A cortina da jornada 11 da Liga Portugal Bwin abriu-se em Barcelos, esta sexta-feira, com um empate a uma bola entre o Gil Vicente e o FC Arouca. A equipa de Ricardo Soares continua, assim, sem vencer em casa desde agosto, enquanto o conjunto de Armando Evangelista ainda não ganhou fora de portas no campeonato.
Se em equipa que ganha não se mexe, Armando Evangelista fez-lhe jus e a verdade é que o Arouca foi a melhor equipa no magnífico relvado do Cidade de Barcelos nos primeiros 20 minutos. Com segurança na posse, o conjunto arouquense foi capaz de colocar o Gil Vicente em sentido, com Ricardo Soares insatisfeito perante as dificuldades da equipa.
Como consequência dessa boa entrada, o Arouca chegou à vantagem aos 16 minutos numa jogada de recorte técnico apurado. Pedro Moreira, de costas para a baliza, serviu Arsénio de calcanhar e este finalizou em jeito, com a bola ainda a bater na trave antes de entrar na baliza à guarda de Ziga.
O golo visitante, porém, serviu de despertador à equipa barcelense, que paulatinamente foi crescendo na partida. Para essa subida de rendimento bastou Pedrinho assumir a «batuta» e Fujimoto ganhar preponderância na condução do jogo gilista. E com o controlo assumido, as oportunidades apareceram.
Dentro dos primeiros 45 minutos, o Gil Vicente podia – e devia – ter anulado a desvantagem. Entre remates bloqueados por defesas do Arouca (Fujimoto aos 24’ e 44 minutos e Navarro aos 33’) e pouco acerto na finalização (Navarro aos 38’), a superioridade do conjunto da casa ficou a dever outro aproveitamento até ao descanso.
Aproveitamento esse que foi total no regresso dos balneários. Aquilo que tinha faltado antes chegou como a «cereja no topo do bolo» aos 47 minutos, altura em que o Gil Vicente chegou ao empate. Fujimoto encontrou Zé Carlos na direita e este cruzou para Fran Navarro, que ao contrário da dupla ocasião na primeira parte acertou como queria na bola e bateu Victor Braga.
O golo do Gil chegou com mérito, ainda que com o atraso do intervalo, mas à semelhança da história da primeira parte (mas em sentido inverso) o golpe gilista levou à reação do Arouca. Foi uma resposta que não criou uma superioridade evidente dos visitantes, mas serviu para recolocar o jogo em patamares de equilíbrio.
Ainda assim, o perigo maior dos segundos 45 minutos teve assinatura do Gil Vicente. Léautey – que foi crescendo de qualidade ao longo do jogo – serviu Samuel Lino (64’), que em excelente posição para alvejar a baliza de Victor Braga acabou por querer ajeitar em demasia a bola, permitindo o corte a Thales Oleques. Foi, também, o espelho de uma noite menos inspirada de um dos homens de maior destaque na equipa de Ricardo Soares.
Sem que alguma das equipas tivesse sido capaz de resgatar o prémio maior - ainda que com algumas aproximações perigosas -, a nota de maior relevo depois disso vai para a expulsão de André Silva, aos 83 minutos, após uma entrada dura sobre Talocha.
Após estar em desvantagem, a equipa da casa foi capaz de produzir do melhor futebol que se viu esta época. Foram inúmeras as oportunidades de golo criadas, com destaque para os papéis de criação de Pedrinho, Léautey e Fujimoto.
Se de um lado está o «positivo», do outro terá de estar o «negativo». Em virtude da boa produção ofensiva, a equipa do Gil Vicente devia ter sido mais eficaz no aproveitamento. Na retina fica uma bola de golo de Fran Navarro na primeira parte que não se pode desperdiçar.
Jogo de gestão fácil para Hélder Malheiro, sem que tivesse tido influência maior no desenrolar da partida.