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Parte I da entrevista do médio ao zerozero

Rafael Assis e a permanência do Trofense: «Foi como um título para nós»

2024/04/30 11:00
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Liderança: função de líder; chefia; orientação; capacidade ou competência para liderar

Seja com indicações em alta voz, com um braço a apontar o caminho aos colegas ou com um carrinho feito na hora certa, Rafael Assis é a definição da expressão supramencionada.

Aos 33 anos, e após um longo percurso nos campeonatos profissionais em Portugal, o médio-defensivo decidiu aceitar o convite do Trofense para disputar a Liga 3.

Depois de a formação orientada por Nuno Manta Santos ter assegurado a permanência, o zerozero esteve à conversa com o camisola 14. Nesta primeira parte da entrevista abordou-se o projeto do emblema da Trofa, as diferenças da Liga 3 para as competições profissionais e a forma como Rafael Assis, jogador extremamente batido, procura influenciar de forma positiva os jovens do plantel.

(A parte II da entrevista será publicada mais tarde esta terça-feira)

Zerozero: Quão saboroso foi chegar a duas jornadas do fim já com o objetivo da manutenção alcançado? 

@FPF

Rafael Assis: Foi algo muito prazeroso. Cheguei ao Trofense numa altura em que o clube tinha perdido três pontos devido a problemas administrativos relacionados com a direção anterior e as coisas não estavam como tinham de estar. Cheguei juntamente com a nova presidência e com a nova equipa técnica e o objetivo sempre foi a manutenção. Nós, lá dentro, queríamos muito mais do que isso e tínhamos condições para chegar mais longe, mas não foi possível. No entanto, ficamos muito felizes por termos conseguido a manutenção para o clube, que se encontra a ser resgatado. Sentimos que a conexão com os adeptos e com a cidade está a aparecer novamente e isso para nós, jogadores, é espetacular.

ZZ: O que o levou a aceitar a proposta do Trofense? A verdade é que foi a primeira vez que disputou um campeonato não profissional em Portugal…

RA: Isto foi algo que surgiu em cima da hora. Eu tinha acabado de fazer uma época muito boa no Barém e depois vim de férias, juntamente com a minha família. Entretanto eu e a minha esposa colocámos o nosso filho na escola e eu não quis ficar longe deles. Ela disse que não queria voltar para lá e que o ideal era eu ficar, mas que se não desse eu voltava e ela ficava com o menino. No entanto, conversei com o meu agente e expliquei-lhe que queria ficar perto da minha família, aqui em Portugal. Os clubes das divisões superiores já se encontravam com os plantéis fechados e nessa altura o meu clube do Barém já me estava a pressionar para eu renovar. Entretanto o mister Nuno Manta Santos falou comigo, disse-me que estava prestes a assinar pelo Trofense e disse-me que queria muito contar comigo.

Fiquei feliz pela forma como o treinador entrou em contacto comigo, sendo que, depois, isso também passou para a presidência. A partir do momento em que vi o desejo de toda a gente em contar comigo, não pensei duas vezes. Explicaram-me os problemas que o clube estava a passar, mas foi mais um desafio que tive pela frente. Felizmente, conseguimos manter o clube na Liga 3. Muita gente, fruto dos problemas do clube, dava-nos como os maiores candidatos à descida. Conseguirmos esta manutenção foi como um título para nós.

ZZ: O Assis chega ao Trofense pouco depois de uma grande mudança diretiva (o clube havia comprado as ações da SAD dias antes de ser apresentado). Como descreve as condições que encontrou e o trabalho da direção? 

Rafael Assis
2023/2024
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RA: Foi algo pelo qual ainda não tinha passado. Cheguei numa altura de grandes mudanças no clube, mas toda a gente foi sincera comigo desde o primeiro dia. Disseram-me que a situação estava muito difícil, mas os jogadores do plantel com quem falei antes de assinar disseram-me que a nova direção já estava a resolver as situações que estavam pendentes. Pela sinceridade de toda a gente, decidi aceitar o convite. Tem sido feito um trabalho espetacular e tenho a certeza que o Trofense vai estar onde tem de estar, na elite, entretanto.

ZZ: Que balanço faz desta temporada na Trofa num plano mais individual? E como descreve a Liga 3?

RA: Tenho conversado com amigos que estão na 1ª Liga e na 2ª Liga e o que muda é a designação da competição. Em termos competitivos, a Liga 3 está num nível bastante elevado. No ano passado, o Varzim eliminou o Sporting da Taça de Portugal, isto numa época em que esteve a lutar para não descer ao Campeonato de Portugal. Só dá força ao que disse agora. Este é um campeonato semi-profissional, mas a competitividade é muito grande. Ainda assim, claro que as condições financeiras não são as mesmas e que as condições logísticas que alguns clubes da Liga 3 dão não são iguais às de clubes da 1ª Liga e da 2ª Liga.

Do ponto de vista individual, fiquei muito feliz com o meu desempenho ao longo desta época. Não estava à espera de ter esta sequência, mas, felizmente, consegui ajudar o clube, que depositou grande confiança em mim. Tento ajudar tanto dentro como fora de campo, é incrível recuar sete meses e perceber o quanto o grupo mudou para melhor ao longo desta temporada. Para além de termos conseguido a manutenção, conseguimos fazê-lo com boa qualidade de jogo. O clube está feliz e, se a direção mantiver este caminho, tenho a certeza que o clube vai chegar onde tem de estar.

ZZ: É o segundo jogador mais velho do plantel, apenas atrás do Diogo Viana. Sente a responsabilidade- positiva- de ser um dos líderes do balneário? 

Trofense assegurou a manutenção após vitória sobre o Canelas @FPF

RA: Sem dúvida, é uma responsabilidade gostosa. Os jogadores do plantel têm uma boa mentalidade, portanto sabem escutar e bebem muito da experiência de quem já jogou em patamares superiores. Converso muitas vezes com os mais jovens e eles têm absorvido muito o que nós dizemos e o que fazemos. Acredito que, acima de tudo, temos de mostrar, as nossas atitudes dentro de campo impactam os jovens. Eles ficam felizes, conversam connosco e nós, os mais velhos, ficamos felizes por os conseguir ajudar. Quando passei pelo SC Braga tive a oportunidade de trabalhar com o Alan, no Chaves convivi com o Ricardo e recebi muitos conselhos deles. Absorvi muito e agora estou na fase da minha carreira em que tento transmitir e retribuir o que fizeram por mim.

ZZ: Tendo o Assis a carreira que tem, há essa curiosidade dos mais novos em perceber como podem chegar a um patamar mais elevado?

RA: Há muito! Temos o Simãozinho, o André Rosa, o Ousmane, o Semeu, o Edu, o Wilson.... Jogadores jovens que se sentam para conversar connosco, especialmente quando chegamos de manhã para tomar o pequeno-almoço. Eles perguntam muito sobre a nossa trajetória até chegarmos ao patamar a que chegámos, o que sentimos quando estamos lá... Isso é muito gratificante e tento mostrar-lhe a importância do trabalho individual e da união enquanto grupo. Acredito que o Trofense vai fazer grandes negócios em breve porque há ali muito valor.

Brasil
Rafael Assis
NomeRafael Henrique Assis Cardoso
Nascimento/Idade1990-10-31(33 anos)
Nacionalidade
Brasil
Brasil
PosiçãoMédio (Médio Defensivo)

Fotografias(52)

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