Um adeus bonito, depois do futebol menos bonito tantas vezes jogado durante a temporada. O Paços de Ferreira ganhou ao Rio Ave por 3-1 e realizou uma excelente partida. A equipa de César Peixoto despediu-se na Liga Bwin em casa, mas ainda tem um jogo em Braga.
Quem não veio não viu, quem chegou tarde não viu, quem esteve em casa teve de puxar a atrás nas gravações automáticas para rever. O Paços de Ferreira marcou, literalmente, na primeira jogada no desafio.
A turma de César Peixoto, que entrou em campo já despromovida, dificilmente pensou que o início do encontro fosse tão auspicioso. A forma como a equipa circulou a bola do lado direito para o lado esquerdo e depois Uilton Silva serviu Nigel Thomas traduziu-se num lance perfeito. Daqueles para anotar nos livros.
Depois da promessa inicial o jogo entrou num declínio de qualidade. As equipas tiveram, sempre, muito espaço para jogar, mas o discernimento foi muito curto.
O Paços de Ferreira foi mais organizado em chegar à baliza, mas houve muitos problemas na hora de definir. Os homens de César Peixoto exageraram nos pormenores e perderam várias oportunidades de criar muito perigo.
Do outro, o Rio Ave teve muita dinâmica com os dois laterais: Paulo Vítor e Costinha. O português foi muito interventivo no ataque e teve o segundo golo nos pés, mas Marafona negou com uma defesa assombrosa.
César Peixoto acertou as cabeças dos jogadores ao intervalo. Os castores apareceram com o descomplicómetro desligado e o jogo tornou-se mais rápido.
O Paços de Ferreira surgiu com mais perigo e o golo surgiu por Aderllan Santos, após um remate de Gaitán. Tudo ficou mais simples para os pacenses, até porque Luís Freire arriscou para chegar a outro resultado, meteu muita gente na frente e com isso houve mais espaço para os homens de César Peixoto atacarem.
A equipa da casa voltou a marcar, já nos instantes finais, por Guedes, na conversão de uma grande penalidade e fechou o resultado em 3-1.
Com o apito final veio a emoção: nas bancadas e no relvado. Antunes e Gaitán foram dos mais saudados e também aqueles que mais libertaram o drama que o clube de Paços de Ferreira está a sentir, com a descida de divisão.
Sabem aqueles jogos de início de pré-época, onde as equipas jogam descomplexadas? Este encontro foi mais ou menos assim. Paços de Ferreira e Rio Ave estiveram sempre muito focadas em chegar à baliza e sem medo de deixar o setor defensivo mais desprotegido. Foi bom para o jogo.
Um golo a abrir validado, outro a terminar anulado. As decisões dos árbitros assistentes foram perfeitas e foi correto os lances serem revistos no VAR, mas em ambos os casos foram mais de quatro minutos perdidos para ter a certeza das linhas. É muito tempo e o ritmo do espetáculo diminuiu.
Hélder Malheiro teve um jogo tranquilo e apesar das duas equipas já terem tudo decidido, o juiz de Lisboa foi demasiado largo no critério. No final apertou a malha, sem necessidade. O jogo já estava fechado. Tirando esse fator esteve bem, na generalidade, estando perto dos lances e sendo muito explicativo para os jogadores.