaram-se com a equipa, soltando os assobios apenas na direção de Marcelo Carné, que ia perdendo algum tempo nas reposições de bola. Ainda bem cedo no segundo tempo, o Vitória reduziu. Livre lateral e André Silva consegue (finalmente) concretizar um dos inúmeros cruzamentos que foi recebendo. Renasce o Inferno Branco e o Estoril perdido em campo.
A pressão vitoriana veio para ficar e já só se jogava no último terço defensivo do Estoril. Muito mais à largura, criando superioridade nos corredores, os minhotos iam criando oportunidades mas a barreira defensiva estilista ia evitando o golo. À entrada para os últimos 20 minutos, quebrou-se o enguiço. Novamente através de cruzamento (agora atrasado), João Mendes empata a partida e explosão de emoções em Guimarães. Havia esperança na remontada!
As forças foram-se esgotando aos visitantes e o Vitória sentiu isso. Carregou quanto pôde e foi recompensado já nos descontos. Penálti (muito contestado por um eventual fora de jogo no lance) por falta sobre Safira, que o mesmo converteu em golo. Suada, mas conquistada, o Vitória volta aos triunfos.
Depois de uma primeira parte muito fraquinho, o Vitória apareceu revigorado ao segundo tempo. Ainda foi a tempo dos três pontos. Vale a paixão e alma vitoriana, mas a equipa tem de praticar um melhor futebol
O penalti é dúbio, porém, a abordagem de Bernardo Vital é muito infantil. Custou um ponto.
Miguel Nogueira teve duas decisões muito contestáveis. A expulsão de Holsgrove é um pouco demais para o lance que foi e o pénalti que deu a vitória aos Conquistadores parece antecedido de fora-de-jogo.