A surpresa, que já não é surpresa. O Moreirense deu seguimento à boa temporada que está a desempenhar e venceu o Chaves por 1-0, com um belo golo de Madson, já nos 20 minutos finais. O primeiro tempo foi entretido, mas Kewin e Hugo Souza chegaram-se à frente e mantiveram o nulo. A segunda parte foi mais nivelada por baixo, depois de algumas oportunidades iniciais. O Moreirense adiantou-se com uma recorte técnico de grande nível e não mais largou a liderança.
Os cónegos alargaram assim para nove pontos a vantagem sob a equipa mais próxima abaixo (Farense, à condição), e estão a quatro do Vitória SC. Já o Chaves, perdeu depois de três empates, e continua em lugares de despromoção.
Um Moreirense tranquilo e um Chaves aflito: era este o retrato das equipas à partida para o duelo em Moreira de Cónegos. Apesar dos diferentes momentos das equipas, o primeiro tempo foi bastante equivalente, no que toca a chances para se adiantarem no marcador, mas o nulo manteve-se ao intervalo, com muita influência dos guardiões.
Os flavienses começaram com mais fulgor ofensivo. Guzzo respondeu a um cruzamento de João Correia logo aos 5´, mas Kewin segurou em cima do disparo. O Moreirense foi tomando conta da posse, ameaçando perigo eminente, que foi conseguindo criar através de muitos pontapés de canto.
Os cónegos começaram a chegar cada vez mais perto da baliza flaviense e as oportunidades começaram a aparecer. Franco, depois de um canto, viu-lhe um golo negado em cima da linha por Vasco Fernandes. Depois, foi Assué, que rematou com violência na sequência de um cruzamento atrasado, mas Hugo Souza respondeu a grande altura, desviando com uma mão, ainda contra o poste.
Após uma pressão mais forte do Moreirense, os últimos 20 minutos pertenceram ao Chaves. A equipa transmontana subiu e começou a pressionar mais alto, obrigando os da casa a errar. Ruben Ribeiro tentou um par de vezes de meia distância, mas muito por cima, Nwakali cruzou perigoso ao segundo poste, mas Frimpong estava atento. Já nos descontos, Guzzo recebeu entre linhas e rematou em jeito em direção ao poste mais distante, mas Kewin brilhou a grande altura.
Não houve golos, mas o nível foi interessante. Não fossem os guardiões canarinhos e o nulo poderia já estar desatado.
O segundo tempo até começou interessante, mas foi sol de pouca dura (já de noite). Assué tentou de meia distância, sem sucesso e Guzzo, com um voley, fez o mais difícil e acertou em Kewin, já dentro da área. Após a entrada com vontade de mudar o rumo do jogo, o cansaço começou a apoderar-se dos jogadores e começou o festival de passes fáceis falhados.
No meio da atrapalhação a meio campo, Hugo Souza negou novo golo, desta vez a Maracás, com mais uma brilhante intervenção. O Chaves começou a expôr-se mais (algo normal, sendo eles os mais necessitados da vitória) mas sofreu do reverso da moeda. Dinis Pinto cruzou da direita e, com um volley excelente, Madson deixou Hugo pregado ao relvado.
Moreno, numa tentativa de reação, desmontou a linha de cinco atrás e enveredou num 4-4-2, com Jô e Paulo Victor na frente. Essa mudança acabou por não surtir muito efeito, sendo que a falta de discernimento nas ações mais fáceis continuou bem patente na turma flaviense e o resultado não mais se alterou.
Sem André Luís, a equipa poderia baixar a forma, algo que não aconteceu. Mesmo sem o rendimento de outrora, os cónegos são sempre competitivos e ganham jogos por isso.
Mesmo com cinco homens na defesa, a equipa flaviense continua muito permeável. Os centrais comprometem na construção e no jogo nas costas, os extremos não baixam para defender. Assim, será difícil...
José Bessa marcou faltas em demasia, mas esteve bem nas decisões mais cruciais da partida. Expulsou o treinador de guarda-redes do Moreirense, bem perto do final.