O Rio Ave conseguiu um resultado que se pode considerar positivo em Praga. Diante de um Slavia que só conseguiu ser superior quando os vilacondenses quebraram fisicamente, a equipa de Nuno Capucho pode ter a sensação de uma visão limpa em relação à próxima fase. São precisas apenas duas coisas: marcar golos e ter (muito) cuidado com Skoda.
Nada má primeira impressão do Rio Ave. Organizada e com lógica de jogo, a equipa de Nuno Capucho não se escondeu contra um Slavia que não tem o fulgor de candidato ao título local e que vive muito à custa da sua estrela, o checo Milan Skoda.
Mas não foi isso que prevaleceu na primeira parte, na qual o Rio Ave foi melhor. Fosse em ataque organizado, fosse em transição, a ordem era para alvejar a baliza contrária. Rúben Ribeiro começou por dar o mote e assustou duas vezes, depois também se viu João Novais - herdou o pontapé do pai - na mesma senda.
Krovinovic era o estratega e notou-se que está bastante mais capaz de perfumar o futebol da equipa depois de um ano de aprendizagem. E, na frente, Gil Dias mostrou ter futebol nos pés, apesar de as coisas não lhe terem saído bem. Aí faltava apenas uma forte presença de área, o que acabou por ser um sacrifício em prol de uma melhor posse.
No segundo tempo, continuou a ser o Rio Ave a melhor equipa. Aliás, foi o período dos primeiros 20 minutos da etapa complementar que teve uma superioridade mais vincada do conjunto português, constantemente instalado no meio-campo contrário e com diversos remates perigosos, só que com a tal lacuna dentro da área.
Quando Capucho alterou a pensar nisso, tirando Krovinovic, recuando Gil Dias e colocando Guedes na frente, era já uma fase em que a questão física era relevante. Recorde-se que o Slavia já tinha passado uma eliminatória (frente ao FC Levadia) e a rotação já é outra, pelo que isso inverteu um pouco os acontecimentos.
A tendência para um empate que deixa tudo em aberto foi evidente e a entrada do experiente Tarantini foi também útil para esse aspeto. Bem feitas as contas, a eliminatória fica à mercê de um Rio Ave que, na sua casa, tem tudo para seguir em frente.