Numa típica noite de verão, o Vizela empatou a dois golos na receção ao Arouca, em jogo a contar para a segunda jornada da Liga Portugal Betclic. A partida ficou marcada por duas expulsões, uma para cada lado, e emoção até ao fim.
Os da casa vinham com a missão de ressuscitar, depois de morrerem na praia, em Alvalade, aos 90+8. Já o Arouca, pretendia lavar a cara, depois das lágrimas derramadas em Brann e consequente eliminação europeia. Matías só durou cinco minutos, mas a dupla Cristo-Mújica voltou a fazer das suas e a colocar o Arouca na frente, algo que só a resiliência de Essende conseguiu contrariar.
A batalha em antigas terras romanas começou animada, com a equipa de rainha ao peito a ter motivos para sorrir ainda cedo no jogo. Corria o minuto seis quando Matías Rocha carregou Essende de forma infantil dentro da grande área. Castigo máximo e expulsão para o estreante do Arouca, ditando um primeiro dia de trabalho para esquecer ao uruguaio. Na cobrança, Samu inaugurou o marcador e deixou o Vizela na liderança.
Com mais um e na frente do marcador, a armada vizelense foi para cima e teve algumas ocasiões para aumentar a vantagem, com os Lobos de Arouca um pouco perdidos, consequência de adaptações (Esgaio como central, Jeison como lateral direito). Samu iria mesmo colocar a bola na baliza, mas uma posição irregular invalidou o lance, que pelo recorte técnico merecia o golo.
A expulsão, seguida do golo, foi um pronuncio de morte à nascença das aspirações arouquensenses, mas o Vizela tirou o pé do acelerador e, como diz o ditado: quem não marca, sofre. Ainda bem longe de época pascal, Cristo ressuscitou (o Arouca). Nem foi preciso Quaresma (foi suplente) para esta aparição, o espanhol não pediu licença e rematou potente à baliza à guarda de Buntic, indefensável. Empate ao intervalo no Minho.
A segunda metade começou como a primeira: com uma expulsão e golo. Tomás Silva entrou fora de tempo, de carrinho, em Weverson e, com recurso ao VAR, o lateral vizelense acabou expulso aos 56 minutos. Pouco depois, lá chegou o golo da reviravolta arouquense. Quaresma (já em campo) assistiu o homem-golo Rafa Mújica, que à boca da baliza atirou para o fundo das redes.
Em desvantagem no marcador, a equipa vizelense foi tentando remar contra a maré e contrariar a letal equipa do Arouca, que foi queimando algum tempo, sempre que possível. As oportunidades eram escassas e a falta de ideias dos vizelenses foi gritante desde o golo de Mújica. Quando todos os esforços pareciam em vão, Essende tirou um coelho da cartola. Aos 87´, o avançado francês recebeu à entrada da área e, à meia volta, atirou para dentro da baliza adversária, levantando todo o estádio.
Os dez minutos de tempo adicional não trouxeram mais golos e o jogo terminou mesmo com honras repartidas, resultado que não deixou nenhuma das equipas satisfeita.
Deu vida a um Arouca que parecia morto. A eterna promessa está a demonstrar em Portugal que a qualidade está lá. Veremos se Daniel Ramos o consegue potenciar ainda mais
A equipa não acelerou e colocou-se a jeito para o que aconteceu. Conseguiu o empate no fim, mas podia ter saído sem pontos no primeiro jogo em casa.
Hélder Malheiro teve uma arbitragem controversa. As duas expulsões são bem admoestadas (só com recurso ao VAR), mas marcou muitas faltas e deu muitos amarelos. Podia ter gerido melhor