Leão matreiro aproveitou distração do canário

O Sporting não realizou uma exibição de encher o olho na Amoreira, mas fez o suficiente para levar de vencida o Estoril Praia. Pedro Gómez Carmona deixou alguns dos habituais titulares no banco, possivelmente a pensar no encontro de terça-feira para a Taça de Portugal, e conseguiu que a sua equipa fosse, ainda assim, combativa frente aos leões. No primeiro remate à baliza, o Sporting chegou ao golo por intermédio de Bryan Ruiz e já bem perto do final Bas Dost fechou a contagem, na conversão de uma grande penalidade.

Bryan emendou remate torto de Schelotto

A expectativa era grande para perceber como é que o Sporting ia lidar com a ausência do capitão Adrien Silva. Jesus apostou em Palhinha, colocando-o na posição mais recuada do miolo, e fez avançar William Carvalho. Não foi efetivamente a mesma coisa. Os leões tiveram algumas dificuldades em construir e isso foi evidente nos primeiros minutos, problema que permitiu aos canarinhos chegar com maior frequência ao último terço do terreno.

O equilíbrio era evidente, sem espaço para grandes lances de perigo para as duas equipas, mas, na primeira grande oportunidade construída com algum critério, o leão acabou por ser eficaz. Alan Ruiz rompeu pela direita, colocou a bola no coração da área de Luís Ribeiro e Bryan Ruiz aproveitou um remate falhado de Schelotto para desviar para o fundo das redes.

A desvantagem não agradou naturalmente aos homens de Pedro Gómez Carmona, que procuraram prontamente reparar o prejuízo. Licá foi dos mais inconformados e o perigo criado pelos estorilistas surgiu na maioria das vezes pelo seu lado. O camisola 88 e Matheus Índio ainda tentaram a sorte, mas Rui Patrício segurou os remates sem grande problema.

Sem conseguir fazer moça, o Estoril deu margem ao Sporting para voltar a ameaçar. Gelson Martins esteve em dois lances que mereciam melhor desfecho, mas nem Bas Dost nem William Carvalho tiveram o discernimento necessário para finalizar com conta, peso e medida.

Bas Dost dissipou todas as dúvidas

A segunda parte não foi muito distinta da primeira. Carmona lançou Kléber para o lugar de Bruno Gomes e essa alteração promovida pelo treinador espanhol deu outro poder de fogo ao ataque estorilista. Mas sem efeitos práticos. Kléber foi mais combativo, até tentou o golo em vários momentos, mas não foi eficaz...

Em termos qualitativos, o Sporting é claramente superior ao Estoril, ainda que isso não tenha ficado bem esclarecido no encontro desta noite. Os leões deram margem ao canário para voar e bem podem agradecer o desacerto da equipa de Carmona, que nunca conseguiu causar perigo a Patrício. Boas jogadas, sim, mas tudo menos pragmáticas.

E se o pragmatismo do Estoril não foi o melhor, a verdade é que do lado do Sporting também não esteve no ponto. Gelson Martins bem lutou para que a equipa verde e branca saísse da Amoreira com uma vantagem bem mais dilatada, mas, à semelhança do que aconteceu na primeira parte, não teve ninguém que desse seguimento à sua criatividade. Uma luta inglória para o camisola 77.

O Sporting tardava em encerrar de vez a discussão do encontro, até que Bas Dost sofreu falta para grande penalidade, perante a oposição de Diakhité, num lance em que fica a ideia que Dost está em posição irregular no momento do cruzamento de Schelotto. O avançado holandês, encarregue da marcação, não desperdiçou e confirmou os três pontos para a equipa de Jesus.