Que jogaço de futebol! O SC Braga entrou com tudo, o Famalicão despertou da meia hora de jogo e conseguiu virar de 0-2 para 3-2, num excelente espetáculo para quem viu (e foi um estádio muito bem composto). O jogo acabou com cenas lamentáveis, mas foi fantástico de assistir. E, mais do que isso, significou um impressionante salto de cinco lugares do Famalicão, que acaba a época no oitavo lugar. Bruno Rodrigues e Banza foram heróis maiores do que Ricardo Horta e recolhem os maiores louros de um triunfo que pode valer a renovação para Rui Pedro Silva.
... mas não para o SC Braga, que entrou com tudo e que fez o primeiro no primeiro minuto. Ricardo Horta, pois claro, que havia pressa em tornar-se o melhor marcador da história do clube. Não foi um caso isolado: a primeira meia hora foi de enorme qualidade dos minhotos, teve mais um golo, de Vitinha, e vários bons momentos. Fazer trocadilhos com Hortas já é clichê, mas não cansa nada ver os dois irmãos em campo a orquestrar uma equipa muito harmoniosa e alegre em campo.
Provavelmente alheados disso, mas cientes de que o jogo estava a ser confrangedor de ver para os seus adeptos, os jogadores do Famalicão começaram a reagir à meia hora de jogo, impulsionados por um Pepê Rodrigues muito acima da média e por um Bruno Rodrigues que, mesmo nem sempre a decidir bem, muitas vezes queria bola para dar uma sacudidela no jogo.
O golo antes do descanso tinha sido um bom tónico, mas o regresso dos balneários é sempre uma oportunidade para ambas as equipas. Não houve inversão: o Famalicão tinha acabado melhor e voltou ainda mais capaz, perante um SC Braga muito pouco capaz de ripostar.
Só quando o técnico foi ao banco a equipa bracarense voltou a ter capacidade de ter bola. André Castro ajudou a suster o meio-campo e parecia voltar a haver estabilidade. Foi então que, com muita vontade e alguma felicidade (mal o guarda-redes deta vez), chegou o empate por Bruno Rodrigues.
O jogo passou para uma fase de parada e resposta, o SC Braga tentou voltar a tomar conta da partida e parecia consegui-lo quando Rui Pedro Silva abdicou de um médio e meteu Cadiz para junto de Banza. Porém, o arrojo deu frutos e, outra vez pela dupla do momento, houve cruzamento de Bruno Rodrigues, cabeceamento de Banza e golo do Famalicão, que levou o estádio à euforia total.
Banza no meio, Bruno Rodrigues pela esquerda. Nos últimos jogos, perderam o estatuto de indiscutíveis, mas quiseram que a última imagem que ficasse fosse a melhor e conseguiram-no. O extremo marcou um golo e deu os dois que o avançado concretizou.
O Famalicão podia ter tido uma época bem diferente se tivesse sido mais capaz nos jogos em casa. Este podia ter sido mais um exemplo. Não o foi porque, do outro lado, o conforto aparente também resultou num relaxamento que se revelou fatal.
Manuel Mota é um árbitro que está sempre muito ligado ao jogo e a acompanhar de perto as jogadas. Fisicamente, recomenda-se. O problema é que tenta impor-se através do grito e não por uma autoridade que poderia deter naturalmente. Com isso, nem sempre os jogadores acatam as suas decisões e o juiz enerva-se com facilidade, o que lhe tira algum discernimento e, por vezes, é mal interpretado. Precisa de melhorar esse aspeto. Sem influência no resultado, ainda assim.