Este título é certamente conhecido, sobretudo dos adeptos cinematográficos, mas não nos referimos à película de Sergio Leone, de 1966. Falamos do particular em Wembley, 50 anos depois, que serviu de preparação para Inglaterra e Portugal, com vista ao Europeu de França. E calma! Não pretendemos cruxificar Bruno Alves. Teve um ato irrefletido, mas que pode servir de exemplo do que não se deverá fazer por parte de nenhum jogador em jogos a contar.
Num jogo de preparação, a palavra «teste» ganha uma grande dimensão, bem maior do que o jogo em si. Há, por isso, muitas conclusões e ilações a tirar, sejam boas ou más. Sendo que, nesta partida, houve também uma espécie de vilão: Bruno Alves. Claro que a palavra é bastante forte e também não seja caso para tanto, quer porque se tratou de um amigável, quer porque não aleijou Kane na entrada perigosíssima que fez, quer também porque Portugal se comportou melhor depois desse vermelho, apesar de ter sofrido no fim.
Num esquema que se manteve no 4x1x3x2, Fernando Santos não mudou o desenho, mas apresentou outras dinâmicas, por força dos jogadores que utilizou. Adrien apareceu mais vezes na esquerda e o selecionador pareceu querer dizer que o camisola 23 é a alternativa a João Mário, para além de o ser a Moutinho. Inicialmente, não correu bem, o que é normal por ser uma realidade diferente para o médio do Sporting, que, tal como João Mário, não é de profundidade.
A equipa portuguesa parecia descaracterizada e pouco definida, muito pela guerra do meio-campo, que a Inglaterra ia ganhando. O facto de apresentar dois pontas de lança mais Wayne Rooney começou por baralhar as marcações nacionais, que também continuam à espera do melhor Moutinho - ainda não é este.
Completando os pontos negativos que rodearam a exibição nacional, Bruno Alves, que teve a oportunidade de mostrar a Fernando Santos que pode ser titular, acabou por não o fazer. Pelo contrário, a forma como é expulso num lance completamente desnecessário pode tirar-lhe definitivamente essa esperança, bem como relegá-lo para quarta opção.
Não podemos dizer que a face negativa de Portugal terminou com a expulsão - até porque André Gomes não esteve propriamente bem e o golo de Smalling foi amargo - mas não deixa de ser factual que a exibição foi bem mais risonha.
Porém, é nos centrais que se fixa o nosso maior elogio. José Fonte e Ricardo Carvalho estão numa enorme (e saudável) competição para acompanhar Pepe na escolha do selecionador e estiveram imperiais durante quase todo o desafio.
Além disso, continua a haver um Quaresma em excelente momento de forma. Brilhante o lance do camisola 20 logo depois de ter entrado. A jogar assim, Nani talvez tenha o lugar em risco.
Foi mesmo pena o golo sofrido no fim. Ainda que, a sofrer e a errar, que seja agora. Nota razoável ao jogo nacional, mas nota claramente positiva à postura de enfrentar as adversidades.