Fome repartiu-se em dois

Em mais um encontro da 13ª jornada da Liga Portugal Betclic, FC Arouca e Rio Ave empataram 2-2, com dois golos em cada parte. A turma da casa chegou aos dez pontos e ascendeu ao 16ª lugar, enquanto os forasteiros subiram ao 13º lugar, mas com 11 pontos.

Os dois treinadores encararam este jogo praticamente com as mesmas peças do último encontro. Daniel Sousa mudou apenas um atleta, fruto da expulsão de Bogdan Milovanov no Estádio do Bessa, enquanto Luís Freire confiou nos mesmos onze jogadores que empataram diante do Estrela do Amadora.

Criar e conservar

Escrevemos na nossa antevisão que as duas equipas estavam a subir de forma e verificamos isso logo nos primeiros minutos. O Rio Ave entrou com tudo, com processos rápidos  e com vontade de incomodar o conjunto da casa, que esteve algo precipitado nos minutos iniciais. Aliás, Morlaye Sylla podia ter sido expulso... aos três minutos, depois de levar cartão amarelo aos 20 segundos de jogo. Ficam muitas dúvidas na segunda decisão de André Narciso.

Com cinco minutos decorridos, a turma de Vila de Conde chegou ao primeiro golo, na sequência de um pontapé de canto, onde Aderllan Santos aproveitou uma bola perdida para inaugurar o marcador. Confiança a crescer, coesão defensiva e eficácia de remate: existiria melhor maneira de entrar em campo?

Boateng foi dos melhores na primeira parte @Rogério Ferreira / Kapta+

Enquanto corrigíamos algumas frases nesta crónica, os comandados de Luís Freire confirmaram esta tendência e chegaram ao segundo golo, novamente ao aproveitar um erro do FC Arouca. Uma perda de bola no próprio meio-campo originou um remate certeiro de Emmanuel Boateng, que conseguiu contornar o guarda-redes uruguaio e fazer o 2-0. Apesar de algum tempo de espera para o vídeoárbitro analisar uma possível falta, o lance foi validado.

Foi preciso esperarmos até aos últimos minutos do primeiro tempo para vermos uma reação da equipa da casa: Rafa Mujica ameaçou e Morlaye Sylla marcou. No entanto, o camisola dois estava fora-de-jogo e a vantagem vinda das Caxinas continuou nos dois golos. Na ida para os balneários, Luís Freire estava contente com o que estava a observar, enquanto Daniel Sousa foi o primeiro homem a dirigir-se para o túnel.

Roubar a criação

Esse estado de espírito transportou-se para os minutos iniciais da segunda parte: Costinha e Emmanuel Boateng estiveram muito perto do «golpe final» - este último, inclusive, acertou com a bola na trave -, mas foi Cristo González a encontrar o caminho para a baliza do Rio Ave pela primeira vez.

À semelhança do que tinha acontecido no início da partida, existiu uma equipa que (re)começou muito melhor. Desta vez, era o FC Arouca a assumir esse papel, para conseguir estar por cima. Serviu, também, para chegar à igualdade, desta vez por intermédio de Jason, que só teve de fazer o mais fácil e encostar, após um passe de Morlaye Sylla para o segundo poste.

O Rio Ave sentiu muito os dois golos que sofreu. Até podia ter sofrido o terceiro aos 77 minutos, aquando de uma dupla tentativa de Rafa Mujica, travada por Jhonathan. Os jogadores que Luís Freire lançou com o decorrer do jogo não conseguiram fazer a diferença e o encontro caminhava a passos largos para o fim.

A baliza de de Arruabarrena ainda foi ameaçada umas quantas ocasiões, mas o resultado manteve-se inalterado. Um ponto para cada lado, que não agradou a ninguém: o Rio Ave esteve em vantagem por dois golos, enquanto o FC Arouca não consumou a reviravolta «final» para conquistar o triunfo.