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Convidado do Está Tudo Hóquei

Gonçalo Alves: «O dia da final da Champions contra o Valongo foi o mais difícil de passar»

O convidado desta edição do Está Tudo Hóquei, podcast de hóquei em patins do zerozero, é Gonçalo Alves

O capitão do FC Porto é um dos jogadores em maior destaque no Campeonato Placard e nas últimas semanas foi agraciado na Gala dos 100 anos da Federação de Patinagem de Portugal com o Troféu Serpa, que o distinguiu como melhor jogador do ano de 2023, mas também recebe o prémio de melhor marcador da última edição do Campeonato Placard.

Tendo como ponto de partida essas distinções, o zerozero recebeu nas nossas instalações o craque da modalidade.

zerozero: Gonçalo Alves emprestou-nos para o cenário a sua camisola, os seus patins e o seu stick. Vou aqui tocar no stick, será que vou ficar com poções de magia na mão.

Gonçalo Alves: Não acredito. É fruto do trabalho, aquilo que vou conseguindo. São quase 30 anos de patins calçados. O stick, é um stick bonito, feito a partir de uma tatuagem de uma caveira que eu tenho, é um desenho que eu gosto e consegui ter no meu stick, nas minhas botas e também nas caneleiras. Tudo o que posso ter, tem sempre um bocado destes desenhos.

zz: A verdade é que o Gonçalo Alves raramente dá sticks, e há sempre muitas crianças a pedirem. Quero acreditar neste misticismo...

GA: Não há nada. Quando me pedem o stick não consigo dar, pois é o stick com o qual estou a jogar. É aquele stick perfeito e esse normalmente nunca consigo dar, pois é o stick que me sinto mais confortável e tento dar um stick mais gasto, quando é oportuno, para alegrar as crianças, pois esse também é o nosso papel.

Gonçalo Alves trouxe o seu stick para a entrevista no zerozero @zerozero

zz: Este é um stick personalizado e é engraçado podermos falar sobre isso, porque não é só no futebol que há situações em que os jogadores utilizam materiais para jogarem de forma mais confortável.

GA: O design do stick é para ficar bonito, quando ao estilo do stick, para mim, tem de ser um stick duro, porque preciso disso para os meus remates. Esta pá de 90 graus ajuda muito na parte técnica do jogo. Este stick que tenho é mais fino no cabo, por eu ter as mãos mais pequenas e assim fico mais confortável.

zz: Estes são os detalhes que dão outra tranquilidade na abordagem ao jogo, por parte do jogador.

GA: O stick e as botas são coisas muito específicas e que um jogo dificilmente abdica de ter o seu. Se me arranjares uma luvas diferentes, ou joelheiras, rapidamente habituo-me a isso, mas o stick e as botas é diferente e é mais difícil ganhar esse hábito. É uma questão do jogador ficar mais confortável com o seu material, antes abordar um jogo, e isso é importante, mesmo que sejam um bocado picuinhas.

zz: Como é o seu dia-a-dia antes de um jogo?

GA: Quando os jogos são ao início da tarde de sábado, a minha mulher está a trabalhar, eu costumo ficar com o nosso filho, o Pablo, damos uma voltinha, brincámos, faço o almoço e depois vou para o pavilhão. Gosto de chegar pelo menos com duas horas de antecedência ao pavilhão, organizo o meu material, equipo-me, estou ao telemóvel. Sou um pessoa muito divertida no jogo, e no balneário também, e antes do jogo não fico stressado. Tenho sempre bem presente o que foi planeado para o jogo e quando entrarmos em rinque sabemos o que temos de fazer para vencer.

zz: Falaste do teu filho Pablo: sendo ele pequeno e não tendo noção, é libertador esses momentos de estar com ele e não assim não ficares com stress antes dos jogos?

GA: Por vezes é ele que me dá mais stress (muito riso). Por vezes quero que ele vá descansar e ele não vai descansar. Quer sempre estar a jogar hóquei e a brincar. Ele gosta muito de brincar ao hóquei e isso para mim deixa-me muito contente. Para ele é uma alegria estar no pavilhão e desfruta de ir ver os meus jogos.

zz: Filho de hoquista, sobrinho de hoquista, neto de hoquista. É um claro jogador que preconiza a ideia do hóquei ser bastante dinástico. O seu filho também vai ser...

GA: É bem provável, os meus sobrinhos também são. Um é jogador e o outro é guarda-redes...

zz: Também é normal, pois os pais têm essa relação com a modalidade. Alguma vez pensou em praticar outro desporto?

