Foi duro, nada bonito, mas o Sporting passou no verdadeiro teste da Choupana para continuar invicto e reforçar a liderança do campeonato. Os leões bateram o Nacional (0x2) naquilo a que se pode chamar uma autêntica batalha campal devido ao estado do terreno.
Sem grande brilho, devido a todas as circunstâncias, os golos de Nuno Santos e Jovane foram suficientes para o leão mostrar as garras e justificar o porquê de estar na liderança no campeonato. Palavra para o Nacional, que ainda tentou.
As indicações para a hora do jogo eram mais animadoras do que as do dia anterior, mas as sequelas da tempestade ainda se faziam sentir na ilha. A perspetiva, por isso, era de que a partida, na altura do apito inicial, pudesse ainda ser afetada por aguaceiros e vento. Os primeiros toques na bola mostraram a grande vítima disso mesmo: o relvado.
Ainda que se possa dizer que nestes jogos a tática conta pouco, a verdade é que os leões, com outros argumentos, tomaram conta do jogo (nas circunstâncias possíveis). Aqui é preciso dar mérito a Rúben Amorim, que avisou estar preparado para um jogo nestas condições e soube evitar um déjà vu da partida no Jamor, em que passou dificuldades num terreno também difícil.
E por falar em déjà vu, um novo erro defensivo do Nacional, que já tinha visto Daniel Guimarães negar o primeiro a Pedro Gonçalves, voltou a ser fatal. Nuno Mendes cruzou para a área, Vigário falhou o tempo de salto e o melhor marcador da equipa encontrou Nuno Santos, solto de marcação, para o golo. Com mais ou menos brilho, o Sporting estava na liderança do marcador, num golo muito festejado pelo banco visitante.
As oscilações da intensidade da chuva eram constantes e nem o intervalo trouxe melhorias para o terreno. Alguns buracos tapados e... rola (se é que podemos chamar-lhe isso) a bola.
Na impossibilidade de melhor, o Sporting apostou num jogo mais direto, com menos critério, mas que ainda foi capaz de causar alguns calafrios a Daniel Guimarães. Pedro Gonçalves, de volta às boas exibições, era a figura mais e ficou perto de aumentar a vantagem por duas vezes, a segunda a embater no poste.
Mas não dava para mais... O terreno, a chuva intensa, tudo. Os defesas afastavam as bolas, os avançados tentavam chegar à área adversária, mas quase tudo em esforço. Perto do apito, a confirmação. Num lance direto, Tiago Tomás chegou à área e cruzou para Jovane fazer o segundo. Um espetáculo feio, mas que premiou um Sporting resiliente e, mais que isso, líder.
Era difícil pedir mais aos homens que entraram em campo na Choupana. Perante todas as adversidades, conseguiram ir a campo e batalhar por um resultado. Se o Sporting conseguiu chegar à vantagem, o Nacional também muito fez pelo empate. Venceu a equipa que mais criou, mas palavra de apreço para as duas.
Foi ela a grande responsável por todas as dificuldades da partida. Começou com o desvio do avião, continuou com o adiamento da partida na data original e terminou com o estado muito degradado do terreno de jogo. O espetáculo foi prejudicado e fez-se o jogo possível...