Final marcada para Trás-Os-Montes. O FC Porto não deu hipóteses no Estádio Pina Manique e mesmo com 10 mudanças no onze, a equipa de Sérgio Conceição venceu (0x3) o Casa Pia e somou a segunda vitória em dois jogos. Seis pontos, tal como o Desportivo de Chaves, que recebe os azuis e brancos a 22 de dezembro. Uma final antes de acabar o ano.
Apesar de ser, há muito, uma espinha na garganta portista, que nunca teve oportunidade para gritar de felicidade pelo título da Taça da Liga, mesmo que, umas vezes ou outras, seja dado menos valor à competição, Sérgio Conceição mostrou confiar na capacidade do plantel para bater um Casa Pia praticamente arredado da prova e com muito sofrimento pela frente na Segunda Liga. Por isso, no onze inicial dos dragões só houve um sobrevivente: Wilson Manafá.
Os regressos dos festivos Saravia e Uribe foram motivos de interesse na altura em que se ficaram a conhecer os onzes. Saravia seria um nome muito repetido (e até trocado) durante a partida, mas já lá vamos. Apesar das muitas alterações, os dragões apresentaram-se com a tática habitual, mas com Luís Diaz na posição de avançado, ao lado de Soares, numa altura em que os avançados azuis e brancos passam por alguns problemas físicos.
Com Nakajima na esquerda, mas a fletir para o centro, e Bruno Costa como médio interior, os laterais foram os principais destaques ofensivos na equipa de Conceição. Manafá teve um remate cruzado que criou perigo, Saravia esteve em várias incursões pela direita, umas mais conseguidas do que outra, mas defensivamente sentiu sempre dificuldades, mesmo sem que o Casa Pia estivesse a fazer uma exibição particularmente interessante do ponto de vista ofensivo.
Os casapianos tentavam, acima de tudo, manter a organização, mesmo que as trocas posicionais do ataque portista por vezes arrastassem marcações e abrissem espaços, que demoraram mais do que o esperado a serem aproveitados. A superioridade portista era clara e parecia mesmo uma questão de tempo até ser traduzida no marcador. Mesmo que no bloco de notas pudesse haver algum apontamento negativo, Conceição poderia sentir que para chegar a Chaves com seis pontos bastava colocar um pouco mais de intensidade na segunda parte e juntar a isso uma capacidade de acerto que nem Soares (que falhanço sem qualquer pressão) e Luis Díaz não tiveram. O golo apareceria mesmo, mas vindo de um jogador tão improvável como desaparecido durante a temporada.
⌚️50' CPAC 0-1 FCP
⚠️HISTÓRICO!!! 🇦🇷Renzo Saravia faz o primeiro golo da carreira como sénior (desde 2012) aos 26 anos de idade.
🔵O defesa representou o 🇦🇷Belgrano e o 🇦🇷Racing, faz frente ao Casa Pia o primeiro golo. pic.twitter.com/K3ORg7pJZ4
— playmakerstats (@playmaker_PT) December 5, 2019
Sem grande brilhantismo na primeira parte, acabaria por ser o regressado Saravia a desbloquear o marcador e a abrir ainda mais espaços para uma vitória que foi tranquila e para um resultado que se avolumou na segunda parte. O pendor ofensivo do lateral na primeira parte tinha sido interessante, mas até aqui sem golos. Um habitué para o argentino, que ainda não tinha qualquer golo na sua carreira como profissional. Passou a ter e logo de cabeça. O momento foi tão especial (e pouco habitual) e o golo de cabeça, em antecipação ao guardião casapiano, foi tão surpreendente que até fez o speaker trocar o nome. «Golo do FC Porto, marcou Saraiva». Não foi bem assim, mas para os dragões (e para o lateral) pouco importava.
A via estava aberta e até final não apareceu qualquer operação STOP. O resultado que podia ter acontecido na primeira parte apareceu na segunda e até podia ter sido mais dilatado. A inédita dupla de avançados estava apenas a conhecer-se e com mais espaço passou a aparecer o acerto. Luis Díaz, em arco, fez o segundo e deu logo o lugar a Corona, Soares ficou em campo e redimiu-se da perdida da primeira parte.
Tudo natural, sem surpresas e com a possibilidade de, finalmente, vencer a Taça da Liga ainda ai à porta. Falta agora encontrar as Chaves para a final four. Fica para dia 22, num confronto de Valentes que promete.
A equipa de Conceição entrou em campo com mais atitude competitiva e ainda mais móvel do que no primeiro tempo e com isso surgiram os golos. Os dragões quiseram evitar surpresas e entraram com tudo na segunda parte. Uma atitude que fez a diferença.
O Casa Pia procurou manter a partida viva, mas sempre sem conseguir criar oportunidades verdadeiras de golo. O campeonato da equipa de Rui Duarte não é este e para além das mexidas do treinador, a equipa nunca deu sinais de conseguir ultrapassar as diferenças. Kenidy foi o único a tentar remar contra a maré.