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    Enzo Francescoli: O Ídolo de Zidane

    Texto por João Pedro Silveira
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    Enzo Francescoli só jogou uma época em Marselha, mas foi o suficiente para encantar um fã muito especial: Zinedine Zidane. Zizou viu em Francescoli o protótipo do futebol arte, o esteta que primava pela elegância.

    Zidane olhou para o uruguaio como o seu mentor e tentou durante a sua carreira jogar à Enzo. Não foi à toa que anos mais tarde, era já Zizou um jogador consagrado, o seu primogénito recebeu o nome de Enzo Zidane.

    A verdade é que Enzo Francescoli Uriarte, «el Príncipe», nascido em Montevideu a 12 de novembro de 1961, é um dos grandes incompreendidos do futebol mundial, muito particularmente no seu Uruguai natal, de onde saiu muito novo do pequeno Montevideu Wanderers para saltar para a outra margem do Rio da Prata e vestir a mítica camisola do River Plate, onde entre 1983 e 1986 apontou 68 golos em 113 partidas no campeonato argentino.
     
    Tornou-se um ídolo da massa adepta do River, encantando pelo seu futebol de filigrana e acutilante capacidade de concretização. Ganhou uma dimensão tal, que hoje em dia é ainda um símbolo vivo do grande clube de Buenos Aires. Os anos passam, mas Francescoli será sempre o Príncipe da cidade que deu o Tango ao mundo.
     
    Salto para Paris
     
    O próximo salto na carreira foi maior e teve como destino a «Cidade Luz», onde foi jogar no Matra Racing de Paris, que contava com craques como Luis Fernández, Maxime Bossis, Pierre Littbarski, David Ginola, Sonny Silooy ou o conterrâneo Rubén Paz.
     
    A primeira época foi um fracasso, com o Matra a lutar desesperadamente pela manutenção, mas no segundo ano, com a chegada do treinador português Artur Jorge, que acabara de conduzir o FC Porto ao título de campeão europeu, o Matra andou a lutar pelos lugares cimeiros até perto do final, quando finalmente claudicou e caiu para um 7º lugar.
     
    Enzo Francescoli conquistou três títulos da Copa América
    Anos mais tarde, e não obstante recordar a desilusão de não se qualificar para as competições europeias nessa época, Francescoli considerou que Artur Jorge foi o melhor treinador que teve em toda a carreira.
     
    Entretanto, o Matra rejeitou uma proposta da Juventus, que queria o mago uruguaio para suprir a falta de Platini, mas o clube de Paris foi irredutível e não aceitou a transferência.
     
    No ano seguinte, após mais uma época de insucesso no clube parisiense, a direção do clube finalmente aceitou vender Francescoli ao Campeão Olympique Marseilles de Bernard Tapie. Em Marselha, ajudou os «ciels et blancs» a conquistar o segundo título, mas acabou por ficar só uma época no L'OM
     
    A terra dos antepassados
     
    Após o mundial de 1990, em Itália, as liras do Cagliari falaram mais alto e Francescoli mudou-se para a terra dos seus antepassados. Na Sardenha, não foi muito feliz, acabando as duas primeiras épocas a lutar pela manutenção. Na terceira época, um brilhante 6º lugar com direito a qualificação para a Taça UEFA, chamou a atenção do Torino, que o contratou com o estatuto de grande estrela. Mas mais uma vez voltou a viver uma temporada agitada, com o Toro a lutar até ao final da temporada para se manter na Serie A.
     
    Já com 33 anos, disse adeus ao Bel Paese e voltou ao River Plate para ser campeão e melhor marcador da prova. Em 1996, chegou a consagração ao conquistar a Taça Libertadores pela primeira vez na sua carreira.
     
    Na Celeste
     
    Francescoli é um dos melhores jogadores da história do futebol uruguaio e é o único jogador do seu país nomeado por Pelé para a lista da FIFA dos cem melhores jogadores do século XX. 
     
    Comandou a celeste olímpica nos mundiais de 1986, onde apesar de uma humilhante derrota por 1x6 contra a Dinamarca, a seleção conseguiu chegar aos oitavos para perder com a Argentina.
     
    Em 1990, os uruguaios voltaram a cair nos oitavos de final desta vez às mãos dos italianos. Ao contrário dos mundiais, na Copa América, Francescoli foi rei e senhor conquistando a competição por três ocasiões: 1983, 1987 e 1995. 
     
    Apesar dos sucessos com a celeste olímpica, Enzo não convenceu os uruguaios. Não estranha que tenha escolhido a Argentina e a capital Buenos Aires para viver, onde é reconhecido como um dos grandes jogadores de todos os tempos, cumprimentado na rua inclusivamente pelos adeptos do rival Boca Juniors.

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