Desta vez, o minuto 92 foi de felicidade encarnada. Num jogo onde o FC Porto foi melhor e parecia dar um novo colorido ao campeonato, Lisandro vestiu-se de herói improvável e silenciou um Dragão que esteve em grande e que acabou por se silenciar quando menos esperava.
Era a isto que Nuno Espírito Santo se referia. Hoje sim, o Dragão foi uma fortaleza. Que empurrão que os adeptos portistas deram aos jogadores azuis e brancos! Fica a questão: não podia ser assim mais vezes? Passou muito por aí a galvanização que resultou numa primeira parte de maior ascendente, contra um Benfica a sentir muito a saída de Luisão.
Não por causa de Lisandro, que até entrou bastante sereno e seguro, mas porque a equipa ficou refém do líder (que o brasileiro é como mais ninguém. Depois de uma entrada solta das águias, com Cervi a superiorizar-se a Maxi Pereira, a lesão do camisola 4 fez a equipa perder a serenidade num ambiente adverso.
Foi para cima o FC Porto, que optou por uma pressão alta que obrigou Ederson a bater muitas bolas para um Mitroglou inconsequente no meio dos centrais. Além disso, a pressão a meio foi bastante capaz (Óliver e Danilo muito bem, Diogo Jota o melhor), pois os dragões apresentavam-se mais aguerridos nesse momento, levando a melhor sobre uma águia que é bem menos segura com bola sem Fejsa - e Samaris foi dos mais intranquilos.
Com isso, as oportunidades, claro. André Silva, Diogo Jota, Corona, todos andaram a cheirar o golo, que a certa altura parecia cenário certo. Só que não foi, porque Ederson esteve em grande uma vez mais. O brasileiro foi a última barreira e travou tudo... até ao intervalo.
Depois, e numa reentrada que até parecia de contenção dos dois lados, borrou a pintura após remate de Diogo Jota. O brasileiro ficou mal na fotografia, se bem que houve sobretudo mérito portista. E não apenas no remate cruzado do português. É que o movimento da direita para o meio de Corona tem tanto de delicioso como de eficaz a rasgar a defesa contrária.
A reação de Rui Vitória foi a de lançar André Horta e fazer subir Pizzi, o que começou por não servir para recuar o dragão, deliciado com o ambiente favorável que vivia. Ainda ameaçou mais algumas vezes e seria por decisão própria que o recuo aconteceria, depois de Nuno lançar Rúben Neves para a vez de Corona, que até estava em crescendo.
Foram 10 minutos em que o Benfica cresceu muito na partida, contra um FC Porto demasiado recuado. Jiménez ao lado de Mitroglou foi uma decisão para dar poder na área e o jogo flanqueado encarnado começou a ganhar algum encanto, se bem que sem qualquer feitiço. O pouco perigo criado era nas bolas paradas. Tudo o resto era solucionado por uma dupla de centrais em grande forma.
Depois voltou o equilíbrio, na altura em que Layún entrou para um meio-campo a precisar de pulmão (Óliver não podia mais). O Benfica tentou (Pizzi e Nélson Semedo eram os mais cerebrais), só que tudo parecia encaminhar-se para o triunfo (justo) do FC Porto.
Tudo menos os descontos. Aí, Herrera, que já estava em campo em nova substituição contida (saiu Jota), aliviou mal uma bola e deu canto que acabou na cabeça de Lisandro e na rede de Casillas. Um empate com sabor a mel para as águias e a fel para os dragões, que viram a sua superioridade branqueada no resultado.
1-1 | ||
Diogo Jota 50' | Lisandro López 90' |
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