Numa jornada em que os dois primeiros da tabela classificativa se defrontam, em que o Vitória de Guimarães, terceiro classificado, empatou em casa com o Rio Ave e em que o SC Braga venceu o Belenenses, o que colocou os arsenalistas bem colados ao Sporting no quarto lugar, os leões foram surpreendidos pelo Moreirense e empataram a uma bola, embora tenham estado a perder até ao minuto 90.
Mérito seja dado ao Moreirense. Na conferência de imprensa de antevisão, Miguel Leal, treinador dos minhotos, afirmou que a lição tinha sido estudada durante a semana e que na prática tinham que ser considerados três aspetos fundamentais para a obtenção do sucesso em Alvalade: organização defensiva, certeza na transição da defesa para o ataque e criar instabilidade na defesa do Sporting através de ataques rápidos.
E a missão foi cumprida com sucesso durante os primeiros 45 minutos. Avisada para o perigo que a equipa de Marco Silva costuma causar pelos corredores, nomeadamente nos cruzamentos para a área, a defesa do Moreirense mostrou sempre capacidade para lidar com isso e conseguiu, com maior ou menor dificuldade, manter os atacantes leoninos longe da baliza à guarda de Marafona.
A felicidade dos visitantes surgiu, assim, aos 35 minutos. Ramón Cardozo, embora beneficiando de fora de jogo «milimétrico», cabeceou para o fundo da baliza de Rui Patrício após um excelente cruzamento de Arsénio. Os adeptos leoninos presentes na bancada assobiaram a equipa, não apenas pelo golo apontado pelo Moreirense, mas pelo (pouco) futebol que o Sporting estava a jogar, claramente insuficiente para levar a melhor sobre a organização do adversário.
Os leões estavam obrigados a fazer bem mais e melhor se queriam evitar nova perda de pontos em casa para o campeonato, mas nos primeiros 15 minutos o cenário manteve-se inalterável, apesar dos jogadores do Sporting tentarem subir no terreno e manterem o Moreirense dentro do seu meio campo defensivo mas sem resultados práticos. Perante isto, Marco Silva teve que mexer, por um lado procurando dar mais criatividade ao fazer entrar João Mário para o lugar de Adrien Silva, por outro a tentar dar mais velocidade e frescura nos corredores, fazendo entrar Diego Capel por troca com Carlos Mané.
Mas as alterações de nada valeram porque o Sporting, apesar de estar balanceado para o ataque e com o adversário a preocupar-se apenas em defender, continuou sem conseguir bater a organização do Moreirense e sem criar oportunidades de golo. Miguel Lopes, pela direita, tentava apoiar o ataque e Marco Silva ainda lhe juntou Tanaka, mas nada funcionou. Só Montero, já em período de compensação e depois do Moreirense ter falhado escandalosamente o 0x2, é que evitou males maiores, arranjando forma de bater Marafona.