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    Fomos conhecer melhor o dirigente

    Artes, livros e um sentimento identitário: eis Zubizarreta, o homem forte de AVB

    Depois de vários dias de rumores, Andoni Zubizarreta foi apresentado, esta quinta-feira, como o futuro Diretor Desportivo do FC Porto, caso André-Villas Boas vença as eleições presidenciais, no próximo dia 27 de abril. Para além do espanhol, também Jorge Costa, atual treinador do AVS e com um longo histórico associado aos azuis e brancos, consta na lista apresentada.

    O português é bastante conhecido por estas andanças. Após vários anos como jogador, abraçou a carreira no banco de suplentes e passou por diversos clubes ao longo das últimas épocas. SC Braga, Olhanense, Académica, CFR Cluj (Roménia), AEL Limassol e Anorthosis (Chipre), Paços de Ferreira, seleção do Gabão, CS Sfaxien (Tunísia), FC Arouca, Tours (França), Mumbai City (Indía), Gaz Metan (Roménia), Farense, CS Sfaxien (Tunísia), Académico de Viseu e AVS.

    Em dezembro de 2023, falou ao zerozero sobre a ligação emocional ao FC Porto e a conquista da Taça UEFA em Sevilha, a que «mais prazer» lhe deu. 

    Experiência não falta a um homem com vários anos ligado ao futebol. O conhecimento completo relativamente ao trajeto de Jorge Costa acaba por ser «comum», mas não podemos dizer o mesmo em relação a Andoni Zubizarreta, espanhol que notabilizou-se ao serviço de três emblemas espanhóis: Athletic Bilbao, Barcelona e Valencia, antes de embarcar para aventuras na condição de Diretor Desportivo e Diretor de Futebol.

    O zerozero foi atrás das respostas e tentou perceber o que é que o dirigente pode acrescentar a um FC Porto que, na melhor das hipóteses, termina a temporada com um troféu conquistado: a Taça de Portugal. Do peso num dos melhores Barcelonas da história, à passagem pelo Athletic, passando pela aventura no Marseille, onde coincidiu com André-Villas Boas.

    O perfil de Andoni Zubizarreta.

    Três grandes «amores»

    Antes de falarmos de Andoni numa posição de poder relativamente a contratações e planeamento desportivo, é necessário abordar a carreira dentro das quatro linhas. Nascido a 23 de outubro de 1961, o guarda-redes, natural de Vitoria-Gasteiz, deu os primeiros passos a nível sénior no Alavés, antes de se juntar ao conjunto secundário do Athletic Bilbao, por quem fez sete encontros, em 1980/1981.

    Um ano volvido, ganhou o lugar na equipa principal e por lá ficou durante mais cinco temporadas. No total foram 231 encontros e vários títulos pelo meio. Conquistou, por exemplo, dois campeonatos espanhóis consecutivos, entre 1982 e 1984, após vários anos em que o título foi uma miragem - o último tinha sido em 1955/1956.

    Foi durante este período, também, que começou uma (longa) história com a seleção espanhola. Foi chamado pela primeira vez para um amigável diante da Finlândia, entrou ao intervalo e ajudou a segurar a vantagem de 3-1. A partir daí, seguiram-se 125 aparições (sexto lugar na lista de mais internacionais de sempre) - onde se incluem, por exemplo, aparições em quatro Mundiais (1986, 1990, 1994 e 1998) ou em três Europeus (1984, 1988 e 1996).

    @D. R.
    Este trajeto ascendente dentro do futebol espanhol contou com outro capítulo vitorioso na temporada 1986/1987. Transferiu-se para o Barcelona e foi na Catalunha que encontrou outra parte da felicidade enquanto atleta. Apesar de não ter sido campeão durante os primeiros anos, «soube esperar» e fez parte de um conjunto dominador no panorama nacional. Entre 1990 e 1994, sagrou-se tetracampeão e conseguiu a cereja no topo do bolo com a conquista da Liga dos Campeões, em 1992, diante da Sampdoria.

    No entanto, em 1994, transferiu-se para o Valencia e colocou um ponto final numa ligação de sucesso com o emblema catalão. Retirou-se após o final da época 1997/1998 e, para trás, ficaram dezenas de jogos com nomes como Julio Salinas (338 encontros), Michael Laudrup, Ronald Koeman, Hristo Stoichkov, Aloísio ou Romário. Além de ter sido treinado por Johan Cruyff, um dos melhores da história do futebol. Entre os melhores.

