Depois da dificuldade, eis a vitória, após de um início de época algo conturbado, com derrotas e, essencialmente, muitos golos sofridos. Com um onze renovado, onde entraram mutios dos reforços de Inverno, o Vitória tratou de afastar fantasmas, depois de bater o Boavista, por 1x0. Rincón, reforço colombiano, em estreia absoluta, foi o herói. E, mais um jogo sem golos sofridos... Quanto ao Boavista, continuam as dificuldades, mesmo com nova artilharia...
O jogo começou com a equipa da casa a procurar o golo. Apoiado por um D. Afonso Henriques imune a maus momentos - estiveram 20 mil pessoas presentes -, o Vitória, com Victor García, Wakaso, Kiko e Rincón em estreia a titular, pressionou, ganhou cantos, mas, diga-se, as ocasiões acabaram por não surgir. O Boavista mostrou-se sempre organizado e disponível para o jogo. O equilíbrio e a rigidez tática marcavam um clássico do nosso futebol.
As dificuldades do Vitória em ter fluidez no seu processo ofensivo eram evidentes. Os homens criativos tinham dificuldades em aparecer e só Kiko mostrava alguma clarividência na zona nevrálgica do terreno. A organização do Boavista era, até a esta altura, irrepreensível.
A primeira parte foi correndo e as limitações dos vimaranenses no ataque foram sendo cada vez mais expostas por um Boavista que apostou na consistência, mas que não deixou de ser matreiro - a única ocasião de golo pertenceu a Talocha, que obrigou Douglas a defesa complicada. A equipa de Miguel Leal colocou o jogo no bolso. Intervalo.
A entrada de Hurtado para o lugar de Sturgeon - o antigo jogador do Belenenses passou completamente ao lado do jogo - deu outra assertividade ao ataque vitoriano. As dificuldades continuavam lá, mas havia outra objetividade. A segunda parte abriu com mais velocidade e com duas ocasiões, uma para cada lado. Kiko obrigou Wagner a uma grande defesa; Renato Santos, do outro lado, fez Douglas brilhar, mais uma vez.
A equipa de Pedro Martins, mesmo sem grandes brilhantismos ou complexos estéticos, foi crescendo e empurrando o adversário para a sua zona defensiva - o Boavista, no segundo tempo, teve muitas dificuldades em sair com qualidade. Depois de muita pressão, o golo dos homens da casa lá apareceu. Cruzamento da esquerda e Rincón, sozinho, apareceu para acalmar a exigente e nervosa massa vitoriana.
A segunda parte foi correndo e, apesar de pouca inspiração, o Vitória estava por cima. A capacidade de Hurtado, Raphinha e Rafael Martins em criarem jogadas de qualidade levou sempre o jogo para mais perto da baliza de Wagner, mesmo quando Miguel Leal lançou Rui Pedro e Rochinha. Nada feito. Os três pontos ficavam na Cidade-Berço.