O Braga voltou a marcar passo no campeonato e, perante o Marítimo, só conseguiu empatar a duas bolas. A equipa de Sá Pinto esteve duas vezes em desvantagem, foi resgatada por um Paulinho que começou como vilão (desperdiçou um penálti) mas que acabou como herói, só que não teve a frescura mental para, nos últimos minutos, concretizar a reviravolta que tanto procurou. Houve qualidade na segunda parte para isso, mas os erros custaram mais dois pontos, numa Liga em que cada vez mais se pode dizer que é um Braga muito aquém do esperado.
... uma má primeira parte trazia consigo uma lotaria para se perceber quem estaria por cima. Quando as equipas foram para o descanso, havia apenas um remate à baliza para cada uma. Acertou o Marítimo, que o fez de grande penalidade depois de uma excelente arrancada de Maeda, que a cavou a Pablo e a concretizou a Matheus.
Mas foi quase só isso. Nuno Manta optou por uma equipa muito recuada, a dar a bola ao adversário e a permitir-lhe uma construção no meio-campo ofensivo, mas sem grande linhas de passe. A equipa de Sá Pinto tentou mais o jogo interior e menos a largura, tornando-se presa fácil para um conjunto sempre muito ligado e que só nas bolas paradas tinha sustos.
Era, ainda assim, um castigo a tempo de emendar. Como tal, Ricardo Sá Pinto deixou no balneário Claudemir e com ele o 4x3x3, já que Hassan foi para junto de Paulinho e a equipa tornou-se mais ofensiva, num 4x4x2 que, para o Marítimo, não teve consequências geográficas - era difícil recuar ainda mais - embora tenha trazido à formação madeirense mais sobressaltos atrás.
Um Braga muito mais incisivo foi aquele que rapidamente dispôs de uma grande penalidade, só que aí Amir, uma das novidades de Nuno Manta no onze, foi enorme e defendeu o pontapé a Paulinho. Mesmo assim, ligado à corrente, o grupo minhoto insistiu para chegar ao golo, que apareceu pelo inconformado Paulinho.
Aparentemente por cima em termos anímicos, a equipa bracarense foi, no entanto, surpreendida novamente, numa bola parada onde foi Matheus a ficar mal na fotografia (juntando-se a Pablo). E o estádio calou-se. Parecia um render súbito, a 20 minutos do fim, que se transferiu para o campo.
Menos em aberto ficou quando, pouco depois, Renê Santos exagerou nos protestos contra um adversário e deixou a equipa com menos um para os últimos 10 minutos, mais os seis de desconto.
Um cenário ideal para o Braga conseguir a vitória que escapa desde a primeira jornada, mas que não aconteceu por causa do desperdício final. Mais dois pontos perdidos...
Paulinho tinha tudo para, depois de ver Amir defender-lhe o penálti, se ir abaixo animicamente, mas o seu espírito combativo e abnegado foi fundamental para recuperar o Braga para o jogo, por duas vezes. Merecia a vitória.
Percebe-se que jogar em Braga obriga a muitos cuidados e gestão de ritmo de jogo, mas o Marítimo, que tanto quer ser europeu, teve uma postura demasiado conservadora. Sobretudo o guarda-redes, com constantes quedas sem sentido. Perdeu o espetáculo.
Esteve bem nos momentos de análise nas áreas, não tão bem na condução do jogo, onde apitou muitas vezes no início e com isso permitiu que os jogadores se aproveitassem para, perante esse critério curto, caíssem com facilidade à procura da falta.