Em Semana Santa, a Páscoa açambarca grande parte da criatividade. Este sábado, no Estádio do Bessa, acabou por não ser diferente.
Sábado de Aleluia retratou um empate pouco ou nada santo entre Boavista e Rio Ave. Foi um duelo bastante dividido - quer entre as formações, quer em momentos de jogo. O nulo no marcador permaneceu do início ao fim, mas ainda deu muito a contar.
O Boavista manteve os habituais titulares, enquanto o Rio Ave demonstrou algumas mudanças. Luís Freire viu-se obrigado a mexer cedo na equipa, devido às lesões de Josué Sá e Amine Oudhiri. Baixas de peso de jogadores influentes.
A primeira parte deste encontro, à semelhança da escrita e reescrita ressurreição de Jesus Cristo que alegadamente aconteceu ao terceiro dia, teve três partes distintas.
Tanto Boavista e Rio Ave subiram ao relvado com vontade de demonstrar bom futebol. E assim foi durante boa parte do tempo. Com ligeiro ascendente vilacondense, eram boas e muitas as investidas parte a parte, ainda que nem João Gonçalves nem Jhonatan tivessem tido um grande volume de trabalho.
Depois disso, o jogo esmoreceu. Luís Freire viu-se obrigado a retirar Josué e Amine por lesão no decorrer da primeira parte e, para além disso, era notória a decadência de ritmo do encontro - mesmo num Boavista sem alterações.
Os minutos finais reservaram pouca emoção, ao contrário do sucedido no início. Cadência lenta, criatividade escassa e tudo muito amorfo. Mesmo assim, esperava-se bom nível após o intervalo.
Depois da forma dormente como a primeira parte terminou, havia a necessidade de mudar. Quem o fez foi Luís Freire, mesmo já tendo queimado duas substituições nos 45 minutos iniciais. Fez Joca subir ao relvado após o intervalo e veio mudar o jogo quase na totalidade. Dinâmica, verticalidade e criatividade. O encontro precisava disto mesmo..., mas o Boavista não.
Os panteras mostraram, ao início, que estavam em campo para vencer e acabar com a série inconstante de resultados, no entanto Ricardo Paiva tardou em fazer alterações e em mudar a toada que a equipa boavisteira atravessava.
Por falar em mudar: tudo mudou mesmo. Depois de uma hora de ligeiro ascendente rioavista, como já havíamos escrito, Emmanuel Boateng viu o segundo cartão amarelo e deixou a turma de Luís Freire reduzida a dez elementos.
O Rio Ave chegou a colocar a bola dentro da baliza, mas um falta sobre João Gonçalves ditou a invalidação e, verdade seja dita: mesmo com menos um jogador, os vilacondenses bateram-se como se estivessem a jogar de igual para igual.
No final, nada mais houve para contar. Não houve Aleluia. O Rio Ave somou o quinto empate consecutivo na Liga Portugal Betclic e o Boavista regressou aos pontos, depois da derrota pesada em Alvalade.
Bom futebol nos momentos iniciais do jogo, bancada visitante com muitos adeptos e muito ruído no Estádio! Que réplica deu o primeiro quarto de hora deste encontro a muitos que nós já vimos.
Depois do ritmo de jogo cair, eram necessários novos ares. Joca entrou para mexer com o Rio Ave, mas o Boavista em pouco ou nada se alterou - e precisava disso.
Tentou ter um critério igualitário nos mais variados casos, mas, em alguns, Nuno Almeida demonstrou ser algo benevolente.