O que se viu fora das quatro linhas foi tudo menos bonito, o clima na Luz foi tenso, mas o Benfica, galvanizado com uma 2ª parte tremenda e consequência das mexidas de Roger Schmidt, venceu o SC Braga por 3-1 e colocou toda a pressão sobre o rival Sporting antes do Clássico com o FC Porto.
Antes do Clássico, havia duelo importante para as contas europeias. No Benfica, Roger Schmidt promovia três alterações no onze titular, com as entradas de Aursnes, Rafa e David Neres para os lugares que pertenciam a Carreras, Tiago Gouveia e Kokçu. Já do lado do SC Braga, o treinador Rui Duarte promovia duas alterações, chamando Zalazar e a surpresa Cher Ndour, a encontrar o antigo clube, para os lugares que pertenciam a Vítor Carvalho e Bruma.
«Palhaç**» 🤬🦅
Em uníssono, o Estádio da Luz faz-se ouvir e lança a crítica durante o Benfica x SC Braga pic.twitter.com/wBbmaknoS4
— ZEROZERO (@zerozeropt) April 27, 2024
O Benfica até podia estar cada vez mais longe do título, que começava a parecer mera formalidade, mas ainda tinha que assegurar o 2º lugar e tinha pela frente um SC Braga também com ambições europeias. Mesmo jogando na Luz, os bracarenses entraram pressionando alto e isso expôs algumas debilidades na saída encarnada, que ficou em sentido.
Contudo, essa pressão, bem conseguida, não durou muito e o Benfica começou a conseguir libertar-se dessas amarras e a potenciar as suas alas, ao ponto de criar as melhores ocasiões de golo iniciais - Cabral, num livre estudado, atirou à barra, aos 10' -, embora faltando algum dinamismo no corredor central, em grande fruto da decisão de Rui Duarte de fortalecer o miolo com o seu 4x1x4x1.
O SC Braga, por sua vez, parecia querer jogar com o psicológico e ia demorando algum tempo nas reposições de bola e bolas paradas, embora não se apequenando com o esférico nos pés. Apesar disso, foi na transição que os Gverreiros causaram estragos e, aos 28', chegaram ao golo inaugural, aproveitando o mau posicionamento de Aursnes e uma péssima abordagem de Otamendi. Djaló entrou na direita da área, cruzou atrasado e Ricardo Horta fez o 0-1.
O Benfica precisava de muito mais para não colocar o Sporting na rota do título já nesta jornada e os encarnados tentaram entrar dinâmicos na 2ª parte, com Di María como principal arma, mas continuava a faltar largura e ajuda nas alas e Roger Schmidt, percebendo isso, fez entrar Carreras para a esquerda, mas retirou Bah e deixou Aursnes na direita.
Voltava a estar tudo em aberto para a ponta final e o Benfica galvanizava-se, assim como as bancadas, até porque havia ainda muito por jogar. O SC Braga não mudava de mentalidade e continuava a defender-se como podia, mas bastou dar um pouco mais de espaço na transição e o Benfica aproveitou: aos 84', Di María arrancou pela esquerda, fez um cruzamento daqueles com olhos e GPS e encontrou ao segundo poste David Neres, que cabeceou para o 2-1. Estava feita a reviravolta.
Pela primeira vez em desvantagem, o SC Braga finalmente deu ares da sua graça com bola e a pressionar, mas, pouco depois, aos 89', Víctor Gómez viu o vermelho direto por uma entrada feia sobre DI María e isso acalmou rapidamente os ânimos bracarenses. Já nos descontos, Marcos Leonardo voltou a ser matador e colocou o ponto final, ao fazer o 3-1. O Benfica impediu a festa de campeão do rival nesta jornada, mas teve que sobreviver a um jogo muito tenso.
Mais um jogo, mais uma vez em que os jogadores vindos do banco de suplentes do Benfica mostram que merecem mais e melhores minutos. Todos os que entraram, melhoraram o jogo do Benfica e provaram que não devia haver lugares «cativos.»
Por muito que exista contestação e exibições menos conseguidas, Rui Costa tem razão, pelo menos, numa coisa e há limites a serem constantemente ultrapassados. O que se viu fora das quatro linhas foi tudo menos um espetáculo e até já vemos adeptos a criticarem certos grupos de adeptos, perante essas atitudes.