AVB: «Amanhã ou quinta vou ao Olival apresentar a direção aos jogadores»

Ainda na sequência da presença na zona mista depois da cerimónia de tomada de posse levada a cabo na zona VIP do Estádio do Dragão, André Villas-Boas falou do impasse na renúncia de vários elementos da SAD do FC Porto, bem como os desafios imediatos da nova direção. Além destes tópicos, o grande destaque vai para a garantia de que a apresentação da mesma aos jogadores será feita brevemente, num momento que antecedeu a justificação da ausência de Sérgio Conceição e Pepe do evento.

As palavras do novo presidente do FC Porto

Atraso pode comprometer a próxima época? «Não é temer pela próxima época. Há um sentimento de controlo total que tem que existir por parte da nova presidência, da nova direção do clube e isso não acontece. Como sabem, a maior parte dos poderes estão centrados na SAD. Apesar de haver partilha de documentação, é importante que a mesma seja sustentada em poder executivo, numa Comissão Executiva onde estaria presente um dos nossos administradores com esse poder executivo e poder de veto. Não há outra forma de entrarmos nesta cooptação, sem essas premissas estarem contempladas.

Vamos ter que acelerar processos. Tudo já é demasiado tarde e convinha que as pessoas facilitassem um bocado as coisas. Amanhã ou quinta-feira deslocar-me-ei ao Olival para fazer a apresentação da nova direção do clube aos jogadores. Hoje havia treino e é essa a razão pela qual o capitão de equipa e o treinador não estavam presentes. Fizemos questão de ter presentes todos os capitães e treinadores das equipas das modalidades. Em breve, sem nunca afetar os compromissos da equipa, iremos apresentar a equipa no Olival e dar início às conversas de construção do futuro do FC Porto.»

Nova direção está pronta a trabalhar: «Nós já estamos a trabalhar enquanto direção, já temos as nossas próprias instalações no lado nascente e estamos ao serviço. O que facilitaria muito era uma cooptação com poder total executivo e de veto. Só assim aceitaríamos fazer a cooptação de um ou dois dos nossos vice-presidentes ou administradores. Enquanto isso não acontecer, não iremos ceder, pelo que precisamos da cooperação dos atuais membros da SAD. Nesta fase, vamos abrindo dossiers, documentando, chamando funcionários, partilhando documentação e tomando as decisões estruturantes que achamos que são as melhores para o clube.»

Dossiers mais preocupantes: «Neste momento há muita informação ou troca de contratos para serem analisados do ponto de vista jurídico em todos os sentidos. Há, evidentemente, coisas sensíveis relativamente ao nosso futuro, tomadas recentemente e que estamos a analisar extensivamente. Depois, claro está, há uma responsabilidade sobre a tesouraria que é importante e à qual queremos também responder em devida altura. Portanto, passo a passo vamo-nos apoderando de toda a documentação, tomando as melhores decisões seja do ponto de vista da academia, do contrato com a Ithaka, do contrato com a Legends, as renovações recentes. Tudo isto é informação sensível e para a qual, gradualmente, do ponto de vista jurídico estamos a construir as melhores opções.»

Responsabilidade de vencer no imediato: «É uma responsabilidade boa e na qual temos muito prazer. Conheço muito bem o clube e os adeptos. Sinto-os na palma da minha mão, foi isso que me marcou enquanto treinador do FC Porto e é isso que me vai marcar enquanto presidente.»

Motivos para a SAD não renunciar: «Não posso responder a isso. Só os próprios podem responder e, no caso do Presidente, já respondeu e não estará disposto a renunciar ao cargo. Parece-me evidente que quer estar na final da Taça e estaria sempre, porque para mim seria um orgulho. Nem sequer seria o caso. Em relação aos outros, há que lhes perguntar, porque os mesmos estão em gestão desde o dia 31 de dezembro de 2023.»

Primeira tarefa a colocar em prática: «Em primeiro lugar, gostava de lançar o mais breve possível uma facilitação e angariação de novos sócios do FC Porto. Este é um momento mágico para o clube onde muitas pessoas se estão a tornar associadas do FC Porto. O processo é lento, é a papel e caneta, demora e fosse o mesmo digital, rápido e eficaz e os números teriam sido muito superiores aos que constatamos. Claro está que estes processos de transformação digital demoram sempre um pouco. Será uma responsabilidade do Tiago Madureira e um dos seus principais pontos de trabalho é a renovação de todo o clube na parte digital. Gostava que o mesmo estivesse já implementado e em curso, mas não é uma coisa para dias, é para alguns meses. Peço, não aos sócios porque esses já são, mas aos adeptos e simpatizantes do FC Porto, para nos darem um bocadinho de paciência e não perderem essa ilusão até lançarmos as novas campanhas.»