Quando pensamos no dérbi do Minho, pensamos em grandes jogos, em muita intensidade e em golos. Ora, também nós vínhamos com essa expectativa para este jogo, mas não foi isso que nos foi oferecido por Braga e Vitória, ainda que tenha sido mais por culpa deste último que tal tivesse sido assim.
Os dois treinadores pouco mexeram nas equipas, mas vimos uma alteração mais estrutural no jogo do Vitória. Pepa apresentou-se num 4x3x3, mas que, na realidade, era mais um 5x4x1 na altura de defender. Tomás Händel descia para o meio dos dois centrais e estava quase sempre encarregue de anular a profundidade de Abel Ruiz, algo que correu bem.
Mas havia uma coisa que ninguém certamente imaginou e isso foi a vontade do Vitória em ter um ritmo de jogo lento e em gelar constantemente o jogo. Sendo sinceros, temos de admitir que essa postura acabou por ser o principal fator que levou ao jogo ter tido vários momentos de mau futebol, de muitas e longas paragens e de faltas atrás de faltas.
Por seu lado, o Braga ia tentando, mas também sem a habitual capacidade de exploração da profundidade. Mérito ao Vitória que conseguiu sempre controlar esse aspecto, fosse com uma defesa muito atenta ou com um Trmal muito capaz nas dobras. Com essas dificuldades, acabaram por ser os remates de longe a criar perigo para a equipa da casa, sempre com André Horta em destaque (bola ao poste e outro remate muito perigoso).
Podemos até dizer que os papéis de controlo e saídas rápidas foram ainda mais aceites pelas duas equipas. Foi assim que Edwards ficou perto de marcar, em mais uma transição rápida e foi também assim que a equipa os comandados de Carvalhal terminaram com 21 tentativas de golo, algumas delas bem perigosas.
Pela postura em campo acho que ficou claro que o ponto foi mais bem recebido pela equipa de Guimarães, algo que até acaba por ser natural. Quem ficou a perder foram mesmos os adeptos neutros, que certamente esperavam uma partida de maiores emoções.
O falhanço incrível de Óscar Estupiñán acaba por marcar o jogo. Também podemos (e devemos) colocar aqui uma nota ao remate à barra de Mario González perto do fim. Mas, caso o avançado do Vitória tivesse conseguido abrir o marcador logo na fase inicial, podíamos ter assistido a um dérbi mais intenso.
Nuno Almeida continua a ter alguns tiques de apito rápido e de «matar» um pouco o ritmo. Ainda assim, esteve bem no lance mais complicado da primeira parte, ao não assinalar nada no lance entre Galeno e Quaresma. O problema de Nuno Almeida veio na marcação de faltas de forma errada em vários lances que seriam jogadas de perigo.
Com o avançar do jogo fomos vendo o Braga mostrar que tem capacidade para encostar um adversário à sua área. A equipa de Carvalhal foi ficando cada vez mais forte no ataque e, na reta final, já se via que o golo podia aparecer de várias formas.
Ora, toda a gente reconhece que a rivalidade Braga/Guimarães é intensa e, por vezes, camuflado de «rivalidade bonita» acontecem atos inacreditáveis. Foi isso mesmo que aconteceu no Municipal de Braga quando um grupo de adeptos da equipa da casa invadiu a zona de imprensa para tentar agredir membros da equipa técnica da equipa de Guimarães. Felizmente nada de muito grave aconteceu, mas não deixou de ser surpreendente quando se percebeu que a polícia deixou os mesmos adeptos continuarem no interior do estádio.