Ficou para trás a desilusão da final four em casa, repetiu-se o palco... e veio um desfecho diferente, com três pontos a ficarem em Braga. O encontro da primeira volta entre estas mesmas equipas, então nos Açores, foi um festival de golos: três do Braga na primeira parte, três dos açorianos na segunda. Esta noite foi distinta, e apenas dois minutos no segundo tempo aqueceram de facto um serão frio: com o Santa Clara a falhar um penálti e outra ocasião clamorosa de seguida e, ainda nesse espaço de tempo, Dyego Sousa a dar o triunfo aos bracarenses, que seguram o lugar no pódio,.
Novamente em casa, o Braga procurava um resultado diferente daquele com que se deparou na final four da Taça da Liga, enquanto anfitrião. Outra vez com o Sporting envolvido na questão, já que os leões tentam avistar o lugar do pódio que vai pertencendo aos homens de Abel Ferreira, o Braga encontrava agora uma equipa num momento frágil, com apenas um ponto somado nos últimos quatro jogos, e foi com naturalidade que procurou assumir o jogo... embora sem efeito prático numa fase inicial.
Tal como no último jogo em casa para a Liga NOS, os adeptos do Braga exibem uma tarja muito crítica face aos horários dos jogos, desta vez com alusão à @NetflixPT pic.twitter.com/xk9AoGFFXR
— zerozero (@zerozeropt) 29 de janeiro de 2019
Esgaio jogava a lateral-esquerdo, face às lesões de Sequeira e Ailton, e era muito por esse corredor, para o qual ia descaindo Dyego Sousa - com Novais a puxar a bola do corredor para zonas mais centrais - que os bracarenses procuravam descobrir o caminho para a grande área adversária. As oportunidades, porém, escasseavam: Dyego Sousa falhou o alvo de cabeça logo no arranque e, durante o resto da primeira meia hora de jogo, pouco mais se viu.
Tiago Sá, de volta à baliza bracarense, e Serginho, guardião do Santa Clara, iam assistindo ao encontro, que contou, novamente, com protestos nas bancadas ainda na primeira parte: à imagem do que tínhamos visto no último jogo em casa para a Liga, uma tarja dirigida à Liga de Clubes face aos horários, com novo cântico de ataque despudorado à entidade. Um protesto que ganhava mais impacto face à desinspiração dentro das quatro linhas no primeiro tempo, que contaria com pouco mais, no final, do que uma tentativa de João Novais de fora da grande área.
Falemos então, agora que ficou para trás o desacerto inicial, dos tais dois minutos que tudo mudaram no rumo encontro. João Capela tinha deixado a Pedreira em alerta máximo ao apontar para a marca de grande penalidade, depois de Stephens ser derrubado por Bruno Viana. Osama Rashid, regressado da seleção iraquiana, assumiu a batalha contra Tiago Sá... e foi o guardião que venceu o duelo individual: adivinhou o lado, voou a tempo e horas e ainda negou o golo a César logo depois, agigantando-se para segurar o nulo.
E lá está o velho ditado, um dos mais antigos do linguajar futebolístico: «Quem não marca...». Ficou para trás o desespero na baliza bracarense, houve espaço para um contragolpe a toda a velocidade, lançado por Raúl Silva, aprimorado por Paulinho e finalizado com a cabeça certeira do melhor marcador deste nosso campeonato, Dyego Sousa, que aumentou para 13 a conta pessoal na prova.
O Braga atacava agora com mais certezas nos processos mas o Santa Clara, mantendo a aposta do primeiro tempo nos contra-ataques, estava também um pouco mais ameaçador. Se Dyego Sousa se aproximou do bis logo depois do primeiro, Pineda não ficou muito longe do golo do empate. João Henriques via-se a correr atrás do resultado, trazia armas do banco como Bruno Lamas ou Guilherme Schettine, mas não conseguia voltar a avistar o golo como Rashid o tinha visto, ali à espreita, a onze metros e com uma única barreira pela frente.
Segurando o controlo do jogo até ao fim - Bruno Lamas ainda ficou pertíssimo de empatar perto do fim -, o Braga segurou também o pódio. Depois da desilusão na Taça da Liga, em casa, veio a segunda vitória seguida na Liga e o Benfica está outra vez a um ponto, ao passo que o Santa Clara continua na zona intermédia da tabela.