O Vitória SC venceu o Boavista por 2x1 e regressou aos triunfos cinco jogos depois. A formação minhota esteve a perder, mas fez uma das melhores exibições da temporada e conseguiu operar a reviravolta com uma grande penalidade.
Os adeptos teriam sido a pitada de sal que faltou a este Vitória x Boavista. Houve golos, bom futebol e incerteza no resultado até ao final. Os vitorianos apresentaram-se com um jogo mais apoiado, rendilhado, a construir desde baixo. Os axadrezados foram mais diretos, até porque o golo cedo fez com os minhotos dessem mais espaço para jogar nas costas na defesa.
O Vitória até começou mais dinâmico, com a bola a circular bem entre os setores, e pressionante. Foi aproveitando algumas falhas do Boavista, na primeira fase de construção, para assustar Léo Jardim. Os minhotos pareciam ter o jogo controlado, mas as panteras mostraram as garras com velocidade.
O Boavista percebeu que não podia construir como gosta e passou a usar as saídas rápidas para surpreender a defesa subida do Vitória. A primeira ameaça da equipa de Jesualdo Ferreira até apareceu, de forma inesperada, criada por Chidozie. O central nigeriano saiu em grande velocidade e deu a Angel Gomes a oportunidade de criar um lance de perigo, mas Sauer decidiu mal e rematou ao lado.
Os axadrezados ameaçaram na primeira e marcaram na segunda. Na cobrança de uma bola parada, a equipa da cidade do Porto abriu o marcador por Mangas. Angel Gomes bateu um pontapé de canto, Estupiñán fez um corte defeituoso e Mangas, na pequena área, finalizou com toda a assertividade.
O golo fez com o Boavista ficasse mais solto na partida e a saber como ocupar na perfeição os terrenos de jogo. As peças do xadrez tiveram na profundidade a melhor forma de ferir o Vitória. Elis foi a figura principal desse perigo. Numa das ocasiões até marcou, mas por 53 centímetros foi apanhado em fora-de-jogo.
O jogo ia assistindo a momentos de grande perigo. As duas equipas não se ensaiaram muito para colocar os guarda-redes à prova. A perder o Vitória começou a colocar Léo Jardim em ação. O guarda-redes axadrezado mostrou os créditos, pela primeira vez, com uma defesa à guarda-redes de andebol, após um remate de Estupiñán.
A equipa de João Henriques nunca mudou a forma de jogar e manteve sempre o critério nas decisões, embora que por vezes com os processos demasiado lentos. Rochinha e Edwards eram os mais criativos e também os que maior rapidez imprimiam para virar o resultado.
Foi, por isso, sem surpresa que Rochinha conseguiu fazer o empate. O extremo, a jogar no lado oposto, puxou a bola para o pé natural e com um remate cruzado fez o empate para os vitorianos.
A formação de Guimarães veio para a segunda parte com vontade de resolver cedo, mas também pronta para continuar com uma das melhores exibições da temporada.
Os comandados de João Henriques chegaram primeiro às bolas, pressionaram com mais rigor o Boavista, adivinharam as ideias das panteras e os axadrezados tiveram muitas dificuldades em sair da zona defensiva.
Foi com o maior erro do Boavista que o Vitória SC conseguiu chegar ao empate. Mangas, que fez uma primeira parte de grande nível, cometeu grande penalidade e André André fez a reviravolta no marcador.
O golo teve o efeito adverso nas equipas: O Boavista ficou perdido e o Vitória super ligado no ataque. Aí valeu aos homens de Jesualdo Ferreira a eficácia de Léo Jardim, pois o guarda-redes do Boavista defendeu vários remates de golo a Estupiñán e a Rúben Lameiras.
O esforço do Boavista, em busca do empate, apareceu nos minutos finais e Javi Garcia até cabeceou ao poste, mas os vitorianos não deixaram fugir o triunfo.
Os minhotos colocam ponto final numa série de resultados menos positivos - cinco - já o Boavista voltou às derrotas.
João Henriques há-de ser um treinador satisfeito com as soluções que tem para o flanco. É que não houve Quaresma, mas Rochinha e Edwards encheram os corredores e mesmo Rúben Lameiras quando entrou esteve próximo de marcar.
O Boavista foi demasiado previsível na saída a jogar, cometeu muitos erros nesse processo e só por um inspirado Léo Jardim não teve um resultado mais pesado.
Fábio Veríssimo teve dois jogos dentro de um só. A primeira parte foi muito tranquilo e quase sem intervenção, enquanto que o segundo tempo teve imensas paragens, lances de alguma dúvida, muitos cartões e muitas paragens. No geral, o juíz de Leiria esteve bem.