2012/13: Cruel ajoelhar

A Liga 2012/13 para sempre ficará marcada pelo 92.º minuto da penúltima jornada. No Dragão, FC Porto e Benfica disputavam o título. Os benfiquistas seguiam na frente. Uma vitória garantia a conquista e a festa começaria ali mesmo no relvado do Dragão. Um empate, seria o adiar da festa para a Luz, uma semana depois. A vitória portista, seria a quase confirmação do tri portista uma semana mais tarde em Paços de Ferreira.

O Benfica começou na frente, o Porto reagiu e empatou, mas seria já nos descontos, que Liedson lançou Kelvin e o brasileiro chutou cruzado para o fundo das redes de Artur. Vítor Pereira entrava eufórico no relvado, o Estádio explodia de emoção, depois de já muitos terem dado tudo como perdido. 

Junto ao banco do Benfica, Jorge Jesus caía de joelhos, com estrondo, numa das mais pungentes imagens da história do futebol português. O Benfica era vencido e o seu líder ajoelhava perante a superioridade do grande adversário. Nada mais precisava ser dito sobre este campeonato, a imagem falará sempre por si. Para a história ficava também o tricampeonato portista, em mais uma demonstração de força do Dragão.

Mas seria injusto esquecer a caminhada encarnada até essa derrota, a primeira de três que marcaram a história benfiquista, pois na quarta seguinte o Benfica perderia a final da Liga Europa nos descontos e no fim de semana que se seguiu, o Guimarães viraria o jogo de 1x0 para 1x2, para levar a Taça de Portugal para a Cidade Berço.

Quem também não esquece a época de 2012/13 são os sportinguistas. Numa época horrível que viu o leão mudar de treinador de Sá Pinto ao belga Vercauteren, acabando em Jesualdo Ferreira, o Sporting passou metade da época com o credo na boca, afundando-se na tabela, perigosamente perto da zona de despromoção. 

Depois da saída de cena do Presidente Godinho e da chegada de Bruno de Carvalho, já com Jesualdo Ferreira ao leme, o leão recuperou na tabela e ainda acabou a lutar pela Europa.

Mas era tarde demais, o Sporting pela primeira vez em décadas não se qualificava para a Europa, fruto do sétimo lugar, a pior classificação de sempre do leão no Campeonato Nacional. 

Mas nem tudo correu mal para os lados de Lisboa, com o Estoril a conquistar o quinto lugar e qualificação para a Europa, se bem que o grande destaque tem de ir obviamente para o Paços Ferreira, que magistralmente liderado por Paulo Fonseca, ultrapassou o Braga e acabou no terceiro lugar, com uma histórica qualificação para a Liga dos Campeões.