Durante a partida contra o Moreirense, certamente que os adeptos do Portimonense pensaram que iam atingir esta segunda-feira a tranquilidade (ou algo próximo disso) na Liga NOS. Os algarvios não só estiveram a ganhar, como estiveram durante vários momentos do jogo por cima dos minhotos, mesmo quando o jogo estava empatado. O certo é que o Portimonense foi derrotado pelo Moreirense, por 1x2, e agora poderá ver a sua vantagem de quatro pontos para os lugares de risco encurtada com o passar da jornada.
Mas se o Portimonense deixou fugir a possibilidade de manutenção, o Moreirense ainda mantém o sonho europeu, estando agora a dois pontos do vizinho Vitória, na luta pelo 6º lugar.
Aliás, o primeiro lance de real referência do jogo (tirando um ou outro cruzamento) deu logo golo. Numa jogada promissora, Abdu Conté tem uma abordagem descontrolada, no mínimo, e cometeu grande penalidade clara sobre Boa Morte. Penálti convertido por Fabrício.
Curiosamente, esse golo abriu o jogo e, apesar de dar ainda mais controlo ao Moreirense, foi o tónico para o jogo ir na direção que o Portimonense mais gosta. A equipa de Paulo Sérgio passou a ter mais espaço para lançar as «motas» na frente e o 2x0 podia mesmo ter aparecido em mais do que uma ocasião, não aparecendo por algumas decisões erradas em momentos de remate ou de último passe.
Já perto do intervalo e numa altura em que a equipa da casa parecia tranquila no jogo, veio o empate. Novamente numa bola parada (canto), o central (a jogar a defesa direito) Nahuel Ferraresi subiu mais alto e fez o resultado ao intervalo.
Com as oportunidades a não aparecerem e com os minhotos a demorarem pouco tempo a desconstruir a mudança adversária, os de Portimão rapidamente voltaram a preferir jogar na transição e até não se saíram mal nessa ideia, já que a frente de ataque está bem talhada para tal.
Ainda assim, o Portimonense viria a ser penalizado por alguma falta de ambição num lance em tudo semelhante aos que tentou fazer durante grande parte do jogo, um contra-ataque. Já dentro dos últimos dez minutos, uma jogada rápida terminou com um cruzamento perfeito de Conté para a cabeça de Franco que, com um belo gesto técnico, fez o 1x2 de cabeça.
Só estando a perder é que o Portimonense arriscou, mas nessa altura mais com a coração do que com a cabeça o 1x2 não sofreu qualquer alteração, apesar de muitas bolas colocadas na área dos forasteiros.
O resultado não muda muito do que eram as ambições das duas equipas. O Portimonense continua numa posição priviligiada para garantir a manutenção, especialmente porque as três equipas que estão na zona de descida jogam contra os três primeiros. Já o Moreirense mantém a pressão ao Vitória, ainda que saiba que a ultrapassagem não será nada fácil.
Apesar de não ter sido um jogo brilhante, vimos, a espaços, a qualidade que Vasco Seabra conseguiu colocar nesta equipa do Moreirense. Jogando sem pressões de classificação, a equipa minhota teve momentos de qualidade e a vitória apareceu como consequência disso mesmo.
O Portimonense sabia que um ponto nesta partida podia chegar para aumentar a vantagem para os lugares de risco e, depois de até ter entrado bem no segundo tempo, acabou por jogar para isso mesmo. Acabou por ser penalizado por isso mesmo.
Arbitragem de qualidade, com o ponto mais complicado a ser a grande penalidade que deu o primeiro golo do jogo. Foi bem assinalada.