Impressionante. Tudo podia ter sido diferente se aquela bola ao poste de Jota Silva a abrir entrava, mas o Benfica foi implacável, aproveitou a expulsão prematura de João Mendes e cilindrou por completo o corajoso Vitória SC, vencendo por 4-0. O campeão reapareceu.
Do lado encarnado, a principal expectativa era perceber se Trubin finalmente se estreava, mas Roger Schmidt voltou a confiar em Samuel Soares e deu ainda a titularidade a João Neves e Musa, em detrimento de Florentino e Arthur Cabral. Já do lado vitoriano, Paulo Turra promoveu a titularidade de Miguel Maga e Dani Silva, para os lugares que pertenciam a Bruno Gaspar e Tomás Handel. Em jogo estava um lugar no pódio.
Nos últimos 31 anos em duelos entre Benfica e Vitória SC houve 6 autogolos, todos a favor do Benfica:
1992 Taoufik
1998 Alexandre
2009 Grégory
2021 Alfa Semedo
2023 Dani Silva
2023 Jorge Fernandes
Foi a primeira vez num ano civil houve dois autogolos entre Benfica e Vitória. pic.twitter.com/DIvtE4M6RC
— Playmaker (@playmaker_PT) September 2, 2023
Havia curiosidade para perceber como é que o Vitória SC de Paulo Turra ia encarar este jogo perante o campeão nacional e os primeiros minutos foram esclarecedores. Os vitorianos procuraram entrar sem medo de ter bola e a pressionar alto, o que lhes trouxe alguns dividendos devido à sua vantagem numérica no meio campo e permitiu criar logo uma grande oportunidade aos 8', quando Jota Silva foi desmarcado entre os centrais e, na cara de Samuel Soares, atirou ao poste.
Esta atitude, no entanto, cedo se mostrou um pau de dois bicos, perante um adversário com qualidade técnica acima da média. É que o Benfica tem daqueles intervenientes que precisam de pouco espaço para criar e logo aos 6' Otamendi deixou Di María na cara do golo, mas este executou mal. Contudo, o ritmo frenético continuou, o Benfica aproveitou o espaço criado pela pressão alta e conseguiu sair rápido na transição aos 11'. Ao chegar à direita da área, Di María cruzou de trivela e Jorge Fernandes foi infeliz (abordagem deixou a desejar) e colocou a bola na própria baliza para o 1-0.
A perder, o Vitória não mudou nada a sua mentalidade, mas isso não durou muito tempo, porque logo a seguir, aos 19', João Mendes viu o vermelho direto (bem) por acertar com a bota na cara de Otamendi. Isso sim fez a turma de Guimarães mudar o seu paradigma e mentalidade no jogo, com naturalidade, passando a jogar em bloco mais baixo, com todos atrás da bola, e a assumir a aposta na transição.
Se o cenário era mau ao intervalo para o Vitória, não demorou a ficar pior, uma vez que o Benfica precisou de apenas 23 segundos para o tornar mais negro. Os vitorianos entraram a dormir, Rafa desmarcou João Mário na cara do golo e Bruno Varela ainda defendeu, mas, na recarga, Aursnes não perdoou. Se a vida encarnada estava fácil, o resto do jogo ficou uma mera formalidade depois deste arranque e Roger Schmidt aproveitou para rodar e dar minutos, inclusive a João Victor, para ganhares rotinas a lateral direito.
O Benfica deixou, de resto, o jogo adormecer de tal modo que acabou por sofrer golo aos 77', numa boa jogada pela direita vitoriana e concluída por Nélson da Luz. Contudo, o VAR «salvou» o Benfica de manchar uma exibição a roçar a perfeição por uma mão na bola do avançado angolano. Este susto, no entanto, despertou novamente o Benfica, que voltou a saber gerir o ritmo
O árbitro Nuno Almeida esteve bem na expulsão a João Mendes e isso acabou por lhe facilitar a vida, uma vez que o ritmo frenético que se via até aí baixou consideravelmente e o jogo ficou de apenas um sentido. O golo anulado a Nélson da Luz também é correto, assim como o não penálti nos descontos. O seu único mal é apitar algumas faltas desnecessárias.