Nem Diogo, nem Adán… o Clássico sem os clássicos na baliza: quem fica a ganhar?

Alerta: clássico à vista. No próximo domingo, os leões, que podem confirmar o título, vão até ao Dragão defrontar um FC Porto no pós-eleições e na luta pelo terceiro lugar. Tempos importantes, decisivos para os dois clubes. Tempos para poucas invenções ou mudanças, só permitidas as estritamente necessárias.

Rui Correia esteve duas épocas em Alvalade, como sénior; quatro no Porto

Uma delas deverá acontecer na baliza de cada equipa. Com menos impacto face à forçada normalização, Franco Israel vai ocupar o lugar do experiente Adán, lesionado desde o começo de março.

Do outro lado, mais recente e surpreendente, Cláudio Ramos também deve ser aposta, tendo em conta a eventual indisponibilidade de Diogo Costa - ainda em tratamentos -, ausente dos relvados desde o dia 15 de abril.

No encontro da primeira volta, o zerozero realizou uma peça sobre os antagónicos momentos de forma de Diogo Costa e Adán [pode ler aqui]. Quatro meses depois, a mesma posição, mas jogadores, histórias e motivos diferentes justificaram nova conversa, desta feita com Rui Correia, que vestiu de verde e de azul ao longo da carreira.

Habituais suplentes ao escrutínio 

Aos 32 anos de idade, apesar da escassa utilização de dragão ao peito, Cláudio Ramos foi peça chave no CD Tondela e chegou, inclusive, à seleção nacional. Rui Correia reconheceu que a inutilização pode afetar a competitividade, mas as recentes exibições comprovam a qualidade: «Nas poucas vezes que tem sido chamado, tem tido uma prestação muito positiva. É um guarda-redes com muita experiência. Não sei se está muito habituado a estes clássicos, mas, atendendo à sua qualidade, vai dar conta do recado e corresponder ao exigido.»

Cláudio Ramos é, por norma, o «guarda-redes das Taças» @Catarina Morais / Kapta +

Contudo, não é certa a presença de Cláudio Ramos no onze. A perspetiva, inicialmente, era que Diogo Costa pudesse voltar a tempo do clássico. Contudo, a dois dias do apito inicial, o FC Porto anunciou que Diogo Costa continuou ausente dos treinos. Por isso, as dúvidas existem e há, pelo menos, a possibilidade do viseense ser aposta.

«Não quero entrar nesses campos, são mais de decisão técnica. Ainda assim, assistindo e estando de fora, vejo com melhores olhos, se calhar, jogar o Cláudio. Faz mais sentido, tendo em conta que o FC Porto já está arredado do título», constatou.

Do lado verde e branco, a mudança é menos brusca. Só nesta temporada, Franco Israel já participou em 21 partidas, quase tantas como Cláudio Ramos com a camisola principal do FC Porto (24). Esta amostra recente de qualidade obrigou Rui Correia a reconhecer: «Impôs-se bem. Naturalmente, com a idade de Adán, o futuro começa a ser mais complicado e a vantagem começa a pender para o lado do Israel.»

Sair da sombra para brilhar

Israel é titular desde o final de fevereiro @Rogério Ferreira / Kapta+

Apesar da exigência do encontro, Rui Correia acredita que os guarda-redes vão estar em bom plano: «Não vão ter qualquer tipo de interferência negativa. Um guarda-redes ao nível de FC Porto e Sporting tem de estar preparado para este tipo de jogo. Com os treinadores que têm, que são muito bons, a forma motivacional, psicológica, é trabalhada. Os treinadores são uma grande ajuda para os guarda-redes encararem estes grandes jogos de uma forma tranquila.»

Calçar as luvas de Diogo Costa e Adán não é fácil. Contudo, há que olhar para o copo meio cheio: esta é a oportunidade perfeita para assumir uma posição, rubricar uma exibição memorável, surpreender e... deixar as escolhas - boas dores de cabeça - para os treinadores.