A edição número 146 do maior dérbi do Minho acabou com um triunfo «louco» do SC Braga, este sábado à tarde, por 1-0. Numa partida intensa, como se esperava, a equipa da casa desperdiçou uma grande penalidade, por Ricardo Horta, mas viu Tormena golpear a bola decisiva para a baliza de Bruno Varela aos 98 minutos.
O Braga era favorito e o Vitória SC aceitou esse facto, talvez sabendo que nesse reconhecimento estariam as armas maiores para sair de casa do grande rival com outra coisa que não a derrota. E nessa assunção, Moreno moldou a sua equipa à medida: três centrais, com linha de cinco homens no momento defensivo.
Depois, ao futebol mais apoiado da equipa de Artur Jorge, Moreno viu a sua equipa responder com «alfinetadas» ocasionais em jeito de contragolpe. A mais perigosa foi aos 34 minutos, quando Nélson da Luz apareceu na cara de Matheus, mas rematou ao lado.
Antes disso, já Anderson Oliveira tinha aparecido duas vez em zona de finalização para incomodar (levemente) Matheus, precisamente servido por essa forma de jogar dos vimaranenses.
O elogio à estratégia vitoriana não retira, porém, verdade à superioridade do Braga, sobretudo a partir do momento em que mais sofreu: depois de Ricardo Horta ter falhado a grande penalidade do minuto 58. O remate do capitão, ao lado, carregou a equipa para uma meia hora de pressão intensa.
Até que apareceu o minuto 58 e a falta de André Amaro sobre Fabiano dentro da área. Era o momento decisivo para resolver os problemas que a abordagem defensiva do Vitória estava a causar ao Braga, mas Ricardo Horta não acertou na baliza. Uma raridade na vida do capitão arsenalista.
Do choque, contudo, nasceu a reação e somaram-se aproximações perigosas à baliza de Bruno Varela. Vitinha, até então longe das finalizações, tentou uma e outra vez. Artur Jorge reagiu e apostou as «fichas» todas; Abel Ruiz juntou-se a Banza e Vitinha para aumentar ainda mais a pressão sobre o último reduto vitoriano.
Mas foi apenas no último suspiro, na derradeira crença que o golo poderia chegar, que a formação da casa conquistou à vitória no dérbi. Aos 98 minutos, Ricardo Horta bateu um livro para a área e Vítor Tormena cabeceou para o golo decisivo. Segundos depois, o apito final. De loucos.
A hora era convidativa, a meteorologia também e a história deste clássico ajudava. Por isso, as bancadas do estádio Municipal de Braga apresentaram uma enchente (21.736) e a resposta sonora acompanhou. Fantástico o «quadro» deste dérbi.
É raro acontecer, mas é difícil apontar algum aspeto com a carga suficiente para ser considerado negativo na tarde deste sábado. Estádio cheio, equipas a jogarem com as «armas» que têm e um golo no último suspiro de emoção. Há dias em que o negativo não tem expressão.
Um dérbi raramente é fácil de controlar e Nuno Almeida teve os seus problemas. Por isso, não hesitou em puxar dos cartões para tentar manter a ordem dentro de campo e fez o mesmo fora dele. Mostrou sete amarelos e ainda expulsou Moreno do banco vitoriano perante os protestos do técnico.