    Há mais de 20 anos: futebol feminino

    O «bicho» pelo futebol fica sempre. Pelo menos na maior parte dos casos. Após uma curta ausência do mundo do desporto, abraçou a missão de ser Conselheiro Delegado no Estádio Olímpico de Sevilla. Fê-lo durante dez meses e, pelo meio, regressou ao Athletic Bilbau, desta vez na condição de Diretor Desportivo. Seria a primeira experiência neste nível, após abandonar o mundo das balizas. 

    Entrou em janeiro de 2001, que coincidiu com o décimo lugar na Liga Espanhola e as meias-finais da Copa del Rey, onde perderam diante do Real Madrid, finalista vencido. No ano seguinte, novamente com Jupp Heynckes no comando técnico da equipa, contrataram, por exemplo, Aitor Karanka, e alcançaram o sétimo posto do campeonato espanhol.

    @Getty /
    Em 2003/2004, iniciou-se uma nova era no emblema basco, pois Ernesto Valverde, depois de treinar o conjunto secundário, assumiu o comando do Bilbao. Resultado? Quinto lugar na La Liga e a confirmação de um trajeto ascendente, sempre com Andoni Zubizarreta nos bastidores.

    Essa época, aliás, foi a última completa do dirigente, pois colocou um ponto final nessa ligação a um dos emblemas mais especiais do reino espanhol. Acrescente-se, ainda, o papel importante na criação da equipa feminina, em 2002, o primeiro passo num trajeto histórico no sentido da igualdade de género.

    David Villa, Neymar, Fàbregas e Suárez

    O capítulo em Bilbau ficou para trás. Seguiu-se uma curta pausa no mundo agitado do futebol. Mais uma vez. Mas o convite por parte do Barcelona, em 2010, não podia ser recusado. A 2 de julho de 2010, acompanhado pelo presidente Sandro Rosell, foi apresentado como Diretor de Futebol dos blaugrana, substituindo no cargo Txiki Begiristain.

    Não será descabido descrever essa aventura como o maior desafio até então. Pela frente, Zubi tinha uma equipa que vinha de uma temporada praticamente perfeita. Campeã espanhol, vencedora da Supertaça espanhola, vencedora da Supertaça da UEFA e as meias-finais da Liga dos Campeões. Queriam mais e confiaram esse papel a um homem da casa, habituado a ganhar praticamente tudo com a camisola culé.

    Na Catalunha já moravam nomes como Pep Guardiola (na terceira temporada como treinador), Thierry Henry, Lionel Messi, Zlatan Ibrahimovic (contratado na época transata por quase 70 milhões de euros), Xavi Hernández, Andrés Iniesta, Carles Puyol ou Gerard Piqué. Um plantel de luxo, mas que, na visão do dirigente, precisava de alguns pequenos ajustes.

    Em 2010/2011, Yaya Touré saiu para o Manchester City, Zlatan Ibrahimovic foi emprestado ao Milan, enquanto Gabriel Milito seguiu para o Independiente, onde terminou a carreira um ano findado. Em sentido inverso, chegaram Keirrison (imediatamente emprestado), Ibrahim Afellay, David Villa (40 milhões de euros) e Javier Masherano (20 milhões de euros).

    Os efeitos são fáceis de analisar. Conquistaram o Mundial de Clubes, a UEFA Champions League, a La Liga e a Supertaça espanhola. 64 jogos, 47 vitórias, 11 empates e apenas seis derrotas. 160 golos marcados e 39 sofridos. Apelidada por muitos como uma das melhores equipas da história do futebol mundial. 

    Em 2011/2012, apesar dos títulos coletivos terem ficado um pouco aquém do esperado (conquistaram a Supertaça europeia diante do FC Porto, a Copa do Rey e a Supertaça espanhola), observou de perto uma das melhores performances individuais de sempre: 73 golos (!) e 30 assistências (!) por parte de Lionel Messi, insuficientes, ainda assim, para revalidar o título de campeão espanhol. Nota, ainda, para o grande obreiro desse «impedimento»: Cristiano Ronaldo, com 60 golos e 14 assistências.

    No que toca a transferências, destaque para a chegada de mais dois reforços cirúrgicos. Fàbregas abandonou o futebol inglês e regressou ao seu país, enquanto Alexis Sánchez, um jovem chileno a dar nas vistas na Udinese, juntou-se ao gigante espanhol.

    Seguimos o percurso pela Catalunha e chegamos à época 2012/2023, uma das menos «mexidas» em termos de entradas/saídas. Jordi Alba (14 milhões de euros) e Alex Song (19 milhões de euros) foram os únicos reforços no pós-Guardiola. Tito Vilanova traçou o principal caminho (lutou contra uma doença prolongada durante vários anos) e Jordi Roura, pelo meio, ainda deu o seu toque final. Campeões espanhóis e meias-finais da UEFA Champions League.

