O Moreirense voltou aos triunfos de uma forma retombante. Em Barcelos, no único local onde ninguém tinha vencido, os cónegos golearam (1x5), ganharam pela primeira vez com Ricardo Soares e fizeram cinco golos na Liga, algo que nunca tinham conseguido.
O sabor da derrota em casa, para a Liga NOS, era algo que ninguém em Barcelos, mesmo que por lá já tivessem passado adversários como o FC Porto, Braga e Vitória de Guimarães, talvez por isso a entrada dos galos não tenha sido tão concentrada como é habitual.
O Moreirense, esse, mostrou rapidamente que sabia os terrenos a pisar para ir depenando o galo: Meio campo compacto, velocidade na alas e esperança na criatividade de Bilel e Gabrielzinho.
O Gil Vicente tentou parar o grande arranque do Moreirense pegando na bola. A equipa de Vítor Oliveira começou a criar a partir de trás e aos poucos ganhou metros graças a boa relação de Kraev com a bola, a forma ativa como Sandro Lima vinha buscar jogo atrás e puxava os colegas para o ataque, mas os homens de Ricardo Soares estavam juntinhos a segurar o perigo.
Na pressa de chegar ao empate o Gil Vicente esticou a manta e deixou a defesa desamparada e o Moreirense aproveitou. Em boa verdade se deva escrever que os Cónegos nunca usar a estratégia do chutão, foram sempre muito organizados na forma como chegavam ao ataque e por isso mesmo o perigo junto da baliza de Denis era constante.
A segunda parte trouxe um Gil Vicente mais acutilante e, simultaneamente, com mais pressa. Vítor Oliveira meteu Naidji, a equipa passou a jogar em 4x4x2, com Kraev a descair para a direita, com um claro objetivo de passar a jogar de forma mais direta para os avançados.
O problema do Gil Vicente era mesmo o facto de Bilel estar completamente endiabrado e colocou a nu as debilidades da defesa gilista em geral, e de Henrique Gomes de forma particular.
Os homens de Ricardo Soares tinham o jogo completamente controlado e ganho, mas como o jogo ainda não tinha acabado o Moreirense continuou com a missão de fazer de explorar o que estava a fazer bem. Mesmo depois de ter feito as substituições os Cónegos mantiveram a linha de criar bem de forma apurada e num contra-ataque notável Filipe Soares fez o 0x4 e, acabado de entrar, Pedro Nuno com um chapéu perfeito fez a mão cheia de golos.
O Gil Vicente ainda reduziu por Samuel Lino, só para estragar a tarde a roçar a perfeição do Moreirense de Ricardo Soares.
Bilel tem pouco mais de mil minutos jogados esta temporada em 20 jogos e depois do jogo frente ao Gil Vicente ganhou um excelente cartão de visita para apresentar aos adversários. Precisão, pressão, decisão e criatividade. Onde estavas Bilel?
O Gil Vicente gozava do estatuto de ter uma defesa impenetrável e os seis golos que tinha sofrido em casa eram a melhor forma de demonstrar esse estatuto. Frente ao Moreirense sofreu cinco golos. Serve de reflexão para os gilistas.
Tiago Martins esteve a um excelente nível. Próximo dos lances, sem dificuldade para decidir, sendo que o fez sempre bem. Até na forma como controlou os lances de maior virilidade o juíz de Lisboa soube ter o jogo na mão.