Poucos jogadores são tão famosos por falharem um grande torneio como Michael Laudrup. Em 1992, quando a sua Dinamarca perdeu no campo a qualificação para o Euro 1992 para a Jugoslávia, insatisfeito, Michael abandonou a equipa e prometeu que não voltava a jogar na equipa enquanto a Dinamarca tivesse Richard Møller Nielsen como treinador.
A Jugoslávia acabou por ser impedida de participar na prova e os dinamarqueses foram chamados a participar no torneio à última da hora. Michael foi irredutível, e não marcou presença nos palcos da Suécia. Perdendo o grande momento da história do futebol dinamarquês...
As lágrimas de Guardiola
Numa certa noite, na primavera de 1994, Pep Guardiola, então um dos grandes jogadores e símbolos do
Barcelona, foi jantar fora e encontrou no restaurante, Rasmus Bech, um jornalista dinamarquês que era próximo de Michael Laudrup.
O médio catalão resolveu tirar uma dúvida que o assaltava há algum tempo e perguntou se se confirmava a possível saída de Laudrup. Bech não confirmou, mas confessou a Pep que tudo seria possível.
Guardiola levado pela emoção, pediu a Rasmus que pedisse a Michael para este não sair, acrescentando que aprendera tudo o que sabia sobre futebol com médio dinamarquês, e depois começou a chorar.
As lágrimas de Guardiola mostram o quanto Laudrup significava para o
Barcelona e para o seu futebol... Bech não demoveu Michael, e pouco depois ele mudava-se para o eterno rival e vestia a camisola «
blanca» do Real. As lágrimas de Guardiola passaram a ser de todos os adeptos
culés.
Os Laudrups
Num país que muito presa a sua família real, Michael Laudrup é o grande representante da outra família importante do país. Os Laudrup, a família real do futebol dinamarquês. Filho de Finn Laudrup, internacional pela Dinamarca nos anos 70, sobrinho de Ebbe Skovdahl - que nos anos oitenta treinou o
Benfica, irmão de Brian Laudrup que brilhou ao seu lado na seleção, Michael é sem dúvida alguma o mais famoso de todos os Laudrups.
Michael nasceu em Frederiksberg, um pequeno subúrbio nos arredores de Copenhaga a 15 de junho de 1964. Desde cedo mostrou jeito precoce para a bola, e aos nove anos jogava no Vanløse, um pequeno clube local, antes de acompanhar a família que se mudara para Brondby e começar a jogar no Brøndby IF.
Em 1977 o seu pai transferiu-se para o KB (Kjøbenhavns Boldklub) e Michael aproveitou a boleia, passando a defender o melhor clube dinamarquês da altura, preferindo jogar no KB do que no
Ajax, ao precocemente afirmar que preferia fazer nome no seu país que partir tão novo para o estrangeiro.
Seria no clube da capital dinamarquesa que começaria a sua carreira sénior, mas um ano depois mudou-se de volta para o Brøndby IF, onde o seu pai começara a carreira de treinador.
Os grandes clubes da Europa estavam de olho nele, e o
Liverpool, indubitavelmente um dos três melhores clubes do continente à época, propôs-lhe um contrato de três anos que ele propriamente aceitou.
Dias depois, o
Liverpool tentou estender o contrato para quatro anos mas Michael disse que não. Os
reds ficaram à espera que Michael reconsiderasse e fosse a
Liverpool assinar o contrato, mas surpreendentemente a
Juventus anunciou que acabara de contratar a jovem promessa nórdica.
Michael não contava que a
Juventus o tivesse contratado com o objetivo de o emprestar. Nessa época, os clubes italianos só podiam usar dois estrangeiros e os
bianconeri já contavam com
Platini e Boniek. Sem possibilidades em Turim, viu-se emprestado à Lazio de Roma, que acabara de ser promovida à Série A.
Na Cidade Eterna teve dificuldade em ganhar a titularidade e a Lazio passou duas épocas muito complicadas, evitando a despromoção já perto do final. Não obstante as más campanhas da Lazio, Laudrup foi chamado à seleção dinamarquesa que disputou o Euro 84.
Com a camisola da Dinamáquina, e ao lado de craques como Elkjær, Lerby, Olsen, Simonsen, Mølby, Michael Laudrup ganhou um lugar entre o onze de Sepp Piontek, jogando todos os minutos que a Dinamarca disputou no europeu desde a estreia com a França, até à derrota no desempate por grandes penalidades com a
Espanha nas meias-finais.
Juve e o México 86
Depois da campanha no Euro e duma segunda época mais conseguida na equipa
laziale, acabou por ser chamado a Turim, para substituir Boniek que se mudara para a
AS Roma.
Na Juve, ao lado de Michel
Platini, Laudrup brilhou a grande nível e foi chamado por Piontek para comandar a armada dinamarquesa no mundial do México 86.
1x0 à Escócia, 6x1 ao Uruguai com um golo seu e uma vitória por 2x0 sobre a R.F.A. no último jogo, transformaram a Dinamarca num dos favoritos ao título mundial.
