Cada vez menos líder...

... às custas de Rúben Amorim. O jovem treinador do SC Braga, antigo jogador do Benfica, conseguiu o pleno de vitórias sobre os denominados grandes em pouco mais de um mês no comando técnico dos arsenalistas, ao vencer o Benfica (0x1), esta tarde/noite, na Luz, e a liderança do Campeonato fica agora mais tremida.

Mérito para a ousadia dos minhotos, sempre à procura do caminho para a baliza de Vlachodimos - que exibição do grego! -, mas também algum demérito para a forma como os campeões nacionais desperdiçaram as várias oportunidades de golo que tiveram ao longo dos 90 minutos.

Quem não marca, sofre...

É um lugar comum do mundo do futebol. Quantas e quantas vezes assistimos a jogos em que depois de a equipa x desperdiçar várias ocasiões de golo claras, em que até mostrou um certo domínio perante o adversário, acabou por sofrer do conjunto y. Foi precisamente isso que aconteceu na Luz, com o Benfica a assumir o papel x e o y a ser entregue ao SC Braga.

Com apenas uma alteração em relação ao último onze, falamos de Weigl no lugar de Florentino, o Benfica entrou por cima do adversário, aproveitando sobretudo a descordenação entre os três centrais bracarenses. David Carmo, o menos experiente, acusou a pressão e entregou de bandeja uma oportunidade de ouro a Rafa Silva, logo aos 6 minutos. No entanto, o internacional português não conseguiu acertar na baliza contrária.

Pouco depois foi a vez de Wallace cometer o mesmo erro, mas desta vez a permitir a antecipação de Franco Cervi, que teve a mesma taxa de acerto de Rafa... zero. Pelo meio, David Carmo arriscou o vermelho e Vinícius teve dois momentos em que não conseguiu fazer o 1x0. Mais Benfica, é verdade, mas um futebol parco de ideias e da vontade das individualidades, caso mais claro de Adel Taarabt.

A reação do SC Braga, muito bem organizado do meio campo para a frente, a ocupar muito bem os espaços, surgiu em cima do apito para o intervalo e com um grau de eficácia assinalável. Fransérgio ainda viu Odysseas negar-lhe o golo com uma defesa fantástica, só que o guarda-redes do Benfica não teve mãos para segurar o cabeceamento de Palhinha.

Festejo de Raúl Silva no final do encontro despoletou uma confusão no relvado. O central brasileiro acabou expulso ©Carlos Alberto Costa

Empate bateu no poste e... em Matheus

O jogo estava de feição para o SC Braga. Sem precisar de muito, a equipa de Rúben Amorim vencia ao intervalo e podia jogar a segunda parte em vantagem e aproveitar o momento menos positivo das águias, chegadas a este encontro depois de uma derrota no Dragão, que deixara a liderança presa a quatro pontos, e dum empate em Famalicão, onde o futebol apresentado deixou um pouco a desejar.

Obrigado a fazer (muito) mais para inverter o resultado, o Benfica entrou novamente por cima, mas a vontade esbarrou no poste e num enorme Matheus Magalhães. O ferro negou o golo a Vinícius, logo aos três minutos da segunda metade, e o guarda-redes brasileiro esteve bastante seguro na baliza minhota.

O mesmo se pode dizer de Vlachodimos, também um dos destaques da noite, com defesas de altíssimo nível a remates de Fransérgio (58') e Ricardo Horta (76'), o menos culpado pela segunda derrota consecutiva no Campeonato.

Bruno Lage ainda colocou a carne toda

no assador - Seferovic, Dyego Sousa, Vinicius, Rafa e Chiquinho chegaram a coabitar todos em campo, numa tentativa clara e desesperada (porque não dizê-lo) do treinador do Benfica ir em busca do empate. Não chegou. 

O Benfica, que há duas semanas estava com mais sete pontos em relação ao segundo classificado, pode agora terminar a jornada apenas a um de distância, isto caso o FC Porto vença na deslocação a Guimarães, já este domingo. Isto, acima de tudo, por culpa própria.

E, diga-se, esta é a primeira vez que o Benfica de Bruno Lage está há três jogos consecutivos sem vencer. Preocupante?