GA: Vou ser sincero: gostava muito de ténis. Eu morava em Famalicão e era a minha casa, a piscina, o campo de ténis e o pavilhão. Um dia pedi para ir experimentar, eles deixaram, mas depois disse que preferia o hóquei, pois senti o ténis um desporto muito individual. Queria voltar o lado coletivo.

zz: De alguma forma escolheu o desporto coletivo, porque nos desportos individuais não dava para pregar partidas aos colegas?

GA: Não... O hóquei sempre foi a paixão desde pequenino. Eu tenho fotografias e vídeos de com um ano e meio e estar de patins em casa. Fiz a escolha certa e é de louvar que os meus pais me tenham ajudado a seguir a modalidade da família.

zz: Tu fazes parte da tua carreira na região de Lisboa, pois a tua família morava em Oeiras. Chegas com 18 anos, a fazer 19, à 1ª Divisão, mas há uma temporada no Sporting, nos escalões inferiores, onde fazes 300 golos... Quem acha que marca muitos golos, deve saber que já marcou muitos mais.

GA: Já marquei muitos mais. Na 3ª Divisão foi algo inacreditável. Não sei dizer quais foram os jogos, mas foram 180 golos no campeonato e mais de vinte na Taça de Portugal. Além disso jogava pelos juniores, quer nos campeonatos distritais, quer nacionais. Ainda assim, nos juniores, nunca consegui chegar a uma Final-Four. Tenho esse entrave na carreira, mas tive outros objetivos para conquistar e na altura do Sporting, o objetivo de chegar à 1ª Divisão o mais depressa possível era um objetivo primário.

zz: Depois fez o seu percurso, veio para a Oliveirense e fez 100 golos nessa época. Num jogo fez sete golos ao Girão. Ainda falam sobre isso?

GA: Não. Ele diz que eu lhe marco muitos golos, mas ele também defende muitas bolas. Não pode dizer nada (risos).

zz: Chega ao FC Porto numa mudança de ciclo, com o Guillem Cabestany. É agora capitão e está há muitos anos no clube. Sabendo da importância do sobrenome Alves no FC Porto, como abraça tudo isto?

GA: Chegar ao FC Porto foi o culminar que eu queria ter na minha carreira. Era algo que eu gostava de alcançar. Cheguei ao FC Porto, talvez, com um ano de atraso, mas cheguei quando tinha de chegar e acho que foi uma boa escolha. São nove de FC Porto, nove anos de muitas conquistas e muitos desafios. Um clube muito diferente daquilo que eu estava habituado. É um clube onde a cada momento te exigem a vitória e os títulos. A força de ter o nome Alves e o meu tio ter o passado que tem no clube, com tantos títulos, só faz com que tenha o objetivo ainda maior de o ultrapassar. Tenho de estar focado nos objetivos coletivos e tentar superar o que o meu tio fez no FC Porto.

zz: Mas não acha que já superou a fama do seu tio no FC Porto?

GA: Com o título que vencemos no ano passado, a Liga dos Campeões, ajudou bastante. É um triunfo muito marcante e que vai ficar para a história, pois foram muitos anos sem ganhar. Esta geração, que conseguiu este título, vai ficar na história do clube, como aquela que voltou a dar um alegria europeia ao clube.

zz: No meio de alguma superstição, invadiu-vos o sentimento de que não iriam conseguir?

GA: Foi dos jogos mais difíceis da minha vida.

zz: A final da Champions?

GA: Sim, a final da Champions. Estávamos a jogar perante o Valongo e nós erámos favoritos em 90%. Temos de ser sinceros. Foi o jogo mais difícil em que tive de lidar até à hora do jogo. Depois do jogo começar foi tudo igual, mas até à hora do jogo foi das horas mais difíceis para passar. No hotel, a descansar, o almoço que custava a entrar. Foi um dia que custou muito.

zz: Diferente de todos os outros.

GA: Diferente, mesmo eu já tendo jogado muitas finais.

zz: E foi campeão do Mundo.

GA: Fui campeão do Mundo e não me custou tanto o dia de campeão do Mundo. 

zz: É inacreditável.

GA: Mesmo. Eu falei disto no dia e falo disto. Estava a ser o dia mais difícil de passar no hóquei.

qA final da Champions contra o Valongo foi o dia mais difícil que tive de lidar, até à hora do jogo
Gonçalo Alves, jogador do FC Porto

zz: E é libertador quando chegou ao fim do jogo.