    Ora, se o pós-Guardiola é impactante, o que dizer da contratação de Neymar? O miúdo maravilha, O brasileiro com uma técnica fora do comum e que encantava qualquer estádio. Chegou com 22 anos (depois da cobiça dos melhores clubes no panorama europeu) e juntou-se a Lionel Messi na frente de ataque. No entanto, não tiveram os resultados pretendidos, pois conquistaram apenas um título. Segundo lugar na Liga BBVA, a Supertaça espanhola e finalista vencido na Copa do Rey.

    2014/2015 seria a última temporada de Andoni Zubizarreta. Álexis Sánchez e Cesc Fàbregas ingressaram no campeonato inglês, no Arsenal e Chelsea, respetivamente, enquanto Marc-André ter Stegen, Luis Suárez (mais de 80 milhões de euros) e Ivan Rakitic juntaram-se ao Barcelona.

    O dirigente não viu uma temporada perfeita de perto (ganharam todos os títulos possíveis), pois Josep Maria Bartomeu, presidente do clube, decidiu seguir caminhos distintos com o espanhol, em janeiro de 2015. Fim de um ciclo recheado de troféus, contratações sonantes e a consolidação do Barcelona no panorama dos melhores clubes europeus.

    No FC Porto, no entanto, não será bem assim ao nível de 'contratações sonantes', uma vez que há longo caminho a percorrer. «É essa a diferença entre um bom Diretor Desportivo e um mau. O bom vai atrás e procura por algo mais, não se limita a estar à espera. A experiência no cargo também pode ser importante», revela ao zerozero Jonathan Soriano, que passou dois anos e meio no Barcelona, numa das primeiras fases da carreira ao nível sénior.

    «O conhecimento do mercado também pode ser importante. É fundamental não contratar apenas jogadores de 'primeira linha', que participam na UEFA Champions League, mas conseguir rendimento desportivo partindo de poucos recursos. Obviamente que o Zubi possui algumas ligações ao mercado espanhol, pois conhece muitos jogadores e representantes. No entanto, há atletas com qualidades em vários países e em divisões. O que acontece, por vezes, é que não contam com essa sorte para chegar a outro patamar», confessou.

    Final da Liga Europa e Payet

    2015 foi um ano diferente para Zubi. Após abandonar os culés, aventurou-se como comentador desportivo, na beIN Sports, em setembro. Esses palcos, sublinhe-se, não foram a primeira experiência no meio, pois esteve mais de dez anos ligado à RTVE (Rádio e Televisão Espanhola).

    Mas voltamos à mesma ideia de anteriormente. O «bicho» pelo futebol fica sempre e, em novembro de 2016, assumiu a função de Diretor Desportivo no Marseille. Coincidiu com jogadores como Patrice Evra, Rolando, Florian Thauvin ou Dimitri Payet, este último um regresso muitas vezes ambicionado, após sair para o West Ham, onde brilhou. Quinto lugar na Ligue 1, atrás de Monaco, Paris SG, Nice e Lyon.

    Tal como aconteceu no Barcelona, surgiram apenas algumas contratação cirúrgicas. Mitroglou, que estava no Benfica, foi uma delas, assim como, por exemplo, Luiz Gustavo, Valère Germain ou Florian Thauvin. Alcançaram o quinto posto no campeonato francês, foram finalistas vencidos da Europa League (perderam diante do Atlético de Madrid por 0-3) e chegaram aos quartos-de-final da Coupe de France.

    @Getty / GERARD JULIEN
    Em 2018/2019, novamente com Rudi Garcia no comando técnico, contraram Mario Balotelli, Kevin Strootman (25 milhões de euros) ou Duje Caleta-Car, por 19 milhões de euros. Contaram com mais derrotas do que vitórias (18 triunfos e 19 desaires) e não foram além do quinto posto na Ligue 1.

    Fim de ciclo para o técnico argentino. André Villas-Boas entrou em cena.

    Depois de uma curta experiência no Shanghai SIPG, o português aventurou-se no futebol francês. Trouxe consigo Daniel Sousa (futuro treinador do SC Braga) ou Ricardo Carvalho. A contratação mais sonante foi Darío Benedetto, argentino que estava no Boca Juniors. Todos estes fatores resultaram num dos melhores anos de sempre, pois arrecadaram o segundo posto, a 12 pontos do Paris SG.

