Em agosto de 2022 o Brasil perdeu um dos seus grandes humoristas, Jô Soares. A icónica figura do humor brasileiro teve como uma das suas últimas aventuras na televisão um talk-show, ao estilo norte-americano, chamado «O Programa do Jô». Ora, porque quem escreve era fã, aproveita-se este jogo entre o Chaves e o Vizela para se fazer uma curta lembrança de Jô Soares, já que a figura da partida e o homem que valeu os três pontos aos flavienses é também conhecido por Jô, neste casa Batista.
Pois é, o avançado brasileiro, marcou o golo que valeu a vitória (2-1) ao Chaves contra o Vizela, esteve muito perto de marcar outros golos e ajudou a equipa de Moreno (trocou seis peças em relação à última derrota, inclusive o guarda-redes) a terminar com uma série de três derrotas. Para além disso, a equipa da casa venceu um rival direto na luta pela manutenção e acabou mesmo com o bom momento do Vizela.
Ora, mas há momentos em que se nota o mau momento de uma equipa e o Chaves teve um claro exemplo. Do remate de Jô surgiu um canto e desse canto um cabeceamento para fora. O Vizela ganhou pontapé de baliza, bateu-o curto e com calma e, mesmo assim, apanhou a equipa da casa completamente desposicionada. Diogo Nascimento recebeu completamente sozinho ao meio, encontrou Lacava completamente sozinho na esquerda e este ofereceu o golo a Essende.
Nesta fase acaba por ser preciso dar mérito à equipa do Chaves que não se deixou entrar numa eventual espiral negativa e conseguiu reagir quase de imediato. Jô (quem mais?) ficou perto do empate por duas vezes e, numa delas, tirou tinta ao poste com um remate rasteiro. O Vizela estava a conseguir sair bem com a bola, mas estava cada vez mais recuado. Ficava a ideia que era propositado, para explorar a velocidade, mas nunca o conseguiu fazer bem.
O empate adivinhava-se e chegou mesmo, numa grande penalidade convertida por Héctor, o segundo melhor marcador do campeonato. Estava traçado o cenário para uma reta final de primeira parte de pressão do Chaves, mas não foi o que aconteceu. A equipa de Moreno, de forma estranha, desligou e só não foi a perder para o intervalo porque Lacava viu o golo da jornada ser negado pelo poste e porque o árbitro não marcou uma possível grande penalidade para os visitantes, por mão de Langa.
Era agora a altura do Vizela jogar em ataque posicional e empurrar o Chaves para a sua área, mas...não deu. A equipa minhota teve um verdadeiro apagão de criatividade e até aos descontos simplesmente não voltou a rematar. Aliás, mesmo nos descontos o remate foi do central de Bruno Wilson, sem qualquer nexo, do meio da rua e terminou na bancada.
DIogo Nascimento e Samú estavam sempre muito recuados para colocar qualidade perto da área do Chaves e, por isso, nem ao passar a jogar com dois avançados e dois extremos abertos, Pablo Villar transformou a equipa em perigosa. Aquela expressão de nos diz que por vezes não basta colocar avançados para se atacar bem foi completamente confirmada esta sexta-feira à noite. A equipa de Trás-os-Montes limitou-se a estar muito organizada, a defender bem e voltou às vitórias.
Como se escreveu na antevisão, a luta pela manutenção faz-se em muitos momentos e não só na reta final. Uma vitória contra um adversário direto em dezembro pode ter um peso incrível em abril. Brilhou Jô Batista e recordou-se Jô Soares.
Jogo com lances complicados. Acertou no penálti do Chaves e acertou ao reverter, na segunda parte, um possível penálti sobre Nuno Moreira, do Vizela.
Controlou bem o jogo, depois de ter sido obrigado a mostrar vários amarelos cedo.
Porém, parece ter existido uma grande penalidade para o Vizela, nos descontos da primeira parte, que não foi marcada. A bola bate no braço de Langa, que, apesar de estar de costas, não está numa posição natural.
Com vários resultados negativos seguidos, quando o Chaves sofreu o golo temeu-se que a equipa fosse cair numa espiral negativa. Até começou por acontecer isso, mas a equipa de Moreno reagiu e empatou. Depois o Vizela cresceu, mas o Chaves aguentou-se até ao intervalo. Depois, voltou a marcar e geriu muito bem o jogo.
Depois de ter terminado a primeira parte por cima, o Vizela entrou a perder no segundo tempo e teve de ir à procura do golo. Nessa fase, até final da partida, a equipa minhota não conseguiu criar um lance de finalização e de perigo. Muito pobre o jogo ofensivo.