Amarrado, quase de início ao fim. Famalicão e Estrela empataram 0-0, numa partida em que apenas os adeptos famalicenses saíram insatisfeitos. As equipas pareceram incapazes de criar superioridade uma em relação à outra e pareceram resignadas com o resultado ao longo de todo o jogo.
Pouca alma e ambição do lado dos famalicenses, competência e organização por parte do Estrela, que não permitiu que os da casa, mais apetrechados tecnicamente, fossem superiores à equipa recém-promovida ao principal escalão
João Pedro Sousa, depois de três jogos sem vencer, manteve o sistema tático mas alterou algumas peças em relação à derrota em Guimarães. Sorriso transitou para o corredor direito como ala, saindo Martin e a entrar Aranda para a posição de extremo esquerdo. Puma entrou também para o lugar de Danho no ataque, oferecendo mais mobilidade e uma chegada mais efetiva aos corredores. Do lado do Estrela, Sérgio Vieira seguiu a velha máxima de que equipa que ganha não mexe e repetiu o onze que venceu o Casa Pia.
Numa fase em que os pontos estão caros, ambas as equipas estavam necessitadas de vencer para fugir de uma forma mais veemente aos lugares de despromoção. O jogo começou amarrado, com muitos duelos a meio campo e com pouca ligação de ambas as equipas. O Estrela começou melhor, mas sem caudal ofensivo. O Famalicão, por sua vez, tentava ligar pelos alas e romper com os avançados por dentro. Ainda dentro dos primeiros dez minutos, Cádiz obrigou Brígido a uma defesa apertada e Sorriso não foi feliz na recarga, com um remate por cima.
Os famalicenses foram mais criativos, com destaque para Francisco Moura, uma verdadeira locomotiva a surgir de trás para a frente pelo flanco esquerdo, mas sem muita sequência no último terço. O Estrela, através de cruzamentos e bolas paradas ia criando alguns calafrios aos da casa - Kikas e Miguel Lopes estiveram perto do golo, de cabeça.
Sem golos, os adeptos do Famalicão expressaram o seu descontentamento com a exibição da equipa, que abandonou o relvado ao intervalo sob uma enxurrada de assobios.
O modus operandi da partida continuou dentro da linha do que havia sido o primeiro tempo: tudo encaixado, poucas movimentações ofensivas e uma sensação de conformismo com o empate. A espaços, uma oportudidade aqui e acolá, mas mais provenientes de contra-golpes e bolas paradas do que propriamente de um futebol atrativo. Regis atirou à malha lateral na sequência de um canto e, poucos minutos depois, Puma obrigou Brigido a uma boa defesa, numa transição.
O sentimento de revolta das bancadas acentuava-se sempre que algum ataque não tinha sequência e agravou-se ainda mais quando João Pedro Sousa retirou Cádiz de campo. O maior goleador dos minhotos também não saiu satisfeito e os dirigidos apupos ao técnico famalicenses foram-se ouvindo frequentemente. Entretanto, oportunidades? Nem vê-las. As alterações, de parte a parte, tiraram ímpeto ao jogo. As equipas focaram-se mais no processo defensivo e o jogo foi-se jogando mais longe das balizas.
Danho, embora em posição irregular (marcada só posteriormente, mas que seria analisada pelo VAR) teve a perdida do ano. Depois de um passe nas costas da defesa, o costa-marfinense ultrapassou o guarda-redes e falhou clamorosamente (!!!!) com a baliza toda aberta. A bola embateu no poste e Miguel Lopes aliviou para muito longe.
A partida terminou sem mais incidências e com uma chuva de assobios e lenços brancos dos adeptos famalicenses.
Excelente jogo de Miguel Lopes no centro da defesa do Estrela. Sempre seguro nas ações defensivas e criou muito perigo nas bolas paradas ofensivas. A jogar como central ao centro, foi muito competente.
Que diferença. Parece outro jogador, sem alma e sem conseguir desequilibrar. Saiu aos 60´, sem grandes ações de relevo na partida.
Arbitragem competente de Nuno Almeida. Sem casos de maior relevância, conduziu o jogo à sua mercê. Parece que toda a gente saiu satisfeita com o jogo, inclusive a equipa de arbitragem.