    Zubizarreta ainda começou a temporada que coincidiu com a pandemia, mas abandonou o cargo a 14 de maio de 2020. André Villas-Boas ficou mais uns meses no cargo, no entanto, também seguiu caminhos distintos com o clube francês.

    México e um «bom vinho» com AVB

    Athletic Bilbao, Barcelona e Marseille. Andoni Zubizarreta somou experiências em vários pontos da Europa como Diretor Desportivo. Nunca se cansou de adquirir conhecimentos e voltou à posição de comentador desportivo na beIN Sports, durante quase dois anos. Para além disso, conta com uma coluna de opinião no jornal espanhol El País, onde escreve semanalmente.

    «Trabalhei com ele enquanto comentador. Falou-nos várias vezes das suas experiências enquanto Diretor Desportivo. É uma pessoa muito culta e destaca-se dos restantes no mundo do futebol. Lê muito e escreve todos os artigos que faz. Com bastante qualidade», referiu Axel Torres, comentador na Movistar+ e autor de vários livros, em conversa com o zerozero.

    AVB é um dos candidatos @Catarina Morais / Kapta +
    «Tem interesses no mundo da arte, do teatro. Acho que é muito boa pessoa e está sempre calmo. No que toca ao futebol, é bastante aberto nas ideias que tem (...) Sabe adaptar-se aos ambientes em que se encontra inserido e tenta atualizar-se diariamente», referiu.

    Foi, também, Consultor Independente do Monterrey, do México. Uma passagem mais discreta dos holofotes, mas que coincidiu, curiosamente, com o contacto com Omar Govea (ex-FC Porto B), Rogelio Funes Mori (ex-Benfica) ou Jesús Corona, extremo que brilhou com a camisola azul e branca.

    Cessou funções em dezembro de 2023, pouco tempo antes de André-Villas Boas tornar pública a sua candidatura à presidência do FC Porto. Após algumas semanas de rumores, André-Villas Boas apresentou a pessoa indicada para o lugar de Diretor Desportivo, caso vença as eleições no dia 27 de abril.

    «O AVB tem um perfil bastante moderno, portanto, se ele o quis, por alguma razão foi. Possuíam uma relação bastante próxima e deram-se muito bem. Têm tudo o que é necessário para uma boa relação desportiva (...) Jogou no Barcelona de Johan Cruyff. Sabe o que é jogar bem. Gosta de jogadores criativos», acrescentou o comentador, antes de ligar três regiões - País Basco, Catalunha e Porto.

    «Ele é basco e as duas casa dele são o País Basco e a Catalunha. Entende perfeitamente esse tipo de sentimento identitário, de luta permanente», explicou Axel Torres.

    @ Anadolu Agency / Getty Images
    Um dirigente que se interessa pela educação, bons valores e de ser sempre melhor. Casado, com três filhos e um futuro ligado ao futebol. Markel, um deles, é o Diretor Desportivo do futebol feminino espanhol e esteve nas mesmas funções no Barcelona.

    Em 2020, numa entrevista à Tribuna Expresso, revelou que se queria encontrar com AVB, pois queria ir «a um bom restaurante, com um bom vinho» para terem uma «bela conversa». Em caso de triunfo nas eleições, as conversas na Invicta serão cada vez mais frequentes.

    Comentários

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    motivo:
    JO
    Andoni
    2024-04-20 12h50m por Joduarte92
    Se lhe for dada a oportunidade de reorganizar a estrutura para o futebol, acredito que vai apresentar um excelente trabalho.
    Se o período de transição acontecer, já sabemos que a pressão e críticas vão ser muitas. No entanto, precisamos de uma pessoa tranquila, com capacidade extensa de análise e com experiência para delinear planos para o futuro.

    Espero, verdadeiramente, que seja o nosso diretor desportivo.
    Acredito que, atrás das cortinas, vai promover alterações impactantes e demonstrativas da (muita) capacidade que tem.
    AS
    Zubizarreta Topo de Gama
    2024-04-20 00h41m por asa_scouting
    É isso que espero que faça no FC Porto. Acredito que não será o Conceição, nem o Gasperini do Atlanta, porque se chegar a final, ganhar, terão algum dos melhores clubes e mesmo assim, já terá. Penso que o treinador caso o AVB ganhe as eleições, será mais um nome surpreendente, mas forte em termos de nome a nível mundial.

    Vamos construir um plantel forte, voltar a ser um enorme Porto, praticar um futebol de altíssima qualidade, ganhar tudo e a todos, sem medo, na ra...ler comentário completo »
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