Com um sistema diferente (sistema com três centrais) e sangue novo, o Chaves - versão Moreno - arrancou um empate na receção ao Estrela da Amadora (2-2) bem perto do apito final. Um resultado justo que dá vida ao Chaves - consegue o primeiro ponto na Liga esta temporada -, e permite ao Estrela registar cinco pontos na tabela.
Em relação ao jogo, Moreno - para além da mudança no sistema - alterou três peças em relação ao último jogo: João Correia, Queirós e Sanca entraram no 11 para os lugares de Sandro Cruz, Phete e Sylla. Sérgio Vieira, por sua vez, apenas trocou um jogador, em relação ao último jogo: entrou Mansur para o lugar de Omurwa.
Começo forte, prometedor e carregado de otimismo por parte do Chaves. Com um sistema novo e recheado de criativos em campo, Moreno procurou proteger a equipa no momento de defensivo e libertar os jogadores no momento de atacar. Assim foi... durante os primeiros 20 minutos.
Depois disso, o conjunto da Amadora equilibrou o jogo e começou, paulatinamente, a encontrar brechas na defensiva flaviense. Léo Jabá - dos mais expeditos do lado dos visitantes - foi dos que mais desiquilibrou e foi também dos que mais castigou a defensiva flaviense: Ygor Nogueira e Guima, de resto, seguiram para os balneários com um cartão amarelo 'por culpa' do avançado.
Jabá - em bom plano - procurou muito Ronaldo Tavares que, no entanto, exibiu-se muito desinspirado em zonas de finalização. Ao min 24' e 35' cabeceou mal dentro de área e, já perto do intervalo, sozinho e sem marcação, disparou muito por cima e sem perigo.
Com Ronaldo ineficaz, Jabá descobriu um parceiro de ataque bem menos perdulário: Léo Cordeiro, num ataque rápido (e servido por Jabá) não vacilou na cara de Hugo e abriu o marcador em Chaves: balde de água fria para Moreno, num período onde a equipa procurava uma pressão mais alta (e audaz, diga-se).
Nos segundos 45 minutos, o Chaves não entrou mal - novamente com muita vontade, mas pouco critério - e foi o Estrela da Amadora que foi gerindo o jogo, até chegar ao segundo.
Depois de um erro defensivo do Chaves - Langa executou um passe longo negligente e João Correia escorregou em zona proibida -, Ronald, atento a um possível deslize, aproveitou e descobriu Jabá que, de cabeça, ampliou o marcador.
Até final, o Chaves carregou, Moreno mexeu em várias peças - Pedro Pinho e Jô saltaram do banco e foram decisivos - e Hector foi o primeiro a fazer o coração transmontano palpitar. Com um remate certeiro, o espanhol deu vida à partida e Pedro Pinho - ao min 90+4' -, colocou tudo na estaca zero, também com um remate fortíssimo. Um final de loucos que ainda foi a tempo de assistir à expulsão de Mansur, por duplo amarelo.
Lutaram, não desistiram e recolheram os frutos perto do fim. Não foi uma exibição de encher o olho, mas já se nota o dedo de treinador neste Chaves.
Um jogo que estava tranquilo transformou-se num caos - principalmente do ponto de vista defensivo - para o Estrela da Amadora. Era necessário mais sangue frio, principalmente no último quarto de hora.
Ricardo Baixinho, no cômputo geral, realizou uma partida competente. Esteve bem nos lances dos cartões amarelos e apenas ficou a dúvida se Aloísio merecia ou não o cartão vermelho, por entrada imprudente sobre Rúben Ribeiro. De qualquer das formas fica o benefício da dúvida pelo facto do árbitro principal ter consultado as imagens do VAR.