Nos últimos 33 jogos - para todas as competições -, o Arouca apenas perdeu contra equipas do top four e o Rio Ave, desta feita, pela segunda vez e com o mesmo score (1-0). É caso para dizer que o Rio Ave foi uma grande dor de cabeça para Armando Evangelista esta temporada.
O jogo terminou com uma vitória justa da equipa da casa que, mesmo depois de uma grande penalidade falhada, não desistiu e viu um tiro de Paulo Vítor desbloquear o jogo.
Em relação à partida, poucas mudanças de parte a parte: Evangelista apenas trocou Basso por Opoku, enquanto Freire alterou três peças, com as entradas de Patrick William, Amine e Boateng para o lugar de Josué, Samaris e André Pereira.
Querem uma defesa? Melhor, querem uma GIGANTE intervenção da marca dos 11 metros? Chamem de Arruabarrena! O guardião uruguaio - dois jogos depois da excelente prestação contra o Sporting onde negou as intenções de Pote (também de penálti) - voltou a mostrar serviço.
Perto do final do primeiro tempo, Hernâni cavalgou uns 30/40 metros, desafiou Tiago Esgaio no 1x1 e acabou por ser travado em falta já dentro de área. O resto? História.
Hernâni assumiu a responsabilidade mas viu de Arruabarrena salvar o Arouca não só por uma ocasião, mas duas [o melhor é ver].
Na recarga, Fábio Ronaldo - após excelente passe de calcanhar de Patrick William - ainda tentou a sua sorte, mas a muralha de 26 anos voltou a defender. Isto tudo em cima do minuto... 45. Antes disto, um dos primeiros 45 minutos mais pobres do campeonato, com uma mão cheia de nada: zero remates enquadrados com a baliza e zero oportunidades de perigo.
No começo do segundo tempo, a partida animou - Rio Ave mais atrevido, Arouca mais compacto em busca de uma transição rápida - e o prefácio estava escrito. Os primeiros 20 minutos não mudaram grande coisa: a maior aproximação arouquense pertence a Sylla - do meio da rua -, ao passo que, do lado rioavista Guga falhou o alvo por centímetros, após uma assistência de cabeça de Hernâni.
Com o nulo, Freire mexeu e encontrou o ouro no banco: Paulo Vítor entrou para o lugar de Fábio Ronaldo e, numa simples combinação com Hernâni - apesar do penálti falhado foi sempre dos mais inspirados do lado da casa -, encontrou espaço dentro de área para fuzilar as redes do guardião arouquense.
Justiça feita no marcador - Rio Ave esteve quase sempre por cima no segundo tempo -, o Arouca arriscou, mas acabou por não ter grande capacidade para ultrapassar a linha defensiva vilacondense. Até final, nota ainda para a turbulência e os desacatos entre Renato Pantalon e um elemento da equipa técnica do Arouca, que acabou com a expulsão de ambos: totalmente desnecessário.
O Rio Ave já alcançou o objetivo principal - a manutenção -, mas nem por isso escondeu-se do jogo. Pelo contrário, foi sempre a equipa que mais procurou o golo - principalmente com o marcador a zeros. Para além disso, realizou uma exibição cheia de personalidade, quer defensivamente, quer ofensivamente.
A palavra certa para descrever os primeiros 45 minutos de futebol e, principalmente, os últimos três/quatro minutos do jogo, ao passo que o atrito entre Renato Pantalon e um elemento da equipa técnica do Arouca - bem perto do apito final - nada tem haver com futebol.
Exibição q.b de Ricardo Baixinho. Esteve bem ao nível do critério disciplinar, mas a partir do momento da grande penalidade tudo piorou: o jogo entrou numa toada bem mais quente, as bancadas perderam a paciência - os bancos não deram o melhor exemplo - e o árbitro acabou por ter maiores dificuldades em controlar os ânimos.