Estrela da Amadora e GD Chaves defrontaram-se, este sábado, num daqueles jogos em que ambas as equipas estavam cientes de que podiam somar pontos valiosos frente a um adversário direto na batalha pela manutenção. Ambas as formações tiveram momentos em que pareciam capazes de amealhar os três pontos, mas no fim deu empate (1-1).
Os flavienses vinham da sua única vitória nos últimos 10 jogos e começaram por se colocar em vantagem no marcador, até que a chuva colocou o jogo num caminho bem mais favorável aos da casa. Esse domínio pareceu apontar para um triunfo tricolor, antes do nervosismo final fazer dos ferros (de ambas as balizas) protagonistas.
O duelo entre candidatos à descida começou com um notável equilíbrio entre duas equipas que sentiam a necessidade de assumir o jogo e somar pontos importantes, mas que continuavam a esbarrar no quase perfeito encaixe que sempre surge quando duas formações 3-4-3 se encontram em campo. Foi assim durante apenas sete minutos.
Os adeptos da casa não demoraram a superar o volume dos visitantes, numa demonstração de apoio à sua equipa, mas o desejado empate não chegava. A equipa de Sérgio Vieira tinha mais bola, subia no terreno, mas só conseguia chegar à baliza adversária com remates de longe ou a partir de lances de bola parada. Para melhor, foi preciso apoio meteorológico...
Chuva já tinha feito parte do menu do dia, mas ainda não tinha feito nenhuma intervenção após o pontapé de saída. Quando apareceu, obrigou alguns milhares de adeptos a procurar abrigo antes do intervalo - até os jornalistas presentes sentiram o encharcar do seu espaço de trabalho -, mas à equipa da casa só deu alento.
Foi nessa altura que Kialonda Gaspar obrigou Hugo Souza a uma impressionante defesa dupla. O guardião brasileiro voltou a brilhar minutos depois, perante um remate de Aloísio Souza, mas no último lance da primeira parte viu a bola molhada escorregar ao que parecia uma defesa certa! Foi Ronaldo Tavares que levou a Reboleira à loucura, depois de um cruzamento perfeito de Léo Jabá.
Os treinadores optaram por fazer duas alterações cada ao intervalo, à procura de dar frescura a um jogo cada vez mais pesado. O Estrela continuou por cima, mas a verdade é que, talvez por causa do abrandar da chuva, houve uma quebra no volume de ocasiões de golo.
O GD Chaves, que pouco criara desde o golo, viu a equipa da casa desperdiçar a reviravolta. Ronaldo Tavares falhou o e mais tarde foi Léo Jabá, isolado, a deixar escapar o 1-2.
Os flavienses chegaram vivos à fase final do jogo, na qual o nervosismo se instalou. De repente, parecia que o jogo podia cair para qualquer lado, mas se o empate se manteve até ao final foi por um imaculado trabalho… dos ferros. Uma trave recebeu o cabeceamento de Bruno Rodrigues aos 90+1, a outra travou o potente remate de Jean Felipe aos 90+6!
Nem a chuva, por vezes pesada, nem a posição na tabela impediu que o Estádio José Gomes estivesse bem composto. Quase cinco mil nas bancadas, incluindo uma boa presença no setor visitante, a apoiar durante os 90 minutos. Tantas vezes é isto que falta em certos palcos da Liga Portugal Betclic, mas este sábado não foi o caso.
Houve alguns momentos em que certas individualidades se chegaram à frente e parte do jogo ficou afetada pelas condições climatéricas, ainda assim, é difícil não apontar o dedo à qualidade do futebol apresentado pelas duas equipas quando esse parece ser o motivo para estarem as duas ainda longe de garantir a sobrevivência.
Alguma falta de harmonia no critério de Artur Soares Dias. Nenhum lance foi escandaloso, embora pudesse ter existido intervenção do VAR num pisão de Essugo sobre André Luíz.