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Diogo Tavares recorda experiências

Ex-leão batizado por Gasperini: «Fiz duas assistências e meteu-me na bancada»

Lidera um dos projetos mais excitantes dos últimos anos, mas antes do enorme sucesso conseguido na Atalanta, Gian Piero Gasperini teve um percurso vasto de altos e baixos dentro do futebol transalpino.

Em 2006, Diogo Tavares foi batizado pelo técnico na chegada a Itália, onde fez grande parte da carreira. Após terminar um formação prometedora em Alcochete, o antigo avançado emigrou com muitos sonhos, mas teve rapidamente no treinador um importante choque de exigência para qualquer jovem.

Dois percursos que se cruzaram, memórias que ficam. Como era Gasperini antes dos holofotes e da admiração de muitos pares pelo seu trabalho? Venha daí e descubra mais sobre o comandante de uma das grandes dores de cabeça do leão em 2023/24.

«A honestidade marcou-me»

A apalpar terreno na chegada ao Genoa, o então miúdo teve desde cedo boas impressões do treinador. A exigência era muita e igual para qualquer membro do plantel, mas isto não significava falta de sentimento e tato pessoal.

Gasperini devolveu Genoa à Serie A em 2007 @Getty /

«Só tive contacto com o mister quando cheguei a Itália. Rapidamente percebi que era alguém exigente e com caráter. Teve muita sensibilidade ao início a perceber que eu ainda era um miúdo em fase de adaptação. Os jovens não eram tratados de forma diferente, mas havia cuidado no contacto com cada um», começou por recordar Diogo Tavares ao zerozero.

«Quando era para dar duras, os jogadores eram todos iguais. Fosse a maior estrela ou o jogador com menos minutos da equipa. Isso não acontece em todo o lado e contribui para o respeito de um plantel pelo seu treinador. Aquela acabou por ser uma época de sucesso e conseguimos subir à Serie A.»

«Essa honestidade marcou-me. No primeiro jogo oficial, fora contra o Brescia, fiz duas assistências, mas meteu-me na bancada na jornada seguinte (risos). Uma mensagem forte que tinha de continuar a trabalhar e nada era garantido para um jovem», lembrou-nos.

A carreira do técnico, porém, não foi marcada só por bons momentos. O grande salto para o Inter, em 2011, não teve um desfecho feliz e durou apenas quatro partidas.

«O momento em que chegas aos clubes é muito importante. O Inter estava numa fase de queda, com desinvestimento do presidente Massimo Moratti. Era um período de transição e basta ver que o Inter demorou a voltar a vencer. Pode ter tido as suas culpas, mas esse insucesso não foi só sua responsabilidade», analisou Diogo, que abordou também a exigência do futebol transalpino.

«Itália foi sempre destaque na cultura tática. Grande foco na agressividade e no trabalho sem bola. A evolução também levou a mudanças no futebol do país. Já não se defende num bloco tão baixo, por exemplo. E claro, menos espaço para as manhas (risos). Empurrar ou agarrar na área eram clássicos, agora não escapam ao VAR. É um futebol mais limpo e mais rígido perante entradas duras», revelou.

«O ponto energético pode ser decisivo»

De entusiasmo notório, até por mais uma enriquecedora batalha tática esperada esta quinta-feira, o antigo pupilo de Gasperini deixou as suas perspetivas para o duelo de Bergamo.

«O Sporting tem estado muito bem esta época. Os jogadores estão envolvidos porque há uma rotação competente nas várias competições. É fundamental em ciclos de jogos tão apertados. Acredito numa passagem, mas vai ser complicado. O mister Gasperini é muito experiente e tem uma equipa perfeitamente rotinada e que sabe o que fazer no relvado. Muita estratégia e acho que o ponto energético pode ser decisivo», afirmou.

A dar os primeiros passos como treinador, atualmente na equipa B do histórico Vitória FC, aponta a honestidade como um grande ensinamento de Gasperini para este seu novo caminho.

«Tenho seguido com carinho este percurso na Atalanta. Levo na minha cabeça a exigência e a importância de sermos verdadeiros com os jogadores. Procurar dizer sempre as coisas de forma construtiva e levá-los para o caminho certo.»

«Na sociedade atual queremos tudo muito rápido. Há maior facilidade em obter várias coisas, mas a vida em geral não funciona assim. Saboreamos sempre mais as coisas que custam a ganhar. Tento passar isso aos jovens que treino: a qualidade não basta. O espírito no futebol tem de ser competitivo todos os dias», apontou.

Diogo está nos primeiros passos como treinador @Vitória FC

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