Lamentável. Os flavienses empataram em casa diante do Estoril por 2-2, num jogo marcado por cenas lamentáveis de pancadaria perto do final do jogo, quando um adeptos invadiram o terreno de jogo para agredir Marcelo Carné. O guarda-redes brasileiro e Pedro Álvaro foram expulsos no decorrer dos incidentes, que interromperam o jogo por cerca de 20 minutos.
Os flavienses foram para o intervalo a vencer, com golo de João Correia, mas o Estoril remontou aos 70´. O Chaves acabou por empatar já contra nove jogadores e com João Carlos na baliza.
No duelo de aflitos em Chaves, as aflições eram diferentes. Enquanto os da casa entraram com a corda no pescoço (calendário muito apertado), os da linha, na barreira dos 29 pontos, urgiam de pontos para fugir ao lugar de playoff, que estava a apenas dois pontos de distância, com o Portimonense a morder os calcanhares. A batalha previa-se quentinha, com muito calor transmontano à mistura.
O jogo começou muito dividido, como era expectável, mas sem muitas aproximações às balizas. Todos os lances foram disputados como se fossem o último, - Essugo, muito imponente, que o diga - o que foi tornando a partida algo quezilenta. Muito contacto, muitas discussões e algumas decisões erradas de Nuno Almeida nos lances menos capitais do encontro (errou em decisões de lançamentos e cantos bastantes vezes).
Desde que a equipa flaviense tomou conta da posse, conseguiu controlar a partida. Rúben Ribeiro ameaçou à meia hora, mas Marcelo Carné disse presente. Dois minutos depois, o guardião brasileiro entregou o ouro ao Chaves. Depois de um atraso, João Correia acreditou que poderia chegar à bola e conseguiu mesmo interceptar a bola ao guarda-redes canarinho, e esta entrou subtilmente na baliza, batendo ainda no poste. Explosão de alegria dos da casa, ficando também o paralelismo para a equipa de que acreditar até ao fim dá frutos.
Se nos últimos minutos da primeira parte o Chaves já estava em velocidade de cruzeiro, a entrada no segundo tempo foi totalmente apática. Quando o Estoril colocou mais uma velocidade, os flavienses tremeram. Heriberto tentou, Hugo Souza defendeu. Depois, passividade total num canto defensivo dos azul-grená e João Basso subiu ao segundo andar para dar o empate ao Estoril.
A intranquilidade apoderou-se - novamente - dos flavienses e a equipa de Moreno entrou novamente numa espiral negativa. Sem qualquer capacidade de resposta, a equipa remeteu-se à posse de bola passiva e os assobios das bancadas não tardaram a aparecer. Tudo piorou quando Fabrício, acabado de entrar, recebeu de Rodrigo Gomes e remontou a partida. Hugo Souza não ficou isento de culpas, sofrendo o golo por entre as pernas.
Depois do 1-2, o ataque do Chaves resumiu-se a duas palavras: anarquia total. Sem fio de jogo, sem capacidade emocional e sem muitos fatores essenciais para uma reação cabal neste segundo tempo.
Perto do final, o momento que marca a partida, pela negativa. Invasão de campo de adeptos flavienses, que agrediram Marcelo Carné. O guardião do Estoril reagiu, tal como Pedro Álvaro, e acabaram expulsos depois da confusão, que parou o encontro durante 20 minutos.
Com João Carlos na baliza, o Chaves acabou por chegar à vitória, com golo de Hélder Morim aos 90+20´, causando total desespero em todos os estilistas, que acabaram por sair prejudicados desportivamente com todas as quezílias ocorridas. Cenas lamentáveis, que deixam o jogo como o menos importante no final da partida.
Enquanto houve jogo, a remontada dos canarinhos foi do melhor que se viu no relvado de Chaves. Dois golos e anulação completa do Chaves. A primeira parte foi fraquinha, mas a reação foi de quem merece ficar na Primeira Liga.
Inacreditável o que aconteceu depois das agressões. Nuno Almeida achou que estavam reunidas as condições para se continuar a partida, quando jogadores haviam sido agredidos minutos antes. O Estoril não queria jogar, mas o juiz foi soberano.
Arbitragem muito errática de Nuno Almeida e da sua equipa. Falhou em muitos lançamentos e cantos e vacilou no momento mais importante da partida. Não havia condições para o jogo continuar depois de agressões a jogadores.