GA: Sem dúvida. Quando consegues o tão desejado título, por tanta gente que nos pedia aquele título e acreditava que podíamos chegar aquele título, numa época que foi muito difícil.

zz: Na semana anterior tinha sido eliminado na meia-final da Taça de Portugal pelo SC Tomar.

GA: Tínhamos feito uma segunda volta miserável, em termos de pontos. Terminámos a primeira volta em primeiro lugar e acabámos a segunda volta em quarto lugar e isso é demonstrativo da época que fizemos. Mas naqueles três dias conseguimos ficar unidos e que aquele era o objetivo comum e sabíamos que íamos conseguir escrever uma página bonita na história do clube.

zz: Esta temporada, para já, está a ser satisfatória?

GA: Sim, para já está. Estamos dentro de todos os objetivos.

zz: É especial voltar a trabalhar com o Hélder Nunes?

GA: Claro que sim. Conheço o Hélder há mais de 20 anos e já vivemos muitas coisas juntos. É um colega especial, é meu padrinho de casamento, eu sou padrinho de casamento dele.

zz: É um bom padrinho?

GA: É um bom padrinho e um bom amigo.

zz: Essa ligação forte que vocês têm no FC Porto estende-se a todas as modalidades.

GA: Sim, voltámos a fazer com que as modalidades estivessem mais unidas. Nem sempre é fácil, pois cada uma tem a sua dinâmica, mas acho que é importante haver esta união, até para as pessoas saberem que de facto nos damos bem e apoiamo-nos mutuamente.

zz: Já conseguiram meter o Branquinho ou Areia a patinar?

GA: É mais difícil, porque eles calçam muito. Temos de arranjar uns patins maiores e não é fácil. Já tentámos que rematassem... Mas repara, melhor ou pior, qualquer pessoa consegue pegar numa bola de andebol e rematar à baliza, mas a nossa modalidade tem uma particularidade que é andar de patins e com um stick ao mesmo tempo. Não é fácil.

Gonçalo Alves com a braçadeira de homenagem a Quintana no braço direito @WSE

zz: O Quintana é um grande amigo, apesar de já não estar fisicamente connosco. Faz questão de jogar sempre com uma braçadeira: qual é o objetivo?

GA: O Quintana era uma pessoa muito extrovertida e alegre. Quando entrávamos no pavilhão sabíamos que ele estava lá. Só o víamos chateado se sofresse um golo, ou por estar a perder. Competitivamente era muito forte e era aquela pessoa que dava alegria. Estava sempre a falar alto, a rir-se, a brincar, era alguém que sabíamos que nos iria alegrar o dia, mesmo que não estivéssemos bem. Jogar com a braçadeira é a minha forma de homenagear a pessoa e o atleta que partiu demasiado cedo.

zz: A verdade é que o Gonçalo Alves é assim e talvez se reveja no espírito bem disposto dele.

GA: Eu vou divertir-me sempre a jogar hóquei, para mim o treino, mesmo sendo o meu trabalho, se tiver de brincar, vou brincar, porque é para ser divertido. Se eu tiver a treinar como sendo uma obrigação, não me vou divertir. Os mais novos têm de perceber isso. Há momento de diversão, de desfrutar, de estar com pessoas que são teus amigos e há momentos mais sérios, onde tens de trabalhar determinadas coisas. O hóquei tem de ser divertido e se não for divertido na formação, não vai ser divertido quando chegares a sénior.

zz: Costuma treinar os lances que dão golos inesquecíveis?

GA: É difícil treinar isso. Há golos que fazemos, como aquele que marquei este ano à Oliveirense, ou um que marquei ao Valença, há uns anos, que acontecem uma vez na vida. É difícil treinar coisas que depois vão sair tão bem.

zz: No último jogo contra o Tomar iniciou o lance do perigo golo de uma forma pouco comum: um passe no retorno defensivo para o Carlo di Benedetto pela zona central.

GA: O que normalmente acontece nas defesas, e esta é a realidade hóquei, apesar desse passe ter sido arriscado, pois se o Xanoca intercetasse esse passe ficávamos numa situação de inferioridade em três para dois. Eu sei que não devo fazer aquele tipo de passes, mas normalmente as equipas pensam que estes passes vão entrar pela tabela, mas eu tento que seja direcionados à baliza, pois a primeira preocupação da defesa não é defender a baliza, pois não acreditam que a bola vá para lá. Esse passe saiu perfeito para o Carlo di Benedetto. Não foi uma assistência (risos), mas foi um bom passe.

zz: Como é a sua semana de trabalho?

