Surpresa na Taça da Liga, pelo menos para todos aqueles que andam desatentos ao desempenho do Académico de Viseu nos últimos três meses. Os viseenses receberam e bateram o primodivisionário Boavista (2-1), carimbando desta forma o passaporte para a final-four da Taça da Liga. Desde 2017/18, na altura a UD Oliveirenses, que uma equipa da Segunda Liga não marcava presença na fase de todas as decisões.
Um pouco de contexto: Jorge Costa assumiu o comando técnico do Académico no início de setembro, perdeu o primeiro jogo, mas, desde então, não logrou mais nenhuma derrota. Um trajeto absolutamente fantástico do antigo internacional português, com 14 jogos (15 a contar com o desta noite) sem perder ao leme dos viseenses, três deles contra equipas da Liga Bwin.
O Académico mostrou desde cedo os seus argumentos e saiu para o intervalo com as melhores oportunidades - Ott (41') e Millioransa (45') estiveram muito perto do golo -, frente a um Boavista que também conseguiu imprimir alguma velocidade ao jogo, embora sem criar muito perigo junto à baliza de Gril.
Confiança. Talvez seja a palavra que melhor descreve o momento do Académico. Os homens de Jorge Costa mostram confiança nas ações, não abdicam dos seus princípios e têm sempre a mira apontada à baliza contrária. E se a primeira parte não foi favorável ao nível de pontaria, a segunda foi completamente diferente.
Motivados pela superioridade no marcador, os viseenses precisaram apenas de mais sete minutos para ampliar a vantagem: contra-ataque rápido conduzido por Bandeira, passe de calcanhar de Ott e Toro assistiu Bandeira para uma arrancada e finalização letais.
Até ao final, o Boavista ainda conseguiu criar algumas oportunidades de perigo, nomeadamente o remate de Bozeník ao poste, aos 82', o remate de Yusupha para defesa de Gril, aos 88', bem como o remate do mesmo Yusupha ao poste, aos 90+3', e até conseguiu mesmo marcar, através de Bruno. Mas não foi suficiente. Segue em frente o Académico.
Os viseenses atravessam uma fase muito boa. Quinze jogos sem conhecer o sabor da derrota, isto tudo num espaço de três meses, é de enaltecer o trabalho do treinador Jorge Costa.
O relvado do Fontelo não está à altura do bom momento do Académico de Viseu, que merecia um piso muito melhor do que aquele que dispõe neste momento. Inqualificável.
Um pouco autoritário em determinados momentos, mas sem ação direta para o resultado.