Três vitórias em três jogos e a
Espanha pela frente nos oitavos de final. Os vikings ainda marcaram primeiro, mas um poker de um Butragueño super inspirado, valeram mais uma derrota às mãos espanholas (1x5).
Sobre os seus tempos em Turim,
Platini disse um dia sobre Laudrup que este tinha tudo para ser o melhor exceto uma coisa: «
era pouco egoísta». Prova disso foi a primeira época de Laudrup na Juve, depois da saída de
Platini. Todos esperavam que Laudrup fosse o novo
Platini e apontasse muitos golos além das assistências, mas o «dez» dinamarquês foi incapaz de marcar um golo que fosse, não obstante ter sido o principal municiador do galês Rush.
Insatisfeito, procurou então um novo caminho e aceitou o convite de
Cruijff para se mudar para
Barcelona. Na Cidade Condal foi feliz integrando uma equipa que passou à história como o «
Dream Team».
Durante cinco anos conquistou quatro Ligas e foi fundamental na primeira vitória dos catalães na Taça dos Campeões Europeus em 1992. Fez ainda parte da equipa que dizimou o velho rival Real de
Madrid com um histórico 5x0 em Nou Camp...
O fim da sua carreira em
Barcelona, chegou quando
Cruijff não o utilizou na final da Liga dos Campeões contra o AC
Milan em Atenas. Assistir à derrota e à humilhação por 0x4 sem sequer estar no banco, foi demais para o craque dinamarquês que resolveu aceitar uma proposta que lhe chegara de
Madrid.
Em
Madrid, juntou-se a uma equipa treinada por Jorge Valdano que estava sedenta de vitórias. E preparou-se para mostrar a
Cruijff que ainda tinha muito futebol para dar.
A vingança - e que vingança! - veio a 8 de janeiro de 1995, quando no Santiago Bérnabeu, Laudrup e companhia devolveram a goleada que o
Barça havia infligido ao Real precisamente um ano antes em
Barcelona.
Campeão em
Madrid e em
Barcelona, tentaria a sorte no Japão antes de se mudar para o
Ajax onde ainda conquistou uma taça e um campeonato holandês.
A despedida ficou marcada para o mundial França 98, onde ajudou a sua equipa a chegar até aos quartos-de-final, onde perderam por 3x2 com o Brasil, num dos grandes jogos da história dos campeonatos do Mundo.
Depois da campanha no Euro e duma segunda época mais conseguida na equipa laziale, acabou por ser chamado a Turim, para substituir Boniek que se mudara para a
AS Roma.
Na Juve, ao lado de Michel
Platini, Laudrup brilhou a grande nível e foi chamado por Piontek para comandar a armada dinamarquesa no mundial do México 86.
1x0 à Escócia, 6x1 ao Uruguai com um golo seu e uma vitória por 2x0 sobre a R.F.A. no último jogo, transformaram a Dinamarca num dos favoritos ao título mundial.
Três vitórias em três jogos e a
Espanha pela frente nos oitavos de final. Os vikings ainda marcaram primeiro, mas um poker de um Butragueño super inspirado, valeram mais uma derrota às mãos espanholas (1x5).
Em 1977 o seu pai transferiu-se para o KB (Kjøbenhavns Boldklub) e Michael aproveitou a boleia, passando a defender o melhor clube dinamarquês da altura.As lágrimas de Guardiola
Numa certa noite, na Primavera de 1994, Pep Guardiola, então um dos grandes jogadores e símbolos do
Barcelona, foi jantar fora e encontrou no restaurante, Rasmus Bech, um jornalista dinamarquês que era próximo de Michael Laudrup.
O médio catalão, resolveu tirar uma dúvida que o assaltava há algum tempo e perguntou se se confirmava a possível saída de Laudrup. Bech não confirmou, mas confessou a Pep que tudo seria possível.
Guardiola levado pela emoção, pediu a Rasmus que pedisse a Michael para este não sair, acrescentando que aprendera tudo o que sabia sobre futebol com médio dinamarquês, e depois começou a chorar.
As lágrimas de Guardiola mostram o quanto Laudrup significava para o
Barcelona e para o seu futebol.
Num país que muito presa a sua família real, Michael Laudrup é o grande representante da outra família importante do país. Os Laudrup, a família real do futebol dinamarquês. Filho de Finn Laudrup, internacional pela Dinamarca nos anos 70, sobrinho de Ebbe Skovdahl - que nos anos oitenta treinou o
Benfica, irmão de Brian Laudrup que brilhou ao seu lado na seleção, Michael é sem dúvida alguma o mais famoso de todos os Laudrups.
Michael nasceu em Frederiksberg, nos arredores de Copenhaga a 15 de junho de 1964. Desde cedo mostrou o jeito precoce para a bola, e aos nove anos jogava no Vanløse, um pequeno clube local, antes de acompanhar a família e começar a jogar no Brondby.
Em 1977 o seu pai transferiu-se para o KB (Kjøbenhavns Boldklub) e Michael aproveitou a boleia, passando a defender o melhor clube dinamarquês da altura.