GA: Nesta fase mais calma, aproveito para fazer um treino individual na rinque, para fazer as minhas coisas, melhorar outros movimentos, remates...

zz: É aí que treina bolas paradas?

GA: Sim, mas não vou contar o segredo das bolas paradas...

Gonçalo Alves em ação ao serviço da seleção nacional @FPP

zz: Mas já estivemos num evento onde ganhou um concurso de livres diretos e o remate mais veloz. Tem noção qual é a velocidade agora?

GA: Não sei, mas está mais lento por causa do ombro. 

zz: Diria que nesta altura já está a 160KM/H.

GA: Temos de voltar a medir isso, até porque esse tipo de coisas faz falta ao hóquei. Noutras modalidades, como a NBA e a NHL eles fazem um fim-de-semana de All-Star Game. Essas coisas fazem falta e era bom que a FPP com ajuda de outras pessoas pudesse organizar algo semelhante.

zz: Seria importante até para as pessoas perceberem que, na generalidade, vocês são amigos e só na pista lutam por objetivos diferentes.

GA: As pessoas têm de perceber isso. Eu não me vou chatear com o Girão por um lhe ganhar um jogo, ou ele me ganhar um jogo. Eu vou querer ganhar, mas ele é meu amigo de casa e não vou andar à batatada com ele, só porque ele joga no Sporting e eu jogo no FC Porto. Isso não vai acontecer, porque não tem de acontecer.

zz: Eu digo isto, porque num All-Star Game é isso que acontece: jogadores adversários, que durante um fim-de-semana partilham equipa.

GA: É como na seleção. Vocês vão à seleção e sabem disso. O espírito que temos na seleção é de amizade e quem entra de novo consegue perceber isso. Temos um grupo que consegue ir além da rivalidade dos clubes. Somos amigos fora do hóquei.

zz: Não quer contar o segredo das bolas paradas, mas já falou muitas vezes sobre elas. Imagina que lhe davam a oportunidade de poder recriar a regra: o que faria?

GA: Para já, começava por abolir a regra do guarda-redes. Para mim, era ao apito e eles podiam fazer o que quisessem. Se quisessem ir para o balneário, podiam ir. Podiam sair da baliza sem problema. Assim é voltar ao mesmo. Normalmente, nenhum guarda-redes é excluído com o segundo aviso. Se fosse só o apito a dar ordem, era mais fácil para os árbitros e para nós. Claro que o critério dos azuis vai ser sempre subjetivo e vai depender do árbitro, do jogo, do momento...

qNas bolas paradas abolia a regra que bloqueia a ação dos guarda-redes. Para mim, era ao apito e eles podiam fazer o que quisessem
Gonçalo Alves, jogador do FC Porto

zz: Mas é apologista dessa regra poder ser mudada. Por exemplo, o azul não dar livre direto, pois pode ser um duplo castigo?

GA: Imagina que estou a participar num contra-ataque e um jogador faz uma falta grosseira. Estou num lance de golo iminente e esse jogador vê azul e não há livre direto, não parece lógico. Esses azuis têm de ser penalizados da forma como está implementado, mas há azuis atribuídos atrás da baliza, a quarenta metros da baliza onde queres marcar golos, que eu acho que não deviam ser considerados livres diretos. Mas vai ser uma subjetividade.

zz: Mas gosta de marcar golos de livres diretos?

GA: Gosto. Eu gosto de marcar golos, seja de maneira for.

zz: Qual é o golo que mais prazer lhe dá marcar?

GA: É qualquer um.

zz: Quando vai para uma bola parada pensa em fintar?

GA: O que me vem logo à cabeça é o remate, pois é onde me sinto mais confortável, mas há outra situações em que penso em fintar, mas acho que o primeiro pensamento é sempre o remate.

zz: O Ricardo Ares disse que queria que o Gonçalo Alves pudesse ultrapassar o número de golos que tinha marcado no FC Porto numa época. Anda perto: é um objetivo?

GA: Eu não tenho metas de golos, mas depois de ser cinco vezes consecutivas o melhor marcador do campeonato, quero ser a sexta e se conseguir seis, vou querer o sétimo e o oitavo, mas não é isso que me vai tirar o sono. Claro que adoro marcar golos, mas gosto muito mais de ganhar títulos. Individualmente, se conseguir alcançar os títulos coletivos, vou querer marcar golos e muitos golos.

zz: Já o vimos ao longo da carreira a assumir várias funções do jogo. Numa fase inicial jogou no interior da área, agora é mais rompedor, usa muito a velocidade. Onde se sente mais confortável?

