Quatro golos que escrevem a história de um jogo em que as celebrações se multiplicaram, mas que terminou com um resultado que ninguém queria e um sabor amargo na boca de ambos os treinadores. Para os adeptos, no entanto, foi um jogo entusiasmante na Liga Bwin, com bons golos, uma estreia de sonho num estádio emprestado (Choupana) e que no final deu um ponto a Marítimo e Arouca.
O Marítimo entrou em campo para jogar como anfitrião, que não foi verdadeiramente por se tratar de uma casa emprestada por um vizinho de relações complicadas. Foi, talvez por isso, notável o desconforto inicial dos jogadores insulares, cujas constantes perdas de bola e erros deixaram o técnico Julio Velázquez atónito e claramente irrequieto na zona técnica.
Esse mau início foi consumado logo ao oitavo minuto, no momento em que Bukia abriu a contagem com uma excelente finalização de primeira entre dois defesas adversários, depois de André Silva - avançado sempre móvel e envolvido no jogo atacante - servir o congolês. Ainda houve ares de um segundo, com o árbitro Manuel Oliveira a consultar o VAR acerca de uma potencial grande penalidade num corte acrobático de Zainadine, mas este não foi assinalado.
Velázquez já tinha, certamente, um bloco cheio de coisas para corrigir ao intervalo, mas acabou por ver a primeira parte prolongar-se até terminar bem para o Marítimo. Aos 45+6' Winck celebrou um golo pelo segundo jogo consecutivo, por uma mão na bola antes do remate, mas nas imagens o árbitro viu também o braço de João Basso e apontou para o traço dos onze metros. Apesar do cansaço, quando o relógio já marcava 45+11, Alipour converteu e colocou o Marítimo na frente.
O segundo tempo começou com uma enorme oportunidade do Arouca patrocinada pela falta de comunicação entre Paulo Victor e Zainadine, mas depois disso houve um acalmar das águas... até à reta final. Foi no minuto 82 que a equipa de Armando Evangelista fez o que precisava para levar um ponto da Madeira. Ou, melhor, foi André Silva que o fez, pois ninguém ajudou o avançado brasileiro a cobrar o livre de forma exímia.
Entradas de Pelágio e Guitane ainda viram o Marítimo a procurar de novo o golo, mas André Vidigal continuou a sua tendência para acumular amarelos e somou o seu segundo do jogo, com a expulsão a valer a superioridade visitante nos minutos finais e descontos. No final, o duelo terminou com uma divisão de pontos que não satisfez ninguém, e deixou as duas equipas na metade inferior da tabela.
Não foi verdadeiramente em casa, mas os adeptos do Marítimo fizeram da Choupana sua e foram incansáveis, com apoio audível quase sempre. Foram recompensados com uma exibição esforçada e dois golos da sua equipa, mas André Silva também tinha inspiração pessoal no seu arsenal.
A expulsão não teve influência direta no resultado e foi extremamente tardia, mas encerrou por completo as investidas de um Marítimo que, se tivesse 11 elementos, teria sido a equipa a procurar o golo nos minutos finais. Vidigal começa bem a temporada no novo clube, mas tem falhado a nível disciplinar vê o quinto cartão em cinco jogos.
Dia difícil para Manuel Oliveira, mas ultrapassado com a ajuda do videoárbitro. Tem duas enormes decisões para tomar na primeira parte, mas tomou sempre o partido do auxílio visual. Vidigal também é bem expulso, no segundo tempo.