Altura de páscoa também significa prendas e ovos - com surpresas lá dentro. Em Guimarães, Álvaro Pacheco partiu o ovo e teve a prenda do costume: um golo de Jota Silva a desatar o nó e, mais importante, a decidir a partida (1-0).
Num lance bem desenhado, o avançado surgiu de rompante na pequena área e cabeceou para um golo que pode ser fundamental rumo à história do emblema minhoto [n.d.r: veja aqui o artigo sobre a possibilidade deste ser o melhor Vitória SC de sempre].
Com este resultado, os vimaranenses seguem no quinto posto e colam-se - sob forma provisória - ao SC Braga, com os mesmos 53 pontos.
Em relação ao jogo, ambos os técnicos não operaram muitas (quase nenhumas novidades). Álvaro Pacheco repetiu o onze que venceu o Chaves fora de casa, enquanto Rui Borges apenas mexeu em uma peça: saiu Hernâni Infande e entrou Kodisang - o melhor elemento da primeira parte cónega.
Belo duelo (e quentinho) em Guimarães. De um lado, o internacional português. que continua num excelente momento - arrancadas fantásticas do avançado que parece impossível de controlar e omnipresente (está em todo o lado); do outro lado, o internacional sul africano, que - seis jogos depois - regressou à titularidade e dificultou muito a tarefa de Ricardo Mangas. Um desequilibrador nato.
Foram as principais figuras dos primeiros 45 minutos, mas nenhum conseguiu desbloquear o nulo. De resto, depois de 10 minutos avassaladores do Vitória SC - Bruno Gaspar, após um lance individual fantástico de Jota Silva disparou para uma boa defesa de Kewin, enquanto Manu Silva, na sequência do canto, permitiu nova defesa ao brasileiro -, a partida equilibrou e o conjunto de Rui Borges criou dificuldades na estrutura defensiva vimaranense.
Kodisang esteve em belo plano em dois lances, mas o grande susto para os adeptos vitorianos chegou aos 26': Mingotti, num lance algo confuso, surgiu isolado na cara de Charles - ainda que adiantado em relação à defensiva do Vitória SC, diga-se - e disparou com estrondo na barra. Primeira parte equilibrada, sublinhada por dois duelos individuais muito interessantes.
Venceu o duelo individual da partida (de longe, uma vez que Kodisang desapareceu na segunda parte) e sublinhou excelente momento que atravessa - quarto jogo seguido a marcar em jogos a contar para o campeonato.
Antes do golo, não obstante, seguimos a ordem cronológica da partida: por cima do encontro, o Vitória SC - antes do golo - esteve perto de faturar por duas ocasiões. Primeiro, aos 59', João Mendes disparou forte mas saiu ao lado e, aos 68, o médio voltou a surgiu com perigo dentro de área, mas - de cabeça - permitiu defesa fácil a Kewin. Entremeio, Camacho - assistido por Kodisang - desperdiçou a grande oportunidade dos cónegos na segunda parte, com um cabeceamento por cima.
Ao minuto 68, Bruno Gaspar olhou para Jota, cruzou tenso e o internacional luso - surpreendeu tudo e todos ao surgir de rompante para o único golo da partida: grande golpe de cabeça do jogador vimaranense. Até final, o Moreirense carregou - Matheus Aiás, de cabeça, permitiu uma defesa brutal a Charles -, mas foi o Vitória SC quem saiu mais sorridente.
Voltou a faturar - 14º golo esta época e o quarto jogo seguido a marcar a nível interno - e voltou a ser a principal figura do Vitória SC, numa partida que não foi nada fácil de desbloquear. A continuar assim, vai dar uma boa dor de cabeça ao selecionador nacional...
Intenso, agressivo, com dois duelos individuais interessantes, mas pouco mais. Acabou por ser o fator menos positivo de uma partida que animou no segundo tempo, principalmente após o golo de Jota Silva.
João Gonçalves teve uma tarde difícil de gerir em Guimarães, mas sem grandes casos a apontar. O lance de maior dúvida surge perto do fim, quando Maracás - na sequência de um alívio infeliz - acertou no próprio braço: poderia ter sido revisto no VAR, mas o árbitro optou por mandar jogar.