GA: Sinto que neste momento sou um jogador muito mais completo, a idade também ajuda a isso, pois sou um jogador mais maduro, que já aprendeu muito com muito treinadores, que tem muitas horas de treino e com este jogador que sou atualmente que me dá prazer em jogar e dar o espetáculo que temos dado durante todo o ano.

zz: Nos time-outs os jogadores gostam de dar a sua visão de jogo, aqui já o vimos a falar sobre o jogo: tem ambição de ser treinador?

GA: Gostava de treinar uma equipa, quando acabar a carreira. Gostava de ser treinador, se calhar não tem pequenos, gostava de ter um trabalho para implementar tática e do treino. Eu gosto de treinar, as pessoas pensam que não, mas eu gosto de treinar. Gosto da parte do hóquei e de treinar hóquei e gostava de no futuro dar a minha visão sobre o jogo. Isso vê-se nos time-outs e o Ricardo Ares, nesse aspeto, deixa-nos falar e dizer as coisas, pois acredita que temos uma visão do jogo que ele por vezes não tem, pois nós estamos dentro do rinque e ele está fora. Isso é muito importante, haver essa sintonia entre treinador e jogadores, pois é mais valia para nos ajudarmos todos uns aos outros.

Gonçalo Alves durante a gravação do Está Tudo Hóquei @zerozero

zz: Para onde acha que o hóquei patins vai caminhar e para onde gostava que fosse?

GA: Isso é uma guerra, de tentar saber quem era o melhor. Este trabalho de divulgar mais a modalidade, quer seja no clube, quer seja na seleção, está a dar mais visibilidade ao hóquei e isso é importante. Nós, jogadores, somos fundamentais para que o hóquei patins não se estrague ao fim-de-semana com jogos polémicos e agressões.

zz: Que o mediatismo sejam os grandes golos.

GA: Isso mesmo e no espetáculo do hóquei. As pessoas pagam bilhete para ver um espetáculo que chama hóquei patins. Temos de tentar ao máximo levar a nossa modalidade pelo caminho que estamos a levar e que a nível de seleções consigamos mais conquistas para chegar a outro patamar.

zz: No lado pessoal, a tua família fica incomodada pela fama de andar com o Gonçalo Alves na rua?

GA: Não se importa e eu não me importo, pois faz parte.

zz: Neste ano venceu ainda o Troféu Serpa, na Gala dos 100 anos da FPP. É um dos poucos troféus individuais que existe no hóquei patins: qual o seu significado?

GA: É o reconhecimento do nosso trabalho, de uma época desgastante, pois tivemos um mundial e um europeu na mesma temporada, além de todas as provas do clube. Senti como um reconhecimento e para mim foi um orgulho receber aquele prémio entregue pela FPP.

zz: Acredito que tenham ficado contentes por saber que vão jogar uma Final-Four na cidade do Porto. O quão especial é para um hoquista saber que vai jogar uma Final-Four no Rosa Mota?

GA: Eu estive na Final-Four em 2000 a ver o meu tio a jogar. Infelizmente o FC Porto não conseguiu o triunfo e temos nós de fazer o contrário.

zz: E é capitão...

GA: Adorava levantar este troféu.

zz: Particularmente por isso?

GA: É um troféu que significa muito para o clube e levantar como capitão seria um marco muito feliz para mim.

zz: Imagina que daqui um ano estaremos aqui, o que quer profetizar agora que vai acontecer?

GA: Ganhar o máximo de títulos possível, para poder trazer não só a camisola, o stick, a bola e os patins, mas também as taças para as pessoas puderem ver e enriquecer mais o meu currículo.

zz: E mais um título mundial?

GA: É isso que eu quero fazer em Novara, se o Paulo Freitas assim me quiser levar (risos). Claro que gostava de estar em Novara para ajudar Portugal a trazer o título mundial. 

Gonçalo Alves nos estúdios do zerozero @zerozero



Portugal
Gonçalo Alves
NomeGonçalo Bonnet Alves
Nascimento/Idade1993-07-26(30 anos)
Nacionalidade
Portugal
Portugal
PosiçãoAvançado

Fotografias(50)

Taça de Portugal Hóquei Patins 2023/24 | FC Porto x OC Barcelos
Taça de Portugal Hóquei Patins 2023/24 | FC Porto x OC Barcelos

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motivo:
SK
GA
2024-04-19 14h29m por skane
Um dos grandes de sempre do hóquei português. E não é fácil, considerando a história mas sem dúvida já tem o seu lugar. E ainda muito para dar
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