Capítulo: Taça de Portugal. Abre-se a porta dos quartos para o Académico de Viseu. O emblema da cidade de Viriato entra de mansinho e senta-se confortavelmente à espera de companhia. Os viseenses continuam a escrever uma das páginas mais bonitas da sua história recente e seguem a competir em todas as provas. São já 18 jogos consecutivos sem conhecer o sabor amargo da derrota, número esta noite reforçado com a vitória na receção ao Beira-Mar (2-0), em encontro dos oitavos da prova rainha do futebol português.
O favoritismo era claro no papel. Além de atravessar um excelente momento de forma, o Académico tinha pela frente um adversário de dois escalões abaixo, do Campeonato de Portugal, e tinha a responsabilidade do seu lado, num reencontro entre dois históricos
Jorge Costa aproveitou para promover seis alterações em relação ao último onze, dando oportunidade a vários jogadores com menos minutos nas pernas, e a equipa conseguiu manter a dinâmica, ainda que noutra velocidade. No lado contrário, o Beira-Mar apresentou-se com uma excelente organização, naquele que foi apenas o segundo jogo do novo treinador Miguel Valença.
Jogo controlado, perante um adversário bem organizado, mas com claras dificuldades para chegar à baliza contrária, e o golo a aparecer aos 43 minutos, com alguma sorte à mistura: Ramirez viu o seu remate ser desviado e a bola acabou nos pés de Yuri Araújo, que só teve de encostar.
No segundo tempo, o Beira-Mar apareceu mais perigoso e teve duas excelentes oportunidades para restabelecer a igualdade, mas sem sucesso. Primeiro, Diego Tavares aproveitou um lance de bola parada para cabecear a bola para enorme defesa de Gril. Segundo, Rafa Fonseca falhou copiosamente em posição privilegiadíssima.
Sem conseguir empatar, o Beira-Mar viria sofrer o segundo, já em tempo de descontos, num castigo máximo convertido por Famana Quizera, e viu, assim, esfumar-se o sonho da Taça. Já o Académico segue em velocidade cruzeiro. Em todas as frentes.
O Académico transpira confiança, um dos principais ingredientes de uma equipa invicta há 18 partidas, e isso ajuda a quem entra. E esta noite Jorge Costa mudou seis peças e a máquina continuou a funcionar.
O Beira Mar apresentou-se no Fontelo com uma boa organização e bom fio de jogo, no entanto não conseguiu transportar isso para o ataque. Muitas dificuldades para penetrar no setor defensivo dos academistas.
Carlos Macedo abusou dos cartões, alguns deles perfeitamente evitáveis.